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Mestre Dinho Nascimento & Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene

O berimbau é um instrumento de resistência cultural que atravessou o Atlântico e, no Brasil, tornou-se símbolo de luta pela liberdade.

A Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene, formada por capoeiristas, músicos e pessoas da comunidade da Vila Pirajuçara, Butantã, São Paulo, é modelo de inclusão social e sustentabilidade que valoriza a capoeira enquanto manifestação e patrimônio cultural brasileiro. Contar com mestres, contramestres e professores de capoeira, caracteriza interpretação própria e singular de ritmos brasileiros como o samba de roda, ijexá, congo-de-ouro, barravento, além de ladainhas, chulas e corridos, tudo com arranjos arrojados e inéditos de Mestre Dinho Nascimento.

Os berimbaus são cuidadosamente afinados e agrupados em naipes: berimbau gunga ou berra-boi (som grave), de centro (som médio) e o viola ou violinha (som mais agudo). O “Berimbum”, com som super-grave, é tocado com arco de violoncelo. E o “Berimbau de lata” também tocado com arco, mais parece uma rabeca.

Vozes entoam os versos das ladainhas, corridos e canções. Alguns instrumentos como o guimbarde ou trump (berimbau de boca), agogô, pandeiro, reco-reco, ganzá, triângulo, atabaque, matraca, efeitos diversos e palmas completam a sonoridade.

A orquestra mostra a versatilidade do berimbau como instrumento musical, já que no seu repertório encontramos tanto toques da capoeira quanto outros gêneros da música brasileira.

 

Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene

 

A idéia de uma Orquestra de Berimbaus surgiu nos encontros informais que aconteciam na pracinha do morro, ao cair das tardes de domingo, quando Dinho Nascimento e alguns amigos se reuniam para tocar, jogar capoeira e passar seus ensinamentos aos mais jovens e outros recém-chegados.

Em 2000, Dinho Nascimento dirigiu a Orquestra de Berimbaus do Espetáculo Étnico apresentado aos presidentes dos países participantes da XIX Reunião do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, realizado em Florianópolis (SC).

No 452º aniversário de São Paulo (em 2006), a Orquestra de Berimbaus foi regida por Aluá Nascimento, músico percussionista popular e erudito que também fez os arranjos e a escolha do repertório das apre.sentações no Parque D. Pedro e na Praça do Patriarca, centro da cidade.

Em 2007 a idéia ressurgiu nos cursos oferecidos pelo Projeto Treme Terra (Morro do Querosene) e a Orquestra de Berimbaus tocou nas Oficinas de Percussão do PercPan 2007, festival internacional de percussão.

Em fins de 2007 consolidou-se a formação atual. A Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene foi convidada a participar de um evento da Prefeitura de Santo André (SP). Pouco antes desta apresentação, em 01/11/2007, estreou no CEU Butantã, teatro da Prefeitura de São Paulo. Deste momento em diante, as apresentações se sucederam: SESC-SP (Ipiranga, Campinas, Bauru, Vila Mariana, Interlagos e Taubaté); Festival da Juventude (no Memorial da América Latina); Off-FLIP (Paralela à Feira de Literatura Internacional de Paraty – RJ) quando tocou na histórica Igreja de N.S. Rosário e de S. Benedito; na Virada Cultural 2008, tocando no Largo do Paissandu; na marquise do MAM (Rio de Janeiro-RJ) e no Pepsi-on-Stage (Porto Alegre-RS), participando do evento C&A Pop Music; na Casa de Cultura do Butantã (na Semana da Consciência Negra); pelo Pro-Art, em vários CEUs (Centro de Educação Unificado do Município de São Paulo); na Virada Cultural Paulista 2009, apresentando-se na cidade de São José do Rio Preto; na Casa de Cultura Tainã, Ponto de Cultura em Campinas; em Academias de .Capoeira e nas festividades do Bumba Meu Boi, no Morro do Querosene.

Em dezembro de 2009, a Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene foi contemplada com o título “Ponto de Cultura” do Programa Mais Cultura, uma iniciativa do Ministério da Cultura em parceira com a Secretaria Estadual da Cultura.

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Quase que simultaneamente, a Orquestra foi selecionada pelo Programa de Ação Cultural da Secretaria Estadual da Cultura, ProAC nº18, incentivo para gravação de disco inédito, o que propiciou a gravação deste seu primeiro CD, “Sinfonia de Arame”.

Em janeiro/2010, a Orquestra apresentou-se no Centro Cultural da Marinha, participando de um evento de intercâmbio cultural com estudantes vindos de Dubai (Emirados Árabes). E em março, esteve em Fortaleza onde se apresentou no Centro Cultural Dragão do Mar, por ocasião da TEIA Brasil 2010, E em setembro, participou do Mutatis, evento realizado pela FUNARTE/SP para reflexões sobre a população em situação de rua.

Em 31/outubro/2010, a Orquestra lançou seu primeiro CD, “Sinfonia de Arame”, no Auditório Ibirapuera. Neste show de lançamento, participaram: Cecília Pellegrini, João Nascimento, Gabriel Nascimento, Bico-Duro, Fábio Salém, Gilvan Capoeira, Décio Sá, Paulinho Baraúna, Jorge Fofão, Droca, Djavan, Fernando Soares e Paulo Pixu. Participações especiais: Nasi, Orquestra de Tambores de Aço (Casa de Cultura Tainã), Quarteto Pererê (Kiko, Tchelo, Edin.ho e Alessandro) e Tião Carvalho. Na projeção de imagens,Leila Monsegur. Na assessoria técnica de som, Beto Mendonça. Na assistência de produção: Vani Fátima, Roberta Smith, Lourival Miranda e André Miguel de Jesus.

2011 foi um ano de grandes mudanças que culminou com a atual formação da Orquestra: Bico-Duro, Cecília Pellegrini, Creusa, Fábio Salém, Filipe Soares, Gabriel Nascimento, João Nascimento, Jorge Fofão, Klaus, Laura, Madrugada e Rubens Rossin.

Destacamos: em 19/março/2011, Ensaio Aberto no Parque da Previdência; 10/abril, apresentação na ManiFestAção em Defesa da Fonte, no Morro do Querosene; 28/abril, apresentação no Abril Mais Cultura, no C.C. Vladimir Herzog, Diadema; 14/maio, na Virada Cultural Paulista, Sorocaba; 21/maio, Ensaio Aberto na Casa do Hip Hop, Diadema, no projeto Cículo de Trocas do programa Interações Estéticas; 11/junho, na Fundação Ema Klabin; 30/julho, Oficina Construção de Berimbaus; 19/agosto, apresentação no Teatro Municipal de São Sebastião; 12/outubro, na Rua da Fonte, na abertura para o espetáculo teatral “Peabiru, o caminho suave”; 22/outubro, III Entoada Nordestina, em São Caetano do Sul; e, pelo Pro-Art, programa da Secretaria Municipal de Educação do Município de São Paulo, apresentou-se em diversos CEUs (Centro de Educação U.nificado).

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