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Bahia: Vandalismo e Desrespeito ao Grande Mestre

Mestre Cabeludo, Porto da Barra, desabafa e alerta para a importância da “imagem em homenagem” ao Grande mestre e criador da Capoeira Regional… Apela aos capoeiristas por uma maior mobilização e crítica o desrespeito e a falta de interesse dos governantes da Bahia…
Iêêê Viva seu Bimba!!! (Ver Video)

 

Obra em homenagem a capoeirista é atacada

O monumento em homenagem a mestre Bimba foi vandalizado no dia 31 de agosto, conforme a Fundação Gregório de Mattos. Da peça foi retirado o medalhão com a efígie do lendário capoeirista. A obra é de M. Kruchewsky e foi instalada em 1982, feita em bronze com a técnica da fundição.

A peça tem a seguinte descrição: “O  monumento é composto de placa de concreto vertical, em forma de berimbau, onde está aplicada efígie circular em bronze.  A base é baixa triangular,  também em concreto, e nela está aplicada placa de bronze, com inscrições alusivas ao homenageado”.

Trajetória

Informa que Mestre  Bimba  (23.11.1900  – 5.2.1974)  começou sua carreira aos 12  anos de idade jogando capoeira Angola, a mesma que ele ensinou por 10 anos. Durante o período em que a  capoeira e qualquer  outra  manifestação da cultura  negra eram proibidas, ele conseguiu, junto com a Secretaria do Estado da Bahia,  manter  aberta a primeira academia reconhecida de capoeira.

Em 1932, mestra Bimba consegue de fato a liberação da prática da capoeira e, com ela, a liberdade de todas as outras formas de manifestação da cultura negra.

Nesse mesmo ano, é fundada a sua primeira academia, a primeira a ser especializada em capoeira e a ter um alvará de funcionamento. No gramado próximo ao monumento é comum capoeiristas se reunirem para ciscar a luta, uma marca da Bahia.

 

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Ainda Mais Vandalismo e Desrespeito

O monumento Cetro da Ancestralidade, de mestre Didi, (Deoscóredes Maximiliano dos Santos), implantado num pracinha da rua da Paciência, no bairro do Rio Vermelho, foi alvo de vandalismo. Duas esculturas de pombas em bronze, que ficavam na parte de cima do monumento, sumiram.

A Fundação Gregório de Mattos, responsável pela manutenção de monumentos de rua da cidade, registrou ocorrência na polícia e vai restaurar a obra. Outra escultura de rua também foi atacada por ladrões na orla: a peça que homenageia mestre Bimba, situada numa praça em frente ao Quartel de Amaralina, teve o medalhão de bronze levado.

Milena Tavares, gerente de sítios históricos da Fundação Gregório de Mattos, disse que a prefeitura vai substituir as peças levadas por outras de material não atraente para os ladrões, a fibra e o vidro.

Ela ficou surpresa como as pombas do Cetro da Ancestralidade foram furtadas, pois ficam situadas a cerca de sete metros do solo. “Nós melhoramos a iluminação dos monumentos, cercamos com gradil, mas mesmo assim não se consegue evitar esses roubos” disse. O sumiço das pombas foi notado na quinta-feira, 3, pelo Blog do Rio Vermelho, que buscava explicação para o desaparecimento das peças.

Herança africana

O Cetro da Ancestralidade foi instalado no local em fevereiro de 2001. A escultura é feita em bronze e mede sete metros de altura.

Conforme o site da Fundação Gregório de Mattos, a  escultura “é  um  marco  da  herança africana, uma obra  de arte e um objeto sagrado que  utiliza elementos significativos da sua herança cultural, responsável pelo legado civilizatório que marca  nossa identidade. Foi localizado de forma a ter como fundo a linha do horizonte infinito do oceano, em direção à África”.

Indignado com o vandalismo, o presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro, lamentou o ataque dos monumentos de Salvador e diz que os ladrões têm “arte do cão” para conseguir retirar as peças da obra de mestre Didi em local tão alto.

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