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Capoeirista questiona exclusão de Curitiba na rota de exibição do filme Besouro

Um dos mais famosos capoeiristas do Brasil, o baiano Manuel Henrique Pereira, conhecido como Besouro Mangangá inspirou o longa-metragem dirigido por João Daniel Tikhmiroff, nome premiado em comerciais na América Latina. Em seu primeiro final de semana de exibição, Besouro – O Filme teve mais de 130 mil expectadores em todo Brasil, que o credenciam a ser um dos líderes em bilheteria no país este ano.

Diante do sucesso e da importância desta produção na valorização da cultura negra, expectadores da região Sul fazem um apelo para que Curitiba seja incluída na rota de exibição do filme. “Apenas Porto Alegre está exibindo o filme aqui na região Sul, uma situação lamentável e que nos envergonha porque esta era uma estréia muito aguardada não apenas pelos praticantes da capoeira, mas também por aqueles que acreditam na imensa contribuição que a população negra trouxe para o nosso estado”, disse Mestre Déa, fundador da Associação de Capoeira Kauande.

Mestre Déa destaca que o filme conta, inclusive, com a participação de uma paranaense em seu elenco. A londrinense Geisa Costa, radicada em Curitiba desde 1993, interpreta Zulmira, mentora espiritual de Besouro. “Era grande a expectativa para a estréia aqui em nosso estado. Temos uma das maiores populações negras da região sul e milhares de adeptos da capoeira em nosso território. Gostaríamos de entender o porque de não podermos prestigiar nas nossas telas do cinema este filme”, questiona o capoeirista.

Indignado, o capoeirista lembra que o filme seria grande contribuição para aplicação da Lei 10.639, que determina o ensino da história e cultura africana nas escolas brasileiras. “Este filme destaca a capoeira e história do negro em nossa sociedade e certamente, vai ser bem melhor recebido no exterior do que aqui”, destaca Mestre Déa. Para ele, que é mestre e educador da capoeira, arte que mais divulga nossa história e a língua portuguesa no mundo, a situação é um desrespeito. “Lamento profundamente em nome de todos os capoeiristas paranaenses que o estado sequer tenha previsão para exibição do filme, o que por outro lado incentiva a pirataria”, questiona Mestre Déa.

BESOURO – O FILME

Manoel Henrique Pereira viveu entre 1897 e 1924 na região de Santo Amaro, na Bahia. Conhecido como Besouro Mangangá ou Besouro Cordão de Ouro, ele era trabalhador nas usinas e tinha um comportamento rebelde, pois não aceitava os maus tratos dos patrões. Ficou famoso por causa de sua habilidade como capoeirista. Com as pernas ou com objetos e facas, sempre conseguia sair vivo nos confrontos com a polícia e os jagunços. Diversas lendas atribuem poderes sobrenaturais ao herói, que era abençoado por orixás e teria o corpo fechado e a habilidade de voar como um inseto.

Sua história é contada no livro Feijoada no Paraíso: A saga de Besouro, o capoeira, de Marco Carvalho, e também foi adaptada para o teatro, em um musical com texto de Paulo César Pinheiro e direção de João das Neves. O personagem também aparece em livros como Mar morto, de Jorge Amado. Manoel Henrique ainda era músico, autor dos versos do Canto do besouro, cuja letra foi aproveitada em duas canções dos compositores Noel Rosa e Paulo César Pinheiro (Quando eu morrer/ Não quero choro nem vela/ Quero uma fita amarela/ Gravada com o nome dela).

 

Fontes:

http://www.paranashop.com.br

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