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Ministro Gilberto Gil lança projeto – CAPOEIRA VIVA

O Ministério da Cultura, o Museu da República, a Associação de Apoio ao Museu da República e a Petrobras lançam o projeto “Capoeira Viva”, um programa nacional abrangente, que visa valorizar e promover a capoeira como bem cultural brasileiro.

Ministro Gilberto Gil lança projeto “Capoeira Viva”

O Ministério da Cultura, o Museu da República, a Associação de Apoio ao Museu da República e a Petrobras lançam o projeto “Capoeira Viva”, um programa nacional abrangente, que visa valorizar e promover a capoeira como bem cultural brasileiro.

O secretário executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, repassará R$ 930 mil a iniciativas qualificadas que procuram fazer o reconhecimento da capoeira como uma das mais importantes manifestações culturais do país. O projeto apoiará oficinas, pesquisas, acervos culturais e atividades que usam a capoeira como instrumento de cidadania e inclusão social. O programa Capoeira Viva concederá apoio financeiro a projetos de estudos e pesquisas no valor de R$ 20 mil, num total de R$ 360 mil; para as ações sócio-educativas doará cerca de R$ 300 mil, e para apoio a acervos documentais, o projeto repassará R$ 270 mil.

O “Capoeira Viva” promoverá a realização de seminários nacionais sobre a capoeira, a criação de um site sobre o tema e a escolha de 50 mestres que, por sua história de vida, sua participação na preservação da capoeira, na formação de outros mestres e por sua importância regional, receberão bolsas de estudo a fim de que, por meio de oficinas e palestras, possam dar seus depoimentos e subsidiar estudos e publicações futuras sobre a capoeira.

O Museu da República, no Rio de Janeiro, foi escolhido pelo Ministério da Cultura para sediar o projeto pelo seu caráter simbólico: foi a foi a sede da Presidência da República do Brasil, entre 1897 e 1960. “Na história da República no Brasil, o respeito aos princípios republicanos não foi a máxima adotada em vários períodos da vida política de nosso País. A Capoeira é um triste exemplo do não respeito à cultura brasileira, principalmente a dos mais pobres e dos negros, cidadãos do Brasil”, afirma o diretor do Museu da República, Ricardo Vieiralves.

Dança, jogo, luta e expressão cultural dos negros escravos, a capoeira foi perseguida e considerada ato criminoso, além de associada a uma infinidade de preconceitos e discriminações. O tema vem sendo bastante investigado e não faltam pesquisas sobre ele. Apesar da profusão de fontes, as polêmicas sobre o assunto se justificam pela dificuldade em encontrar documentos que relatem a vida dos escravos no Brasil. Isso porque, com o intuito de apagar da memória brasileira essa "lamentável lembrança", Rui Barbosa, ministro da Fazenda em 1890, mandou queimar todos os papéis que se referiam à escravidão. Neste ano, a prática de capoeira foi proibida. Quem a praticasse poderia ser punido com até seis meses de detenção. A interdição perdurou até 1937. Um momento importante ocorreu em 1953, quando Manuel dos Reis Machado, o mestre Bimba, e seus discípulos, apresentaram-se no palácio do governo da Bahia, numa demonstração especial para o presidente Getúlio Vargas.

Hoje, a capoeira é esporte, cultura e fator de transformação social, de exercício crítico da cidadania e da conscientização pessoal questionadora e até modificadora das estruturas sociais. Enquanto instrumento de educação, a capoeira apresenta possibilidades de formação de crianças e jovens, principalmente no que se refere à integridade física, psicológica e social.

Apresentação

O Ministério da Cultura do Brasil, o Museu da República, a Associação de Apoio ao Museu da República e a Petrobras têm a honra de proporcionar aos capoeiristas de todo o Brasil o primeiro Programa de valorização e promoção da capoeira como bem cultural brasileiro – Capoeira Viva.

O Museu da República foi escolhido pelo Ministério da Cultura para sediar este projeto pelo caráter simbólico que este ato promove. Na história da República no Brasil, o respeito aos princípios republicanos não foi a máxima adotada em vários períodos da vida política de nosso País. A Capoeira é um triste exemplo do não respeito à cultura brasileira, principalmente a dos mais pobres e dos negros, cidadãos do Brasil.

Dança, jogo, luta e expressão cultural dos negros escravos, foi perseguida pela Polícia do Estado Republicano, considerada ato criminoso, e associada a uma infinidade de preconceitos e atos discriminatórios. O Museu da República, que foi a sede da Presidência da República do Brasil, de 1897 a 1960, resgata esta dívida republicana e reconhece a Capoeira como uma expressão brasileira de valor imprescindível para o Patrimônio Cultural Nacional.

O Ministro Gilberto Gil e o Secretário Executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, são os responsáveis por este belo ato de reconhecimento e apoio à Capoeira em todo o Brasil. Pela primeira vez na história republicana o Estado apóia um programa nacional abrangente, que incluirá: seminários reflexivos, ações educativas, recuperação de acervo e memória e, principalmente, a realização de uma justa homenagem aos GRANDES MESTRES da Capoeira no Brasil.

O Ministério da Cultura, coerente com o seu plano de trabalho, que considera a diversidade cultural o bem maior de nosso País, sabe que apoiar a Capoeira é, sem dúvida alguma, amar o Brasil.

Esperamos que este Programa tenha a adesão de todos os capoeiristas brasileiros.

Nossos sinceros agradecimentos à Petrobras pelo seu compromisso com o Brasil.

Rio de Janeiro, nos 117 anos da Proclamação da República.

Ricardo Vieiralves

Diretor do Museu da República

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