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Ceará: Capoeira na Ponte Metálica

Projeto "Roda do Pôr-do-Sol" leva capoeiristas à Praia de Iracema, até o fim do ano, nas tardes de sábado e domingo

Dezenas de capoeiristas do Ceará comemoraram o reconhecimento da capoeira como patrimônio cultural brasileiro com apresentação especial, neste fim de semana, na Ponte Metálica, com a ginga típica da dança e o ritmo inconfundível da musicalidade deste jogo, ornamentados pelo pôr-do-sol da Praia de Iracema.

Idealizado pela Associação Terreiro de Capoeira do Ceará, em parceria com o Grupo Capoeira Mundi, o projeto “Roda do Pôr-do-Sol” realizará, todos os sábados e domingos, a partir das 16h30, rodas com mestres e praticantes do jogo no Estado. “Conversamos com a Secretaria de Turismo do Estado, que aceitou fazermos o projeto até o fim deste ano, sempre na Ponte Metálica. A idéia surgiu como forma de comemorar o reconhecimento da Capoeira”, explicou mestre Soldado, fundador da Associação Terreiro.

Ele ressalta que a capoeira cearense vive um momento de comunhão entre mestres e praticantes das cerca de 17 entidades que representam o jogo. “O momento é positivo. Além da harmonia, o nosso Estado, que sempre teve tradição na capoeira, tornou-se um celeiro de capoeiristas para a Europa, Estados Unidos, Japão e África”.

As entidades, segundo Soldado, também lutam para a criação do Centro de Referência da Capoeira no Ceará. “Será um espaço que não ficará limitado somente à prática da capoeira. Haverá biblioteca, espaço para pesquisas, debates constantes e espaço para outras manifestações culturais regionais, como Maracatu”.

Responsabilidade

No último dia 15, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), composto por representantes de entidades governamentais e da sociedade civil, reconheceu, por unanimidade, a capoeira como patrimônio Cultural Brasileiro, inscrevendo o Ofício dos Mestres de Capoeira no Livro dos Saberes e a Roda de Capoeira no Livro das Formas de Expressão.

“Isso muda muito o panorama da capoeira. Aumenta a nossa responsabilidade de ensinar e o modo de sermos enxergados pelos órgãos públicos”, avaliou Mestre Soldado.

Além do reconhecimento, o Conselho Consultivo do Iphan sugeriu a criação do Plano de Salvaguarda da Capoeira, onde políticas públicas garantem direitos aos capoeiristas. O reconhecimento do notório saber dos mestres pelo Ministério da Educação, um plano de previdência especial para os velhos mestres, além da criação de um Centro Nacional de Referência e do Fórum da Capoeira são algumas propostas do Plano.

“O reconhecimento é justo, mas tardio. A capoeira, há muitos anos, é uma manifestação de destaque no País. Acredito que, agora, aumente a compreensão do significado dos seus elementos e instrumentos”, disse o estudante Alyson Vasconcelos, na abertura do projeto “Roda do Pôr-do-Sol”.

GUTO CASTRO NETO – http://diariodonordeste.globo.com
Repórter

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