Na Capoeira, sonhos e vidas de gente humilde

É crescente o número de notas, artigos e matérias que estão sendo veiculados no circuito da informação sobre a capoeira e sua tendência natural de contagiar as pessoas com a sua magia e principalmente através dos elementos lúdicos, esportivos e sociais… enfim… mais uma vez reintegramos o que falamos no início desta semana na matéria: Terra Roxa: Capoeira, Cidadania e Comunidade… é pena que ainda existam muitos capoeiristas que somente enchergam a capoeira como inicio, meio e fim nela mesma…
 
Luciano Milani

Essa é uma entre milhares formas que poderíamos descrever a realidade do Distrito ecoporanguense de Santa Luzia do Norte e em especial do Grupo de Capoieira Senzala Patrimônio dos Pretos.
Formado por pessoas humildes e simpáticas Santa Luzia do Norte consegue conservar toda a simplicidade de localidade interiorana sem se tornar apático as inúmeras portas abertas pela globalização, e encontrou na capoeira o seu marco cultural, social e até mesmo financeiro.
 
O grupo Senzala Patrimônio dos Pretos (nome atribuído antigamente também ao Distrito) formado em 12 de outubro de 1988 tem conseguido façanhas difíceis de serem imaginadas por localidades do mesmo porte. Uma delas, ter levado em junho de 2000, 10 atletas entre 11 e 14 anos a representar Santa Luzia e o Brasil no Projeto “Crianças de hoje, músicos de amanhã” realizada na França contando com a participação de comunidades de 15 países.
 
Acompanhadas de perto por Mestre Rafael fundador do grupo, até hoje as aulas que acontecem três vezes por semana no Centro Cultura Patrimônio dos Pretos preservam as tradições da capoeira descende do tradicional Grupo Senzala surgido em 1966 no Rio de Janeiro e coordenado por Mestre Rafael e seu irmão Paulo, ex-alunos de Mestre Bimba nome de peso na história da capoeira no Brasil. Mestre Rafael busca ainda usar a capoeira com incentivo a escola cobrando dos alunos um bom comportamento e rendimento escolar.
Reconhecida mundialmente a capoeira de Santa Luzia promove a cultura, o social e até mesmo o financeiro com a fabricação de atabaques e berimbaus (instrumentos musicais usados nas rodas de capoeira), vendidos em outras regiões do Brasil e em países como França, Alemanha e Holanda. Um outro fato importante é de Santa Luzia muitos Mestre ali formados atuam na capoeira local, de outros estados e até pelo mundo. São exemplos destes, Serginho (já atuou na França), Kanja e Bigú em Ecoporanga, Nailton no estado da Bahia e Marivaldo em Rondônia.
 
Um dos orgulhos de Ecoporanga, assim é Santa Luzia do Norte, pequena nos aspectos territorial e populacional, mas um gigante em dignidade.
 
Aloisio Mendes e Ebber Menezes
http://www.redesim.tv.br/
 

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