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Fantástica tradição que se renova

Folcloristas estão sempre de olho vivo no andar da carruagem que carrega as manifestações culturais de seu povo. Eles protestam quando vêem pedaços desse legado caindo no brutal caminho do esquecimento ou do preconceito.

Neste 22 de agosto, quando se comemora nacionalmente o Dia do Folclore, mais importante do que se inteirar das atividades programadas para a data, é refletir que, apesar dos avanços tecnológicos e das transformações sociais, preservar a tradição é uma maneira de não deixar a história se perder.

Na Bahia, terra de todos os ritos e mitos, as manifestações folclóricas que ostentam a riqueza do imaginário popular são representadas pela capoeira (há um mês tombada como Patrimônio Imaterial Brasileiro), rodas de samba, puxadas de mastro, ternos de reis e bumba-meu-boi.

A etnomusicóloga baiana e autoridade em folclore, Emília Biancardi, puxa o cordão dos descontentes. "Todos nós folcloristas, incluindo (o pernambucano) Roberto Benjamim, achamos que, apesar do atual movimento em torno da valorização das tradições, a prática não condiz com a falação".

Para ela, pesquisadora do repertório musical afro-baiano e pioneira em levar essas manifestações para palcos

do mundo inteiro, a volta da Caminhada Axé, por exemplo, seria um ganho cultural para o estado.

“Para fazer valer a proposta do atual governo baiano de resgatar as manifestações tradicionais, é preciso que se invista na formação escolar voltada para a nossa história, para as nossas origens", sugere a pesquisadora, autora do livro Raízes Musicais da Bahia.

Falar de folclore sem se reportar a Luis da Câmara Cascudo (1898-1986) é o mesmo que ignorar figuras fantásticas da cultura brasileira, como o saci-pererê, a curupira, a mula-sem-cabeça e o boitatá.

Mas é bom lembrar que, como a cultura é dinâmica e está sempre se modificando, o folclore é tradição que se renova e ganha elementos novos ao longo do tempo e de um lugar para o outro.

Folclore, enquanto manifestações culturais e artísticas de um povo, é entendido por Mario Souto Maior, no seu Dicionário de Folcloristas Brasileiros, “o conjunto de costumes, crenças, tradições, lendas, provérbios, danças e canções transmitidos de geração em geração”.

História – A palavra folclore é de origem inglesa: folk (povo) e lore (saber) e significa sabedoria popular. Foi empregada pela primeira vez, em 1846, pelo arqueólogo inglês William John Thoms, para substituir a expressão “Antigüidades Populares". Em 1965, foi instituído o 22 de agosto no Brasil como o Dia do Folclore.

Algumas manifestações folclóricas são de caráter nacional (carnaval, futebol) e outras, regional (boi-bumbá, no Amazonas; Maracatu, em Pernambuco, Farra do Boi, em Santa Catarina, etc).

PROGRAMAÇÃO

Escola de Dança da Funceb – Dentre as comemorações pelo Dia do Folclore, destaque para o cortejo formado por cerca de 350 alunos do curso preparatório da Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado, dirigida por Clécia Queiroz. Pelo segundo ano, eles desfilarão pelo Centro Histórico, amanhã, a partir das 15 horas, partindo de sua sede (Pelourinho) à Praça Pedro Arcanjo.

Pelourinho Cultural – Já o programa da Secretaria de Cultura da Bahia aposta no projeto Literatura entre as Ruas. O evento, cuja proposta é resgatar e valorizar a cultura popular através do teatro, artes plásticas, literatura, dança e música, teve quarta, 20, e prossegue até sexta, 22, no Largo Tereza Batista, das 10 às 20 horas, com acesso gratuito ao público. O projeto explora a literatura de cordel por meio de oficinas de xilogravura, teatro e construção de poesia popular. Haverá também feira de livros, palestras, apresentações teatral e musical, além da exposição Cordel reformado.

Mestre Bigodinho – Ainda dentro da programação folclórica, atenção para o Tributo ao Mestre Bigodinho, o Raimundo Santana, ainda na ativa , aos 79 anos. O projeto, organizado pelos mestres Lua Rasta e Ivan, tem abertura amanhã, às 10 horas, na Faculdade de Educação da Ufba (Canela), onde cerca de 20 crianças capoeiristas de Santo Amaro serão recebidas por mestres de capoeira. Em seguida, às 15 horas, o grupo visita o Centro Histórico e participam de oficinas e roda de capoeira.

Cirandando Brasil
– As crianças da Oscip – Sons do bem, através do projeto Cirandando Brasil – Memória da Brincadeira, da cantora Nairzinha, apresentam o que estão aprendendo em música, literatura, capoeira, dança, brincadeiras, folclore de origem africana, indígena e portuguesa. O evento acontece das 8h30 às 11h e das 14 às 16h30 na Escola Estadual Anísio Teixeira (Ladeira do Paiva, 40, Caixa D´Água).

Balé Folclórico da Bahia – Única companhia de dança folclórica profissional do país, o Balé Folclórico da Bahia completa no mês em se comemora o Dia do Folclore 20 anos de atividades. O grupo criado por Walson Botelho e Ninho Reis irá apresentar um espetáculo especial. No Teatro Castro Alves, neste domingo, às 20 horas, quando reviverá no palco duas décadas de dedicação às manifestações populares, representadas através da dança e da música.

Fonte: http://www.atarde.com.br/

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