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Bahia, a Meca dos capoeiristas

Passados 65 anos desde que Mestre Bimba fundou a primeira academia, no Engelho Velho de Brotas, a capoeira expandiu-se de Salvador para o mundo. Essa expressão cultural que incorpora esporte, música, dança, acrobacia, jogo e luta atualmente é praticada em 160 países e estima-se que tenha mais de 8 milhões de adeptos.

Em qualquer lugar que se forme uma roda de capoeiristas, as músicas acompanhadas pelo som do berimbau e dos pandeiros – invariavelmente cantadas em português – falam de um lugar sagrado chamado Bahia, berço da arte-luta, ponto de visitação obrigatório para todo o capoeirista que se preze. Sob este ponto de vista, não seria nenhum exagero afirmar que a Bahia está para os adeptos da capoeira como Meca está para os islamitas.

E guardadas as devidas proporções, a capital baiana também será o destino de uma peregrinação sem precedentes. A partir de segunda-feira, 20, Salvador recebe pela primeira vez o maior evento da modalidade em todo o mundo, o Festival Internacional de Arte Capoeira.

Mais de três mil pessoas de todos os Estados do País e de 39 países são esperados pela Associação de Apoio e Desenvolvimento da Arte-capoeira (Abadá), entidade que organiza o encontro, para uma semana de cursos, palestras, workshops de jongo, samba e maculelê, lançamento de livros e discos, shows musicais, caminhadas e visitações a comunidades que serão realizadas no Forte da Capoeira (Santo Antônio Além do Carmo), no Pelourinho e no Farol da Barra, onde está programado o aulão aberto com todos os participantes no encerramento do Festival. Com 36 mil associados espalhados em 40 países, a Abadá é a maior instituição do ramo em todo mundo, com direito a menção no dicionário Aurélio.

Toda a programação do Festival é aberta ao público e a capoeiristas de outras agremiações. A exceção fica por conta da sexta edição dos Jogos Mundiais de Capoeira, competição restrita a integrantes da Abadá e que também integra a grade oficial do evento. Os Jogos deveriam ser realizados no Centro de Convenções, mas como o espaço já estava reservado o evento foi transferido para o Ginásio Antônio Balbino, o Balbininho, e reunirão atletas graduados (acima da corda azul) nas categorias adulto e sênior. A baiana Moema Duarte defende o título mundial feminino conquistado em 2005, na última edição do torneio, que assim como todas as anteriores foi realizada no Rio de Janeiro. “Nasci em Jacobina, me criei em Salvador, me formei com Mestre Bimba. Meu sonho é voltar aos poucos e levar em definitivo o Festival para a Bahia”, revela Mestre Camisa, fundador e presidente da Abadá.

Com o objetivo de agregar o maior número possível de capoeiristas, foram convidadas figuras de destaque de outros grupos, como mestre Medicina, do Grupo Raça, e Mestre João Pequeno, discípulo de Mestre Pastinha, que juntamente com Mestre Bimba será o grande homenageado do evento. Filha de Bimba, Nalvinha foi convocada para puxar um samba de roda. De Nova York é esperada a presença de Mestre João Grande; do Mercado Modelo, Mestre Gajé também foi chamado para uma apresentação. E assim, a roda não pára de crescer.

 

Fonte: A Tarde Online – http://www.atarde.com.br/esporte/noticia.jsf?id=778281

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