Gangazumba

“Grande Chefe”, líder negro, chegou ao quilombo de Palmares no tempo da invasão holandesa. Era um africano alto e musculoso. Tinha, provavelmente, temperamento suave e habilidades artísticas – como têm, em geral, os nativos de Allada, nação fundada pelo povo ewe, na Costa dos Escravos. Em 1670, Gangazumba reinava sobre todos os povoados que constituíam Palmares. Juntos, cobriam mais de seis mil quilômetros quadrados: Macaco, na Serra da Barriga (oito mil moradores); Amaro, perto de Serinhaém (cinco mil moradores); Subupira, nas fraldas da Serra da Juçara; Osenga, próximo do Macaco; aquele que mais tarde se chamou Zumbi, nas cercanias de Porto Calvo; Aqualtene, idem; Acotirene, ao norte de Zumbi (parece ter havido dois Acotirenes); Tabocas; Dambrabanga; Andalaquituche, na Serra do Cafuxi; Alto Magano e Curiva, perto da atual cidade pernambucana de Garanhuns; Gongoro; Cucaú; Pedro Caçapava; Guiloange; Una; Catingas; Engana-Colomim… quase trinta mil viventes, no total. Sob o comando de Gangazumba, as aldeias palmarinas haviam se transformado num Estado, com exército, Conselho geral das lideranças, ministros (fâmulos), etc. Gangazumba tratava os ministros de filhos, o ministro da guerra de irmão, os chefes de aldeias (ou mocambos) de sobrinhos, os funcionários e oficiais do exército de netos; as mulheres idosas eram mães.

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