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Iguatu: Projeto Arte Criança promove inclusão social

Adolescentes e crianças de Iguatu estão tendo oportunidade de mudar suas vidas com trabalho social de ONG

Iguatu Um sonho de dois artistas populares transformou-se em realidade e há quase duas décadas está mudando a vida de crianças e de adolescentes nesta cidade, localizada na região Centro-Sul do Ceará. O Projeto Arte Criança (PAC) oferece oficinas de artes e trabalha com o público em situação de vulnerabilidade social.

As oficinas de teclado, capoeira, informática, teatro de ator e de boneco, dança e contação de história têm por objetivo contribuir para a inclusão social das crianças e adolescentes. Além das atividades culturais, há exercícios de complementação escolar, que contribuem para uma melhor aprendizagem.

Um dos fundadores do PAC, o artista plástico Cleodon de Oliveira, observa que a arte contribui para o desenvolvimento das habilidades individuais, melhoria da autoestima, cidadania e confiança pessoal. “Os alunos passam a ter uma formação crítica, solidária transformadora por meio da arte e da cultura”, observa. “Nosso trabalho deverá favorecer situações de aprendizagens, educando o aluno conforme os princípios de auto-liberdade consciente”.

A experiência tem demonstrado que a utilização desses princípios pode levar a criança e o adolescente a adquirirem habilidade para analisar criticamente o mundo que o cerca, enfrentar novos desafios e conviver com os outros de modo cooperativo e participativo.

A educadora do projeto, Lúcia Morais, disse que a experiência dos alunos têm participação ativa nas situações de aprendizagens, e estão sempre numa posição reflexiva permanente. “Queremos formar indivíduos, cidadãos conscientes por meio da prática social, cultural e educativa”, frisou. “A arte possibilita mudanças de comportamento e propicia a inclusão social”.

Em quase duas décadas de atividades, o PAC já enfrentou momentos de crescimento e de dificuldades, em face da escassez de recursos financeiros. Mas, durante esse período, contabilizou bons frutos. “Temos vários alunos que se tornaram professores, músicos”, disse Lúcia Morais. Um exemplo é o do músico percursionista, Henrique Siqueira. Ainda criança começou a participar do projeto e hoje é monitor de oficinas de música e integra a bandinha do município. “Cresci no projeto e aprendi ser um cidadão e um profissional”, disse.

Esse mesmo caminho seguem os atuais participantes. Tainá Cavalcante, 13 anos, aluna da oficina de teclado, ainda tímida, diz que quer aprender música e dedicar-se aos estudos. “Estou gostando”, disse. “Fiz novas amizades”. O professor Michael Prudêncio confirma que a turma é dedicada e quase ninguém falta às aulas. “Trabalhamos em áreas carentes, mas conseguimos incluir as crianças e adolescentes”.

O computador fascina e mexe com a inteligência dos jovens. Com facilidade eles aprendem as noções básicas de inclusão digital. A sala está sempre lotada.

Diferente é o ritmo da oficina de capoeira. Crianças e adolescentes praticam com afinco os exercícios da dança de origem africana que simula luta de defesa pessoal. Ao som dos instrumentos próprios, os jovens capoeiristas se exibem na arte do contorcionismo e dos saltos. “Ensinamos as noções básicas, mas quem começa não quer parar”, observa o professor Wilton do Nascimento.

Neste ano, o PAC está com inscrições abertas para 150 alunos. Os recursos para o projeto “Socializar e educar através da arte” vêm da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), embora liberados com atraso são muito bem vindos, pois asseguram a continuidade das atividades.

A cada ano, o Projeto Arte Criança contribui a partir da oferta de oficinas artísticas para o surgimento de uma nova geração de jovens capaz de compreender melhor a vida, superar dificuldades, ser solidários, introduzir a arte no cotidiano, resgatar a cultura local e contribuir para melhorar a qualidade de vida dos participantes.

EXPERIÊNCIA EXITOSA
Trabalho começou a partir de uma colônia de férias

O Projeto Arte Criança com oficinas culturais foi realizado, inicialmente, nos núcleos da extinta Febemce

Iguatu O Projeto Arte Criança (PAC) surgiu a partir de uma experiência desenvolvida pelos artistas José Cleodon de Oliveira e Nonato de Moura, durante a realização da colônia de férias Programa Recreio, do Governo Federal, na Escola de Ensino Fundamental e Médio Filgueiras Lima, no Bairro Veneza, em Iguatu, em 1990.

A colônia ofereceu oficinas de danças, teatro de ator e de bonecos, artes plásticas, música, recreação e jogos educativos. Após essa experiência, foi criado o Projeto Arte Criança com oficinas culturais realizadas nos núcleos da extinta Fundação Estadual do Bem Estar do Menor do Ceará (Febemce).

Ampliação

Nos anos seguintes, o PAC foi ampliado e a partir de 1992, tornou-se uma Organização Não Governamental (ONG), sem fins lucrativos. A ideia básica sempre foi trabalhar com assistência às crianças e aos adolescentes, de 7 a 17 anos. Sempre houve como critério de participação, a exigência de matrícula na rede pública de ensino.

Maioridade

Neste ano, o PAC está alcançando a maioridade. O projeto tornou-se referencia na região Centro-Sul do Estado, por meio de um trabalho sério, dedicado, com finalidades sócio-culturais e educativas.

Ao longo de sua existência o PAC teve parcerias a antiga Febemce, o Unicef, a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), Prefeitura Municipal de Iguatu, Fundação Abrinq, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Itaú Cultural.

O PAC participou de diversas premiações: Prêmio Itaú Social-Unicef, 5ª edição, em Recife em 2003, Prêmio Gestão Pública e Cidadania da Fundação Getulio Vargas, em 2004. Possui representatividade nos conselhos municipais de Assistência Social e dos Direitos da Criança e do Adolescente.

A partir do ano de 2005, o Projeto Arte Criança ampliou suas ações para o município de Assaré, resultando na participação do Prêmio Ceará Vida Melhor, promovido pelo Governo do Estado do Ceará.

Parcerias

A instituição ampliou parcerias incluindo a Associação das Mulheres Iguatuenses, Igreja Nossa Senhora das Graças, Fundação de Apoio aos Jovens de Iguatu, Núcleo de Arte e Cultura, Escola Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e SESC.

O PAC fundamenta suas atividades culturais nos artigos 3º e 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e tem como princípio possibilitar oportunidades e facilidades para crianças e adolescentes. O objetivo do projeto, a partir daí, é para lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Prioridade

Além disso, assegurar, também, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, alimentação, educação, esporte, lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberdade, convivência familiar e comunitária.

A instituição é reconhecida de utilidade pública Municipal e Estadual e obteve a aprovação pelo Ministério da Cultura como Ponto de Cultura no município de Iguatu.

Honório Barbosa
Repórter

Enquete
Transformação

Beatriz Façanha
Estudante

“Eu Estou mais disposta para os estudos e para a aprendizagem musical. Esse projeto é muito bom para a gente”

Dayson Sena
Estudante

“Fiz novos amigos e acho bom vir participar das aulas com os meus colegas. Tudo aqui é bom legal”

Bráulio Amorim
Estudante

“As aulas de capoeira me deram mais segurança e venci o medo. O projeto nos dá muita autoestima”

Ian de Souza
Estudante

“Antes só brincava na rua, mas, agora, eu estou estudando mais e aprendendo coisas novas. É muito bom”

MAIS INFORMAÇÕES

Projeto Arte Criança
Rua Cel Mendonça, 45
Centro, Iguatu
(88) 9618.5530
[email protected]

 

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com

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