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Espetáculo teatral conta a história da capoeira no Brasil

ÁGUA DE BEBER
Centro de Referência do Teatro Infantil / Teatro do Jóckey

De 8 de Setembro a 01 de Novembro
Setembro – Sábados e domingos às 18h

Outubro – Quartas e Quintas às 21 h.

Estréia dia 8 de setembro, no Teatro do Jóquei, ÁGUA DE BEBER, o primeiro espetáculo teatral que conta a história da capoeira no Brasil, país que se tornou o maior divulgador e exportador de profissionais desta arte no mundo.

A criação é do diretor, acrobata e capoeirista Cláudio Baltar, que há anos faz minuciosa pesquisa sobre a capoeira. Para realizar Água de Beber, Baltar teve como ponto de partida o livro "Santugri", do jornalista e sociólogo baiano Muniz Sodré, pesquisou jornais brasileiros do final do século XIX e fez entrevistas com mestres e estudiosos da capoeira como Mestre Camisa, o antropólogo Bernardo Conde, a neurologista Dra. Rosali Correia e Mestre Nestor Capoeira.

Depois de escolher o elenco (formado por seis capoeiristas) através de exigente teste de habilidades, o espetáculo foi construído a partir de uma associação entre a música, o corpo em movimento, o pensamento e a reflexão sobre a capoeira em todos os seus aspectos. Os capoeiristas são Rodrigo dos Santos, Davi Mico Preto , Fábio Leão Pequeno, Sérgio Cebolla, Charles Rosa e Fábio Negret.

A proposta cenográfica do espetáculo inclui projeção de imagens, escolhidas pela artista plástica Brígida Baltar.

A música ao vivo é fundamental no espetáculo, criando climas e pontuando situações, alem de remeter a outras influências artísticas na capoeira.

– A história da capoeira no Brasil e sua divulgação no exterior
(Textos extraídos dos sites Wikipédia e Portal Capoeira /A capoeira é do Brasil? A capoeira no contexto da globalização, por José Luiz Cirqueira Falcão)

O Brasil foi o maior receptor da migração de escravos enviados por Portugal, que trouxeram consigo as suas tradições culturais e religião. A capoeira foi desenvolvida pelos escravos do Brasil como forma de resistir aos seus opressores, praticar em segredo a sua arte, transmitir a sua cultura e melhorar a sua moral.

Há registros da prática da capoeira nos séculos XVIII e XIX nas cidades do Rio de Janeiro, Recife e Salvador, porém como durante anos a capoeira foi considerada subversiva, sua prática era proibida e duramente reprimida. Devido a essa repressão, a capoeira praticamente se extinguiu no Rio de Janeiro, onde os grupos de capoeiristas eram conhecidos como maltas.

Em 1932, Mestre Bimba fundou a primeira academia de capoeira do Brasil em Salvador. Mestre Bimba acrescentou movimentos de artes marciais e desenvolveu um treinamento sistemático para a capoeira, estilo que passou a ser conhecido como Regional. Em contraponto, Mestre Pastinha pregava a tradição da capoeira com um jogo matreiro, de disfarce e ludibriação, estilo que passou a ser conhecido como Angola. Da rivalidade desses dois grandes mestres, a capoeira deixou de ser marginalizada, e se espalhou da Bahia para todos os estados brasileiros.

Ao longo dos últimos anos, a capoeira vem se inserindo vertiginosamente nos mais diferentes espaços institucionais das médias e grandes cidades do Brasil e em vários países do exterior, consolidando um avanço histórico controvertido.

Convém destacar que o grande interesse dos estrangeiros pela capoeira se desdobra imediatamente em dois desejos, conhecer o Brasil e falar o português. Falar português nas aulas de capoeira é um requisito que opera como uma espécie de "selo de qualidade" e vem contribuindo para abrir campos de trabalhos antes impensáveis. O Hunter College, uma das mais tradicionais faculdades de Nova York, já oferece cursos regulares de português, em decorrência da demanda provocada pela capoeira.

