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Nos momentos que antecederam as eleições para escolher os representantes do Pará no Congresso Nacional Constituinte houve a intensificação das discussões e trocas de acusações entre os partidos políticos conflitantes. Tais discussões referiam-se tanto aos acontecimentos ocorridos na capital quanto àqueles que ocorreram nos municípios e localidades do interior do Estado.

O jornal A República de 01/05/1890 publicou um artigo intitulado “Os Democratas Anarchisando”, no qual se atribuía aos integrantes do PRD a autoria de distúrbios na Colônia de Santa Izabel. Foram acusados pelos redatores: o presidente dos democratas, Vicente Chermont, juntamente com o democrata, Agostinho Reis e o comerciante e capoeira Francisco Xavier da Veiga Cabral (A REPÚBLICA. Belém, 01/05/90. p. 1), que era conhecido como Cabralzinho. Os acusados, acompanhados de capangas, teriam promovido provocações e ameaças levando a intensos desentendimentos que ocasionaram o disparo de um tiro que atingiu gravemente um morador do município que assistia ao comício do Partido Republicano do Pará.

Em outra edição de A República, novamente se atribui o conflito aos democratas Agostinho dos Reis e Veiga Cabral. Estes, por liderarem um grupo de capangas, seriam também responsáveis pela crise nervosa que atingiu uma senhora gestante (A REPÚBLICA. Belém, 02/05/90. p. 1). O Democrata, em defesa de Reis e Cabralzinho, argumentava que os dois foram vítimas do governo quando retornavam da localidade de Caraparu, na Colônia de Santa Izabel. Reis e Cabralzinho teriam sido atacados por um grupo liderado pelo subdelegado Antônio Souza Leal que também militava no PRP.

Os democratas eram também acusados (A REPÚBLICA. Belém, 14/06/90. p. 1) de fazer campanha contra o governo pelo interior do Estado, a exemplo de Benevides, onde Agostinho Reis utilizava como arma de campanha política o argumento de que o governo republicano tinha como objetivo acabar com a religião católica. Ao se defenderem, os republicanos – após alguns argumentos – divulgaram o programa do PRD, que também defendia no seu artigo XVIII a separação entre Igreja e Estado.

No documento*, a acusação recaía sobre o subdelegado Antonio de Souza Leal, que teria atingido o Dr. Agostinho Reis com golpes de faca, enquanto a escolta comandada pelo subdelegado segurava Cabralzinho que tentava evitar que seu companheiro fosse atingido. Tanto Reis como Cabralzinho ainda teriam tentado escapar, mas não foram bem sucedidos. O médico democrata tropeçou e ao cair foi imobilizado por Antonio de Souza Leal que “… colocou o pé em sua garganta e com uma faca fez um golpe no peito de Reis.

O cônego Muniz tentou impedir a agressão e também foi ameaçado …” (Auto de perguntas feitas ao Dr. Agostinho Reis e Francisco Xavier da Veiga Cabral em 1890. Cabralzinho travou luta com os homens da escolta, mas acabou sendo agarrado e levado para delegacia.

 

 

 

Fonte: http://www.revistas.ufg.br

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