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Florianópolis: Mercado em Movimento

MANIFESTO POPULAR: MERCADO EM MOVIMENTO
 
No dia 05 de julho de 2005 foi lançada a campanha “Mercado em Movimento” pela Central Catarinense de Capoeira Angola. Mesmo antes da tragédia que se abateu no Mercado, o incêndio de 19 de agosto a Central lançava esta campanha pela revitalização do Espaço Cultural Luiz Henrique Rosa no Vão Central do Mercado Público.
 
No ano de 1988 com a iniciativa do Contra-mestre Alemão do Grupo Ajagunã de Palmares, foi criada a  Roda de Capoeira no Mercado Público de Florianópolis sempre realizada aos sábados. Já teve a presença de importantes mestres e professores de Capoeira da Bahia, Sergipe, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
 

Estamos resistindo durante anos exatamente no Espaço Cultural Luiz Henrique Rosa. Espaço este atualmente ocupado, quase que completamente, por estabelecimentos comerciais, na sua maioria, bares. Sendo assim em algumas manhãs de sábado, quando no vão central do Mercado é armada a Roda de Capoeira, a disputa está posta. Os capoeiras necessitam de uma roda para praticar o jogo de ataque e defesa e mostrar sua arte, mas as mesas muitas vezes vazias ocupam uma área considerável. Como resolver ou pensar uma situação que envolve interesses, a princípio, tão antagônicos: cultura e comércio?
 
A Central defende a idéia de um Mercado Público em Movimento, rompendo a lógica do lucro pelo lucro, oferecendo um espaço de cultura e para a cultura. Reafirme-se na cidade como o lócus essencialmente público e se desfaça da dubiedade atual, ou seja, lugar público monopolizado por atividades privadas. Transformando-se em um espaço permanente de manifestações culturais, estará saindo da estagnação que o tem descaracterizado enquanto Patrimônio Histórico vivo e significativo para os moradores de Florianópolis.
 
Lutar pelo direito de estar no Mercado produzindo cultura com a Capoeira, é contribuir para a revitalização do Espaço Cultural Luiz Henrique Rosa e pela valorização e preservação do nosso passado, não como algo que envelhece e se decompõe, mas enquanto história permanente que nos educa e conscientiza. Então, que se dance o boi-de-mamão, que se faça renda e se possa admirar o trançar do pau-de-fita, que se toque Maracatu e se escute cantigas e outras tantas manifestações.

 
 

Florianópolis, Março de 2006.

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