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Zumbi: Uma vida pela Liberdade!

"O MAIS IMPORTANTE PARA ZUMBI NÃO ERA VIVER LIVRE, MAS LIBERTAR TODOS OS NEGROS AINDA ESCRAVOS"
 
Para todos nós, brasileiros afrodescendentes, ZUMBI DOS PALMARES é o símbolo da resistência.
Identificar, propagar e manter a importância do maior Líder Negro da América Latina e Herói Nacional na construção da cidadania, por sua persistência, conquistas e pelo elevado exercício da liberdade no único sentido que essa palavra comporta, é proporcionar, de antemão, às gerações atuais e futuras, como foi oferecido as nossos antepassados, modelo de dignidade que alimenta a luta pelo reconhecimento ao trabalho do povo negro na construção desse País, ao mesmo em que lutava contra o escravismo mais cruel de que se tem notícia na história da humanidade.
“Zumbi fincou pé em Palmares e aceitou a guerra de posição para defender a possibilidade de um Brasil livre, liderado pelos africanos”.
 
Este foi o verdadeiro sonho de Zumbi, que fez valer o sacrifício e a experiência como legado histórico para as lutas contemporâneas do povo brasileiro.
O exemplo de Zumbi, hoje, continua vivo, não pelo aspecto guerreiro, mas pela perspectiva política. Afinal, sabemos todos que a guerra é uma dimensão terminal da política. Os milhares de quilombos que se organizaram, nos 200 anos seguintes, resistiram e enfraqueceram a escravidão.
Se a crueldade escravista “parece” estar superada por uma pena de ouro que foi colocada nas mãos de Dona Isabel Cristina Leopoldina Augusta, por imposição da Inglaterra, a realidade que se mostrou no dia seguinte – 14 de maio de 1888 – deixou bem evidente o significado daquela assinatura imperial: liberdade para o trabalho livre onde não há possibilidade de trabalho; liberdade para habitar onde quiser onde não há possibilidade de terra; liberdade para ser o que quiser onde não há possibilidade de educação. O dia seguinte ao 13 de maio significou a negação do regime escravista e fez o que pôde para ser a negação do povo negro. Ainda nos dias de hoje, vivemos sob a dissimulação do dia 14 de maio de 1888!
 
O movimento abolicionista, a partir dos anos 1860, conseguiu mobilizar a mais ampla frente popular contra a escravidão, mas não produziu nenhum projeto político, social e econômico para o pós-escravidão. O que registra a nossa história é um total abandono do negro brasileiro no dia seguinte ao 13 de Maio. “Sem projeto de sociedade, ficou dilacerado entre o projeto do Terceiro Reinado e o projeto da República, foi esmagado pelo imigracionismo e pela exclusão política e social, perdeu todos os aliados da véspera, virou um subcidadão.”
Foi no sentido de propiciar um fato que contribua para a superação dessa dissimulação — considerando o espírito de propostas nacionais e internacionais pela eliminação da discriminação racial, e com o objetivo de contribuir para a educação e a cultura dos brasileiros, em respeito aos afro-descendentes, conforme propugna a Lei 10.639/03 — que o GRÊMIO A MULHERADA (instituição de pessoa jurídica, de direito privado, sem fins lucrativos do movimento negro brasileiro, considerada de Utilidade Pública pela Lei Municipal de nº. 6.369/2003 e Lei Estadual de nº. 14.597/2005) indicou ao Poder Público Municipal de Salvador, o projeto de autoria do Senhor Lázaro Souza Duarte (artista plástico) – que trata da inauguração da estátua deste ilustre guerreiro Bantu na Praça da Sé; local em que anteriormente existia a estátua de Tomé de Souza.
Em 16 de novembro de 2005, o projeto recebeu aprovação da Câmara de Vereadores de Salvador sob o nº 3.064/2005, e parecer técnico favorável de nº005/006, do SPHAN.
 
A favor da colocação da estátua na Praça da Sé manifestaram-se 91 Entidades do Movimento Negro Nacional e 1.500 Entidades Negras e Personalidades Baianas também assim o fizeram.
 
A diáspora negra nos trouxe as riquezas religiosas de diferentes tradições, com a força dos Orixás, nossos Deuses e Deusas, vimos orgulhosamente dar a notícia de que o financiamento do projeto foi aprovado pelo Ministério da Cultura do Brasil através Fundo Nacional de Cultura e que o edital para seleção do artista plástico que irá executar a obra , será publicado ainda este ano.
Como bem diz a canção: “A Felicidade do negro, é uma felicidade Guerreira”
 
Wally Salmão
Mônica Kalile
Diretora A Mulherada
www.amulherada.org.br
 
CREDITOS:
Ubiratan Castro: Presidente da Fundação Palmares
Ana Maria Felipe: Coordenadora do Memoria Lélia Gonzalez

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