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Bahia – Projeto capacita capoeiristas o mercado cultural

“Além de estimular o lado empreendedor de cada um de nós, ampliar nossa visão da capoeira em outras esferas culturais, aprendemos a aprimorar a análise técnica para concorrer aos editais, de forma mais justa, com outras pessoas que já fazem projetos”.

Assim a capoeirista Ivanildes Souza, aluna do mestre João Pequeno de Pastinha, resumiu o resultado do curso conduzido pela gestora cultural e mestre em Cultura e Sociedade Daniele Canedo sobre ‘Gestão e elaboração de Projetos Culturais’, que terminou na quarta-feira (30) no Forte de Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador.

Ivanildes está inscrita, junto com outros 79 capoeiristas, no Projeto Capoeira – Educação para a Paz que a Secretaria de Cultura promove através da Superintendência de Cultura e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), autarquia estadual que já registrou a capoeira como bem imaterial baiano, administra e faz a manutenção do Forte de Santo Antônio.

O projeto, que finaliza a primeira turma até final de agosto, promove cursos gratuitos para grupos, mestres e professores de capoeira de Salvador, totalizando 160 horas de aulas proferidas por 27 instrutores, especialistas em diversas áreas culturais e educacionais.

Segundo o diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça, depois que o poder público registra uma manifestação cultural como patrimônio imaterial, passa a atuar com ações de salvaguarda.

“Esse projeto, por exemplo, já prepara o capoeirista para inserção no mercado cultural e educacional, o que auxilia o ensinamento e, conseqüentemente, a continuidade desse bem cultural”, explica Mendonça.
O Ministério da Cultura (MinC) classifica a capoeira como o bem intangível brasileiro mais difundido no mundo, com presença confirmada em mais de 150 países.

O projeto vai formar capoeiristas-educadores visando a construção de um currículo escolar voltado para a educação das relações étnico-raciais e para a inclusão da capoeira nos currículos escolares como disciplina.

O projeto é uma das iniciativas que faz valer a Lei Federal 11.645/2008, que institui a obrigatoriedade da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nos currículos oficiais da rede de ensino brasileira.

A coordenadora do Projeto, socióloga Nivalda Costa, disse que os alunos aprendem e discutem temas como elaboração e gestão de projetos, políticas públicas e cidadania, a importância da institucionalização dos grupos de capoeira e captação de recursos.

A intenção é orientar os capoeiristas-educadores na construção de projetos, com atenção especial aos principais editais nacionais, como o Capoeira Viva, e nacionais/estaduais, como o dos Pontos de Cultura. As aulas tratam também da natureza e criação de entidades sem fins lucrativos.

“O mais importante é que a capoeira seja vista como cultura”, disse a professora Daniele Canedo. Ela esclarece que o curso não quer apenas informar como fazer um projeto cultural, mas municiar os participantes de ferramentas que proporcionem uma auto-sustentabilidade profissional.

O projeto “Capoeira – Educação para a Paz“ é composto por duas turmas de 40 alunos cada e abrange 30 módulos. A metodologia é a do “círculo de cultura”, desenvolvida pelo educador Paulo Freire, buscando aproximar o caráter dialógico e inclusivo da capoeira como vivências pedagógicas colaborativas.

Reconhecimento

A capoeira é registrada, através do IPAC, como patrimônio imaterial da Bahia, desde dezembro de 2006, pelo IPHAN desde do último dia 15 de julho, além de ser uma prática cultural que acontece em todos os estados do Brasil e o bem cultural brasileiro mais difundido no mundo.

Fonte: AGECOM

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