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Barra Mansa: Capoeira incentiva a integração social

BARRA MANSA

Quem passou pela antiga biblioteca na Gare da Estação, na Rua Orozimbo Ribeiro, nos últimos dias presenciou um cenário diferente das atividades rotineiras da cidade. São os participantes da Associação Abadá de Barra Mansa praticando capoeira no local. Ao som característico do berimbau e do atabaque, crianças, adultos, idosos, portadores de necessidades físicas ou Síndrome de Down, todos se reúnem para praticar o esporte.

Segundo o professor do grupo, Luiz Carlos Rocha, conhecido como Mestre Pretinho, o objetivo é trazer às pessoas para conhecer e entender a história da cidade. “Nós iniciamos o projeto com o objetivo de passar aos nossos alunos a história da capoeira no Brasil e incentivar a leitura. Porém, aqui na biblioteca não tinha livros específicos da área, foi quando entramos em parceria com a instituição, doando os livros para aprimorar o conhecimento da cidade sobre essa cultura”, contou.

O professor ressaltou ainda a ligação do município com a Capoeira. “Este foi o berço de grandes capoeiristas, como Mestre Branco, Mestre Bueira, Mestre Carlão e Mestre Boa Viagem”, explicou.

Além da valorização histórica do esporte e da cidade, o projeto, que existe há mais de nove anos, impressiona pela diversidade de alunos. “A capoeira é a maior prova de integração social. Nós temos participantes de todas as idades, crianças e jovens especiais, trabalhamos também com a melhor idade. Todos respeitam cada espaço conquistado”, disse.

A conquista ainda é comprovada pela satisfação das mães de crianças especiais ao trazer os filhos para a aula. É o caso da dona de casa Marlene Martins de Oliveira, 62 anos. Há três anos ela traz a filha para freqüentar as aulas e aprender o esporte. O resultado ela percebe em casa. “A comunicação dela melhorou muito, melhorou o comportamento. Sem contar que é uma atividade maravilhosa, trabalha a coordenação motora e ainda promove a integração social”, relatou.

Intensificando ainda mais o caráter de diversidade do esporte, o projeto recebe amanhã a vinda de alunos franceses. Hoje, eles se uniram a várias escolas e entidades com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) para uma grande roda de capoeira. “Esse intercâmbio de estudantes é muito bom para todos. Eles vêm para cá, conhecem nossa realidade, os alunos daqui e também tem gente daqui que vai pra lá. Isso ajuda a trabalhar o corpo e a mente”, explicou Marlene.

Outra mãe que tece elogios à iniciativa é Maria Orília da Silva Rocha, 69 anos. A filha dela também tem Síndrome de Down e ainda sofre com os sintomas da colite, uma doença inflamatória do intestino. Há dez anos nas aulas, diversas vezes ela falta por causa do mal estar. “Mesmo ela tendo que faltar tanto, eu percebo as melhoras em casa. Quando ela vem ela se sente muito melhor. A gente faz uma preparação alimentar para que ela venha e não passe mal”, contou.

Segundo os organizadores, as atividades terminam hoje, às 17 horas. Durante a semana as pessoas receberam aulas de canto, atabaque, dança e berimbau. A estimativa era alcançar cerca de 1.500 pessoas entre alunos e visitantes. No local, estão expostos vários livros sobre treinamento e a história da capoeira no Brasil, troféus e instrumentos para conhecimento do público. O grupo de capoeira também se destaca por outras colaborações à sociedade, como campanhas de doação de sangue e combate às drogas e se prepara para ano que vem, trazer à Barra Mansa a ‘Semana Internacional de Capoeira’.

Fonte: http://www.avozdacidade.com

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