O “renascimento” da capoeira no Rio de Janeiro
A capoeira no Rio de Janeiro retomou sua força coletiva apartir de meados do séulo XX
A antiga capoeiragem das maltas que dominaram as ruas do Rio de Janeiro, capital do Imperio (1822-1889), fora desarticulada pela polícia assim que foi instaurada a ordem repúblicana no país. Luis Sérgio Dias, em “Quem Tem Medo de Capoeira”, defende que a capoeiragem encontrou assim sua “morte”. O que significa dizer que a capoeira perdia sua força agregadora, desfazendo-se as associações de capoeiras, as maltas, por conta da ação repressiva da polícia sob o comando de Sampaio Ferraz (chefe de polícia), o Cavanhaque de Aço.
Na primeira metade do século XX a capoeira sobrevive no cotidiano dos malandros, dosbambas, que tinham aprendendido os movimentos corporais e outras heranças culturais dos antigoscapoeiras. Este período de transição na história da capoeira carioca, entre a antiga capoeiragem dasmaltas e os atuais grupos de capoeira, encontra seu termo com a chegada de três capoeiristas baianos: Mestre Artur Emídio, Mestre Paraná e Mestre Mário Buscapé foram os primeiros a ensinar a capoeira em academias no Rio de Janeiro, em um momento que a esportização e “modernização” da capoeira estabelecia parâmetros que serviram como base de nossas tradições capoeiristas atuais.
As escolas formadas por Artur Emídio, Mestre Paraná e Mário Buscapé nas década de 1950 serviram como importantes fontes de estruturação da capoeira “moderna” no Rio de Janeiro. Atuando a partir da região da Leopoldina (região que comprrende os bairros que acompanham a antiga linha férrea ramal Leopoldina, atual Gramacho-Central), mais precisamente nos bairros de Higionópolis, Bonsucesso e Olaria, seus alunos e ensinamentos serviram de matéria-prima no desenvolvimento de uma rede de capoeristas de onde se multiplicaram grupos de capoeira que se espalharam pela cidade, sobretudo Zona Norte, pelo Brasil e pelo mundo.
Fonte: http://grupoterracapoeira.blogspot.pt/