O primeiro trabalho de ensino sistematizado de capoeira na Europa foi empreendido pelo reconhecido Mestre Nestor Capoeira . Embora alguns capoeiras brasileiros tenham realizado espetáculos pela Europa desde 1951, foi Nestor Capoeira quem iniciou o processo de ensino sistematizado desta manifestação na Europa, na London School of Contemporary Dance, Inglaterra.

A partir do Mestre Nestor Capoeira, milhares de workshops e oficinas pipocaram por toda a Europa.

Mas a capoeira perpetua-se mesmo é através dos ensinamentos e histórias que são passadas de geração em geração, pelos mestres mais velhos aos alunos que, futuramente, serão os novos mestres.

– Capoeiristas históricos

* Zumbi dos Palmares
* Besouro Mangangá
* Mestre Bimba
* Camafeu de Oxossi
* Nascimento Grande
* Manduca da Praia
* Major Miguel Nunes Vidigal
* Manoel dos Reis Machado
* Mestre Pastinha
* Madame Satã

– Curiosidades

3 de agosto – Dia do capoeirista

Brincadeira de negro
Até o século XIX os "batuques" de negros eram estimulados por serem válvulas de escape e acentuarem as diferenças entre as diversas nações africanas. A partir de 1814, começam a ser perseguidos – "brincadeira de negro" torna-se fato social perigoso de acordo com textos legais.

Rabo-de-arraia
O rabo-de-arraia tradicional era um golpe em que, de frente para o adversário, planta-se uma bananeira, ficando-se então de cabeça para baixo e de costas para o oponente, e imediatamente atinge-se a cabeça do inimigo com uma violenta pancada dada com o calcanhar de um ou de ambos os pés.

"Vadiar"
Significa jogar por prazer, por diversão. Na época da escravidão a vadiação era o lazer dos escravos nas horas de descanso.

"Catinguelê"
É o nome dado a meninos que praticam capoeira.

Terno Branco
Antigamente, era de costume os capoeiristas trajarem terno de linho branco. Era considerado um bom jogador aquele que conseguisse sair da roda com o terno impecavelmente limpo.

"Crocodilagem"
É o nome dado a um jogo duro que submete ao capoeira a uma situação de inferioridade ou deslealdade.

Descriminalização da Capoeira
Depois de ver uma exibição de Capoeira no Rio de Janeiro, em 1937, o presidente Getúlio Vargas descriminalizou-a e decretou ser aquele o "esporte autenticamente brasileiro". Até então, os capoeiristas podiam pegar de dois meses a três anos de prisão, com pena de deportação no caso de estrangeiros.

A inserção do berimbau na Capoeira
Antigamente não havia música de fundo na Capoeira. No máximo, quem estava por perto marcava o ritmo com um tambor. Em seu fabuloso levantamento publicado em 1834, "Viagem Pitoresca e histórica ao Brasil", Jean Baptist Debret deixou claro que os tocadores de berimbau tinham a intenção de chamar a atenção dos fregueses para o comércio dos ambulantes.

Segundo o folclorista Édison Carneiro, foi no século XX, e na Bahia, que o instrumento se incorporou ao jogo da Capoeira, para marcar o ritmo dos praticantes. O que define um jogo rápido ou lento é o toque.

O DIRETOR
Cláudio Baltar atua há 15 anos na Intrépida Trupe, atualmente como diretor técnico e um dos diretores artísticos do grupo. Foi o responsável pela direção de "Sonhos de Einstein" e um dos diretores de "Metegol", os dois últimos espetáculos da Companhia.

