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Ceará: Capoeira é usada para a inclusão social

Um projeto utiliza a capoeira para melhorar a coordenação motora e a inclusão social de portadores de necessidades especiais

Uma roda de capoeira muito especial. Crianças, adolescentes, jovens e adultos não perdem um lance. Acompanham, muito atentos, os movimentos dos braços e pernas de quem está no jogo. Cantam, batem palmas, sorriem. A prática do esporte é um momento de socialização, de integração de autista, portadores de Síndrome de Down, de deficiência visual, com paralisia e deficiências múltiplas. Essa turma tão familiarizada com o esporte, mora em Guaiúba e é assistida pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

Há um ano, a Apae enviou um projeto solicitando o apoio da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS). E conseguiu implantar o Projeto de Capoeira Inclusiva com a orientação de Eraldo Gabriel de Sousa, o Mestre Beija-Flor, que há 12 anos desenvolve o projeto no Brasil, e do professor Edy Oliveira, mestre em capoeira que está se especializando em educação inclusiva.

O resultado está sendo tão positivo que, segundo o professor Edy, o aluno Josivan, 23, que tem dificuldades de aprendizagem, está quase pronto para ser mestre da capoeira e dar continuidade à prática aos 35 alunos da Apae. Edy Oliveira, 24, também dá aulas para crianças e adolescentes, em Guaiúba, através de projeto desenvolvido com a Secretaria da Cultura. “São mais de 200 alunos”, diz e acrescenta que a capoeira está sendo iniciado em Redenção.

“A inclusão é um processo sem volta”, diz Edy Oliveira e com ele concorda o sergipano Eraldo Gabriel de Sousa, o Mestre Beija-Flor, que já implantou o projeto em outros estados como São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Maranhão e Pará. “A inclusão é uma grande arma para diminuir o preconceito e as barreiras sociais. Amplia os horizontes das pessoas portadores de necessidades especiais, além dar mais equilíbrio ao corpo e elevar a sua autoestima”, diz o mestre Beija-Flor.

Os resultados da capoeira inclusiva para os que são atendidos pela Apae de Guaiúba também são ressaltados pela conselheira Fátima Maria Leitão Araújo. Ela cita o exemplo de um paciente de 30 anos que não conseguia andar direito e, com a prática da capoeira, adquiriu confiança, melhorou sua expressão corporal e coordenação motora.

“Já houve até apresentação da turma de capoeiristas na cidade de Pacoti. É um projeto que contribui muito para a inclusão social”, constata Fátima Leitão. O mestre Beija-Flor também pretende levar o projeto para Portugal e países da América Latina.

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