Fé e Alegria – Legado Mestiço Brasileiro

Fé e Alegria – Legado Mestiço Brasileiro

FÉ E ALEGRIA Legado mestiço brasileiro – por Lucia Correia Lima Senac Pelourinho Salvador

Lucia Correia Lima é fotojornalista documentando a cultura afro-brasileira desde o início de sua carreira, quando foi pioneira como mulher, trabalhando na imprensa de Salvador e do sul do país. Na Bahia acompanhou profissionalmente os blocos afros, a capoeira e o candomblé, além das manifestações do Recôncavo Baiano. A importância da cultura negra na vida de Lucia vem desde a infância quando foi iniciada no candomblé. Adulta vivenciou intensamente desde os primeiros carnavais do bloco afros, como Ilê Aiyê, Badauê, Apaches do Tororó e Olodum

Nessa exposição, temos parte da mostra levada para Paris, intitulada Herança Africana, quando foi convidada pela Associação França-Bahia para evento de Renascimento do Pan-africanismo, de valorização do patrimônio africano no mundo. São fotografias da Saída de Iaô, do Ilê Axé Sarapocan de São Francisco do Conde, de Pai Tero. Temo aí um registro do transe de Oxalá, Iansã e Iemanjá e de uma das mais singulares manifestações da região, os Capas Bodes.

A segunda parte da mostra conta com fotografias editadas para a exposição em Salvador, do Carnaval Cultural. As imagens foram produzidas durante a cobertura fotográfica do povo nas ruas e do carnaval no Centro Histórico da cidade de Salvador/Bahia.

Lúcia Correia Lima nasceu em Salvador, mas passou a infância na pequena Alagoinhas, onde aos nove anos se apaixonou pela fotografia. Na praça do coreto, entre um sorvete e outro, se deixava se magnetizar pelo oficio mágico de “seu Joaquim”, o fotógrafo lambe-lambe. Aos 17 anos, em São Paulo, descobriu o jornalismo, na revista REALIDADE da Editora Abril, quando ganhou em equipe o Prêmio Esso de Jornalismo, principal. Sempre escrevendo e fotografando suas matérias, integrou equipes por diversas vezes premiadas pela seriedade e qualidade de seu trabalho. Após a revista Realidade vivenciou a revolucionária experiência de jornalismo independente, em O Bondinho, da Editora Arte e Comunicação, onde fez parte da equipe que ganhou prêmio Esso “de Contribuição à Imprensa”. E na mesma editora montou e manteve o laboratório fotográfico da Revista FOTOGRAFIA. Que teve inicio na famosa casa Fototica.

 

photo

De volta a Bahia trabalhou nos principais jornais de Salvador e nas sucursais dos jornais do sul do país. Como repórter-fotográfico do jornal Tribuna da Bahia dirigido por João Ubaldo Ribeiro e Cid Teixeira, foi a primeira mulher profissional da equipe. Teve centenas de fotos publicadas primeira página. A Tribuna da Bahia foi um jornal que inovou graficamente exatamente pelo respeito ao fotojornalismo. Neste período participou da equipe que criou e editou o jornal independente, Boca do Inferno, também ganhador do prêmio Esso na categoria Regional.

No caderno cultural do Correio da Bahia, deixou sua marca, pois escrevia e fotografava – uma novidade na imprensa nacional – registrando através da câmara e textos os principais acontecimentos, com o realismo dos grandes jornalistas e a sensibilidade dos verdadeiros artistas. Na sucursal do Jornal O Globo fez centenas coberturas nacional, com fotos nas primeiras páginas, como da visita do pop star Michael Jackson e na cobertura da falência do Banco Econômico, além de coberturas presidenciais como José Sarney e Fernando Henrique Cardoso.

Retorna à São Paulo, na Editora Joruês trabalhou como repórter e fotógrafa da revista Brasil Extra. Em seguida na mesma editora na Gazeta de Pinheiros e Leia Livro. Produziu nesta época espetáculos do Arrigo Barnabé e Itamar Assunção, no histórico teatro Lira Paulistana; em São Bernardo dos Campos, produziu a Banda de Pífanos de Caruaru.

Como assessora de imprensa trabalho na prefeitura de São Francisco do Conde e como freelance, publicou matérias na imprensa de Salvador especialmente no jornal A Tarde, Correio da Bahia, Tribuna da Bahia, além de diversos sites e blogs.

Participou dos livros com fotos: Zélia Gattai – Crônicas de uma Namorada – Record; Mestre Bola Sete – A Capoeira Angola na Bahia – Pallas; Jean Yves Domalain – Mucugê: o Diamante da Chapada – Governo da Bahia, – Bahia. Produção Geral; Franck Ribard – Le Carnaval Noir de Bahia – L`Harmattan – Paris. Um olhar reescrevendo o Brasil – A look at re-writing Brazil – da Alfabetização Solidária.

Participou também dos calendários com mais onze mulheres fotografas, produzido por Mônica Simões. Ganhou o prêmio para o calendário de fotos do Sindicato dos Jornalistas com mais seis profissionais de Salvador. Publicou trabalhos nas revistas Carta Capital; Afinal, IstoÉ; no Jornal do Brasil; O Estado de São Paulo e muitos outros da Bahia e nacionais. Foi correspondente da revista especializada “CAPOEIRA” da editora Candeia de São Paulo, escrevendo e fotografando. Publicou ensaio sobre bloco afro Ilê Aiyê para revista Leitura da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, entidade que trabalhou por quase duas décadas documentando todas as atividades.

 

Fonte: http://cadernodecinema.com.br/

Artigos Relatados

0 0 votos
Avaliar Artigo/Matéria
Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários