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Toca Ogan mostra que o berimbau vai além da capoeira

Instrumento é protagonista do primeiro álbum solo do percursionista da Nação Zumbi

O percussionista Toca Ogan, velho conhecido do Recife por integrar a emblemática Nação Zumbi e acompanhar o músico Otto, apresenta nesta quinta-feira (25), a partir das 20h, no Teatro Boa Vista, o fruto de uma pesquisa que já dura 17 anos sobre o berimbau. Diferentemente de como é normalmente associado, Toca Ogan mostra em Desatando o laço, seu primeiro álbum solo, que o instrumento não é exclusividade das rodas de capoeira.

Na apresentação, o músico promete trazer o instrumento para a frente do palco e mostrar o quão versátil poder ser a sonoridade extraída dele, com arranjos bem produzidos que vão muito além do que comumente se imagina. “Quando as pessoas pensam no berimbau, pensam logo na capoeira. A minha intenção é justamente mostrar que ele pode ser explorado de outras formas. Você poder criar arranjos e tocar o ritmo que quiser. Assim como outros instrumentos, ele também tem notas e afinação, só depende do instrumentista saber explorar isso”, explica o músico. No álbum, Toca Ogan mostra esta versatilidade natural ao explorar ritmos como o frevo, maracatu, ciranda, samba, coco de roda, baião e até o funk.

“Na época do Da lama ao caos (Chico Science & Nação Zumbi, 1994), quando comecei a tocar o instrumento, eu também só sabia o ritmo da capoeira. E, desde então, eu venho tocando o berimbau para nações afro-brasileiras, como a umbanda, nagô, xambá e, mais recentemente, angola. Eu passei por esses caminhos até chegar onde cheguei, levando a nossa cultura comigo, porque ela precisa ser mostrada para todo o mundo. As pessoas precisam cantar, dançar, explicar e mostrar que nossa nação é forte”, complementa. 

Na verdade, segundo Toca Ogan, o berimbau é ainda mais complexo do que um observador alheio pode imaginar: “São cinco instrumentos em um só: o seixo (pedra utilizada para alcançar as notas musicais), a cabaça, a biriba (vergão de madeira), a baqueta e o caxixi. E é preciso ter uma relação muito próxima com essas cinco partes para poder desenvolvê-las musicalmente”. 

Para ele, mais do que resultado de uma pesquisa puramente musical, o disco está diretamente associado à sua vivência espiritual, o respeito pelas raízes e ancestralidade, assim como a procura por uma evolução. Desatar o laço é, como define, “uma busca individual pelo desenvolvimento interior”.

Assim como o álbum, que é repleto de parcerias, o show conta com a participação dos amigos Zé Cafofinho e Clayton Barros, entre outros.

Fonte: http://jconline.ne10.uol.com.br/

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