Aquecimento Terrestre
- Aquecimento Terrestre
O clima da Terra está mudando. Secas na Amazônia, enchentes da Argentina e sul do Brasil, expansão da malária e dengue, derretimento de geleiras próximas aos pólos do Planeta. Especialistas afirmam que estas são as primeiras manifestações das mudanças climáticas que enfrentaremos em futuro próximo provocadas por alterações na composição química da atmosfera do planeta.
A indústria, a produção de energia e o transporte queimam quantidades gigantescas de petróleo, carvão mineral e gás natural gerando anualmente bilhões de toneladas de gás carbônico que são lançadas à atmosfera, alterando assim o seu delicado equilíbrio. O problema é que o gás carbônico trabalha na atmosfera como as paredes de vidro numa estufa de plantas tropicais, segurando parte do calor que na sua ausência seria perdido para o Universo.
Se queimarmos mais de um quarto das reservas hoje conhecidas de petróleo e outros combustíveis fósseis estaremos quebrando de vez o equilíbrio climático e impossibilitando talvez o futuro das novas gerações.
Este futuro não é necessário. Todos os dias o Sol nos envia energia mais que suficiente para a satisfação das necessidades presentes e futuras da humanidade. Tecnologias de aproveitamento da energia solar e de outras fontes renováveis de energia estão disponíveis.
Em nome das gerações futuras, a humanidade deve exigir das indústrias de energia e combustíveis, e também dos governos das nações,ação imediata para substituição do consumo de combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia.
Como os especialistas conseguem medir o aquecimento terrestre ?
Existem quatro métodos. Pelo primeiro, entre 10 mil e 15 mil estações terrestres do mundo registram as temperaturas da superfície da Terra. Muitas delas fazem leituras diárias. Muitas dessas estações estão sendo automatizadas. Numerosos países, como Inglaterra, Alemanha, Rússia, Estados Unidos e Austrália, têm redes semelhantes de voluntários.
De acordo com o segundo método, várias centenas de estações em todo o mundo enviam balões de radiossonda, equipados com transmissores que, entre outras medições, coletam dados sobre a temperatura, em vários níveis na atmosfera. Os dados são transmitidos a observadores em terra para registro.
Centenas de medições de temperatura da superfície do mar realizadas diariamente formam um terceiro modelo de cálculo. Algumas são feitas por bóias oceânicas, especialmente configuradas, como a série de 70 unidades interligadas que a NOAA mantém em torno do Pacífico Equatorial. Outras leituras são feitas com sensores transportados por navios transoceânicos.
Pelo quarto método, desenvolvido nos últimos vinte anos, satélites orbitais registram a temperatura em numerosas altitudes, medindo a radiação emitida por moléculas ativadas no ar.
Mesmo com diminuições marcantes, pode ser preciso esperar muito tempo, pois alguns gases, como o CO2, podem durar 100 anos ou mais na atmosfera quanto entram em circulação. Também há outras razões, envolvendo a física dos oceanos.
A Terra se aqueceu 5 graus centígrados desde o fim da última era glacial, encerrada há cerca de 10 mil anos atrás. Portanto, o aquecimento de 0,5 graus deste século ocorreu 10 vezes mais rápido.
Prevê-se que a maior parte do aquecimento ocorrerá entre 40º N (a latitude da Filadélfia) e 70º N (os extremos setentrionais do Canadá e da Sibéria). É aí que a maior parte do aquecimento da superfície tem ocorrido no século 20.
Discordâncias
Mesmo com toda a tecnologia, os cientistas não chegaram a um acordo sobre algumas questões importantes sobre o clima. Por exemplo, sensores instalados em terra e na superfície dos oceanos mostram um aquecimento constante nas duas últimas décadas, mas os satélites que monitoram a temperatura em baixa altitude mostram ligeira tendência de resfriamento.
As principais previsões climáticas vêm de simulações da atmosfera feitas em computador, mas suas conclusões dependem de pressupostos incertos, como a forma com que os oceanos interagem com a atmosfera ou como a elevação da temperatura altera o comportamento das nuvens.