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Bahia: Lavagem de Santo Amaro reúne 50 mil pessoas e 300 baianas

Especial de Santo Amaro da Purificação: A lavagem da escadaria da igreja matriz foi feita por baianas

Ao som de É D’Oxum tocado pela charanga, o cortejo formado por mais de 300 baianas de todas as idades, em trajes típicos, partiu levando o estandarte em direção à escadaria da Igreja da Purificação. Até crianças de colo ingressam na fé dos festejos e envergam seus trajes africanos para participar da Lavagem de Santo Amaro (a 71 km de Salvador), que aconteceu neste domingo, 31 na cidade mais famosa do Recôncavo baiano.

Muitos dos que acompanhavam as filhas e filhos-de-santo no pequeno trajeto empunhavam lanças de flor de cana-de-açúcar. “Venho todos os anos, desde que me entendo por gente, pedir as bênçãos de minha mãe. É ela quem me vale nos momentos de aperto e enche minha vida de graças”, declara Valdelice Antunes, dona de casa, 52 anos.

Fugindo do calor e  empurra-empurra da concentração para a saída, muitas baianas esperaram o cortejo já na igreja, com seus cântaros de água de cheiro. Alguns pais e mães-de-santo desde cedo ofereciam seu axé, com banhos de folhas, milho e pipoca, na escadaria.

Também representando a forte cultura negra do Recôncavo baiano, se apresentaram grupos folclóricos de maculelê e rodas de capoeira. De acordo com a organização do evento, representantes de 40 terreiros de candomblé diferentes marcavam presença na festa.

Após breve discurso do prefeito da cidade, Ricardo Machado, do pedido de paz da baiana Nicinha do Samba e da lavagem do adro da igreja matriz, a charanga levou os participantes até a  Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, onde as baianas fizeram as últimas oferendas.

Quem se encarregou de animar os foliões (estimados em 50 mil) na parte profana da festa foram as bandas Chita Fina, Tribahia, Banda Clã, Banda Cactus e On The Floor. A Timbalada e o grupo de pagode Saiddy Bamba comandaram o bloco Tô na Aba.

Nesta segunda-feira, 1º, quem faz show na cidade é: Odoiá, Namoro Novo e Frank e Alex. A festa segue até terça, 2, com Reizinho, Eduardo Alves, Seu Maxixe e Silvano Salles.

Este ano, a sambista Dona Edith do Prato, morta no ano passado, foi homenageada. Seu nome e rosto estampavam placas espalhadas pela cidade.

Dona Canô – Na porta de casa, dona Canô, 102 anos, sentada numa cadeira de rodas, aguardava. Ela que sempre esteve à frente dos festejos de Nossa Senhora da Purificação, este ano precisou se contentar em ser mera observadora da Lavagem de Santo Amaro.

Ao lado da filha Maria Bethânia, cercada de convidados, familiares e curiosos que se acotovelavam e tentavam fotografá-la, a matriarca da família Velloso só pôde ver a saída do cortejo das baianas e da charanga. Ainda que um pouco contrariada por não acompanhar a festa do jeito que gosta, dona Canô parecia animada.

Por conta de uma queda no início do mês, que lhe causou uma fissura no fêmur, pela primeira vez ela não participou das novenas iniciadas 26 de janeiro, nem da tradicional lavagem que acontecem todos os anos durante a Festa da Purificação de Santo Amaro. Diante da situação atípica, sua família montou uma espécie de camarote em frente à casa.

Fonte: A Tarde – http://www.atarde.com.br/

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