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Festival promove no Ceará atividades de capoeira e cultura negra

Promover a cultura afrodescendente e a arte da capoeira. Com esse intuito, começa em Fortaleza o V Festival Internacional de Capoeira e Tradições Afrodescendentes – Tribos, Berimbaus e Tambores 2012, que será realizado de 23 a 29 de julho. Nos dois últimos dias, o encontro segue para a praia de Parajuru, a 110km da Capital. O evento é promovido anualmente desde 2008 pelo Centro Cultural Capoeira Água de Beber (CECAB), com a supervisão do Mestre Ratto.

Entre os convidados estão o Mestre Lua Rasta (BA), Mestre Kall (Ave Branca – DF), Mestre Luiz Renato Vieira (Beribazu – DF) e Contramestre Pingo (Aruê Capoeira – DF). Além dos capoeiristas do Ceará, cerca de 50 praticantes de capoeira são esperados no festival, vindos de vários estados do Brasil e de outros países, como Venezuela, Hungria, França, Turquia e Holanda.

“Este ano será especial pela comemoração dos 30 anos da minha prática de capoeira e pelos 10 anos do CECAB. Será um momento de trocas visto que hoje a capoeira é uma das principais difusoras da língua portuguesa no mundo”, afirma Mestre Ratto.

A programação do Tribos 2012 traz como temas principais a sustentabilidade e a educação na capoeira e cultura negra. Os espaços se dividirão entre debates, feiras, exposições, exibições de filmes e outras apresentações culturais. Oficinas de confecção de bonecas Abayomi, de dança afro-cubana e de salsa cubana, de fabricação de instrumentos e de danças brasileiras também integram o festival. Além disso, haverá relatos inéditos sobre a história da capoeira no Ceará, feira da economia do negro e shows.

Enfatizando o momento histórico da capoeira e estimulando o estudo aprofundado da arte pelos praticantes, o debate também acontece nas seguintes palestras: “Cultura afrodescendente e educação”, “A capoeira como instrumento de educação para a cidadania de crianças e adolescentes”, “As transformações que a capoeira pode trazer para a criança e para a cultura corporal”, “Oralidade como transmissor de conhecimento nas comunidades tradicionais de terreiro”,”‘Tá no Água de Beber’: culto aos ancestrais na capoeira” e “Sustentabilidade na capoeira”.

As atividades serão realizadas no Anfiteatro do Dragão do Mar e no Anfiteatro Beira Mar, no SESC Iracema e no Mercado dos Pinhões. Na comunidade do Riacho Doce, onde o CECAB desenvolve um trabalho social, também será desenvolvido um intercâmbio França – Brasil entre jovens do Ceará e jovens da Associação Capoeir’Art de Marseille – França.

 

Serviço

V Festival Internacional de Capoeira e Tradições Afrodescendentes – Tribos, Berimbaus e Tambores

 

Data: Dos dias 23 a 29 de julho (nos dos últimos dias será na praia de Parajuru).

Locais: Anfiteatro do Dragão do Mar e Beira Mar, SESC Iracema e Mercado dos Pinhões.

Mais informações: www.ecab.org.br

 

Fonte: Agência da Boa Notícia

 

Sobre o CECAB

 

O CECAB é uma associação civil sem fins lucrativos de Utilidade Pública Municipal e Pontinho de Cultura de Fortaleza, fundada em 2002 por Robério Queiroz, conhecido na capoeira como Mestre Ratto. Nossa missão é valorizar e difundir a cultura afrobrasileira e promover a inclusão social de famílias em situação de vulnerabilidade social e pessoas com deficiência.

 

Missão:

Oficina de Instrumentos: Fabricação de atabaque, berimbaus, pandeiro e instrumentos afins, aulas de percussão;

Palestras sobre educação: Sexualidade, saúde, comportamento, preservação do meio ambiente;

Reforço e acompanhamento do desempenho escolar;

Enriquecimento da cultura: Palestras, demonstrações culturais, aulas de dança oficinas de teatro;

Alimentação Básica: Lanches durante as atividades, doação de cestas básicas

Integração com a comunidade: Promover atividades que envolvam os pais das crianças.

Aulas de Apoio: Aulas de reforço escolar onde as crianças podem ser orientadas no conteúdo disciplinar da escola.


Objetivos:

Criar turmas de aprendizado da capoeira em diversos bairros da cidade, resgatando a cidadania de crianças e adolescentes em situação de risco social.

Preservar e difundir a cultura afro-brasileira através dos ensinamentos de uma de suas mais populares expressões: A Capoeira.

Transformar a capoeira num ofício, habilitando o aluno a exercer a atividade profissionalizante.

Respeitar e defender os direitos das crianças.

Informar e conscientizar a população dos problemas enfrentados por crianças que não tem acesso aos recursos básicos de sobrevivência e vida decente, sensibilizando a sociedade através de campanhas realizadas pelo projeto;

Adquirir subsídios através de doações e adoções (que coletam dinheiro) para investir em trabalhos que já foram iniciados e organizados em Fortaleza pelo Capoeira Brasil.

Enriquecer o método de Educação lúdico abordado através da capoeira, incentivando a participação do jovem nas manifestações culturais;

Capacitar professores de capoeira;

Contribuir com o turismo no Ceará, apresentando espetáculos e apresentações durante a alta estação de férias oferecendo melhores e mais ricas opções de lazer e entretenimento e incentivando a presença dos visitantes para conhecer um pouco da cultura do Brasil;

Divulgar a arte da capoeira, não apenas no seu aspecto esportivo, mas também como manifestação da cultura;

Divulgar a participação dos afros – brasileiros na construção da nação e da história;

Desenvolver a formação de crianças, jovens e adultos, possibilitando uma formação cultural mais ampla através de espetáculos.

A participação da Criança no Projeto

 

Para participar do projeto o aluno tem que em principio, freqüentar a escola. A exigência quanto à escolaridade faz sentido na medida em que, como é sabido, o desligamento da escola é o primeiro passo para a criança ou adolescente ser engolido pela engrenagem que embrutece, marginaliza, finalmente leva ao crime. Aqueles que não estudam são orientados a retornar à escola, recebendo um acompanhamento mais sistemático.

O aluno do Água de Beber, basicamente, pertence à família de baixa renda, que recebe de zero a três salários mínimos inserida no mercado informal de trabalho. São meninas e meninos pobres que estudam em escolas públicas. Alguns até trabalham para ajudar no sustento da família. No processo de formação, são levados em consideração os diversos aspectos da vida do aluno, relacionados com a etnia, família, educação sexual, uso de drogas, escolaridade e cidadania.

Alem desses fatores, há a possibilidade de transformar a capoeira num oficio, habilitando o aprendiz – elemento multiplicador – a exercer uma atividade profissionalizante.

A metodologia arte-educação tem transformado o comportamento dos jovens. É a descoberta do indivíduo que passa a se reconhecer como ser pensante, com um olhar mais criativo e indagador. Impulsiona a continuidade do trabalho e nos dá energia para prosseguir na luta para construção de um futuro melhor.

A existência desse projeto é de grande importância para a sociedade e urge a necessidade de manter ampliar e revitalizar o núcleo.

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