"Depois de 30 anos praticando, observando e estudando a capoeira, resolvi finalmente amadurecer este projeto, que há muito esperava nos arquivos a oportunidade de se concretizar. Trata-se de uma volta às origens, pois foi através da capoeira que descobri as possibilidades do meu corpo em movimento, da expressão da minha voz e do meu ritmo dentro de um grupo. A capoeira é uma fonte de inspiração inesgotável, à qual eu sempre retorno para matar a sede. Uma arte que se transforma e se molda como a água, de acordo com o contexto que se vive no espaço e no tempo do ritual de uma roda de capoeira. "Água de Beber" é uma reflexão atual sobre a capoeira, trazendo, não uma, mas muitas visões acerca de uma das manifestações mais ricas da nossa cultura popular".

ÁGUA DE BEBER
Centro de Referência do Teatro Infantil / Teatro do Jockey (2540-9853)

Rua Mário Ribeiro, 410 – Lagoa – Estacionamento Gratuíto

Rua Bartolomeu Mitre, 1110 – Gávea – Entrada de pedestres

Lotação 125 lugares.
Setembro – Sábados e domingos às 18h (a partir de 8 de setembro)

Outubro – Quartas e Quintas às 21h
Ingressos – R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 meia
Censura livre – recomendado para maiores de 4 anos

ELENCO
Rodrigo dos Santos
Davi Santos da Silveira – Davi Mico Preto
Fábio Lima Abreu Ramos – Fábio Leão Pequeno
Sérgio Henrique Sales – Sérgio Cebolla
Charles Estácio Rosa – Charles Rosa
Fábio Rodrigo G. do Nascimento – Fábio Negret

DIREÇÃO, CONCEPÇÃO E ROTEIRO: Cláudio Baltar

CO-DIREÇÃO: Fabianna Mello e Souza
SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO E FIGURINO: Valéria Martins
DIREÇÃO MUSICAL E TRILHA: Rafael Rocha, Fábio Leão Pequeno e Sérgio Cebolla
PROJEÇÃO E PROGRAMAÇÃO VISUAL: Brígida Baltar
ILUMINAÇÃO: Aurélio de Simoni
FOTOS: Andréa Cals e Mico Preto
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Ana Coll
PREPARAÇÃO JOGO DOS BICHOS: Mestre Camisa
PREPARAÇÃO JOGO DE DENTRO: Marron Capoeira
TREINAMENTO DE MÁSCARAS: Fabianna Mello e Souza
VOZES EM OFF: Rodrigo dos Santos, Muniz Sodré, Bernardo Conde
CORDEL: Parafina e Lobisomem
MÚSICA DAS MALTAS E MÚSICA FINAL: Bernardo Palmeira
MÚSICA "ÁGUA PRA VIVER": Lobisomem e Cebolão
CONFECÇÃO DAS MÁSCARAS: Clívia Cohen
CONFECÇÃO DE INSTRUMENTOS: Sérgio Cebolla e Marcos China
ADEREÇOS: Cida de Souza
OBJETOS DE CENA: Marcos China

"ÁGUA DE BEBER" – Inspirado no livro "SANTUGRI" de Muniz Sodré e nas entrevistas feitas por Cláudio Baltar com o próprio Muniz Sodré, Bernardo Conde (antropólogo), Mestre Camisa, Nestor Capoeira e Dra. Rosali Correa (neurologista).

Artigos de jornal sobre escravos do final do século XIX extraídos do livro "Retrato em Branco e Negro" de Lilia Moritz Schwarcz.

Texto sobre as maltas e perseguição aos capoeiras no final do século XIX extraído do livro "Aborgagens Sócio-Antropológicas da Luta/Jogo da Capoeira de Paulo Coelho de Araújo.

Definição de negaça extraída do dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, do dicionário Houaiss e do livro "Capoeira – A Luta Regional Baiana" de Jair Moura.

Texto "QUE SE DIGA" extraído do livro "O Pequeno Manual do Jogador de Capoeira" de Nestor Capoeira.

Texto dos velhos extraído do capítulo marginalidade no Rio de Janeiro entre 1850 e 1900 da tese de Nestor Capoeira no site [email protected]

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
ACALS COMUNICAÇÃO / Andréa Cals e Alessandra Andrade

21 8203-7372 / 2265-7901/ 9159-6891
[email protected]

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