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Gato de Botas, Crianças & Capoeira: Projeto comemora o 6º aniversário

{jgquote}Doutores da alma: Crianças atendidas pelo Gato de Botas em aula de capoeira: projeto comemora o 6º aniversário e já atendeu mais de 1,2 mil crianças, utilizando de diversas formas de interagir e fomentar a ludicidade nas crianças. Vale ressaltar a introdução da CAPOEIRA no projeto e suas mais valias como forte aliada no processo de motricidade e poderosa ferramenta de inclusão social.
 
Luciano Milani{/jgquote}
  
Especialistas do projeto Gato de Botas tratam 1,2 mil crianças com dificuldade de aprendizagem; 40% têm distúrbios.
 
A falta de tratamento em estudantes com dificuldade de aprendizagem pode levar à marginalidade. A afirmação é da psicopedagoga Ângela Maria Traldi Cecato, diretora do projeto Gato de Botas em Rio Preto.
O projeto completa seis anos hoje e já atendeu 1,2 mil alunos com dificuldade de aprendizado matriculados na rede pública de ensino na cidade.
Segundo o médico José Alexandre Bastos, chefe do serviço de neurologia infantil da Famerp (Faculdade de Medicina de Rio Preto), cerca de 40% das crianças com mau rendimento escolar apresentam algum tipo de distúrbio mental.
O mais comum, segundo ele, é a dislexia [dificuldade na leitura e escrita], que atinge até 6% das crianças. A discalculia [dificuldade em lidar com os números] aparece em segundo e atinge até 3% dos alunos. Em seguida aparece a disgrafia [alteração de sílabas e letras] e distúrbios secundários como epilepsia, problemas de audição entre outros.
 
“Se a criança não for tratada ela se sente excluída, isolada e busca uma inclusão fora do meio escolar. Daí a facilidade para entrar no submundo”, explica o neurologista.
Ele explica ainda que 60% dos alunos com mau rendimento escolar apresentam dificuldade de aprendizado por razões sociais.
“São causas não cerebrais. Por exemplo, estrutura familiar deficitária, pressão escolar, perda de alguém querido e até mesmo a ausência dos pais”, explica a diretora.
 
Atualmente são atendidas pelo Gato de Botas 300 crianças. Outras 200 aguardam na fila. “O sucesso do projeto é fruto do trabalho multidisciplinar.”
 
Pais participam do tratamento
Além das crianças, o bom resultado do tratamento depende a participação dos pais. “O acompanhamento é importante para os pais compreenderem o problema e auxiliar na motivação do filho”, diz a diretora.
A filha da cobradora Maria Ângela Pereira da Costa foi uma das primeiras a participar do Gato de Botas.
Ela conta que a filha Mariana tem dislexia e que percebeu a dificuldade de aprendizagem quando ela ainda estava na pré-escola.
“Ela não gostava da escola, confundia o nome das furtas e não conseguia reconhecer as letras.”
Mariana estuda hoje na 6ª série da escola Noêmia Bueno do Vale e já comenta em ser fisioterapeuta.
“Ela é outra pessoa hoje. É participativa, gosta de estudar e apaixonada por gibis. Ela já tem uma coleção com mais de 200”, diz.
 
Aprendizagem
 

Projeto
Voltado para crianças de 7 a 12 anos matriculadas na rede pública com dificuldade de aprendizagem. Encaminhamento é feito por professores. No Gato de Botas é feito o diagnóstico e uma equipe multidisciplinar trata o problema
 
Equipe
É formada por pedagogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta, neurologista, neuropsicólogo, psiquiatra e professores
 
Atividades
As crianças freqüentam o Gato de Botas duas vezes por semana, sempre em horário alternado ao da escola. Elas recebem atendimento de especialistas, participam de aulas de recreação (para melhorar coordenação motora), artes e informática. Os pais se reúnem uma vez por semana
 
Tratamento
Depende do problema diagnosticado. Em casos mais complexos as crianças são atendidas por até dois anos. A fila de espera chega a 200 crianças
 

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