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Curso de Capoeira – UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ BARRA, RIO

C A P O E I R A UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ BARRA, RIO

No próximo dia 22 de agosto, sábado, no Campus Akxe, será realizado mais um módulo do Curso de Capoeira, em nível de pós-graduação, sob a coordenação do doutorando João Perelli.
Contando com um corpo docente formado de mestres, professores e doutores brasileiros e do exterior, caberá ao administrador, jornalista e escritor André Luiz Lacé Lopes ministrar o módulo que versará sobre o tema “Processo de Institucionalização da Arte (Marcial) Afro-Brasileira da Capoeiragem”.

Curso de CAPOEIRA, nível pós-graduação
Universidade Estácio de Sá, Campus Akxé
Avenida Prefeito Dulcídio Cardoso, 2.900
Barra da Tijuca – CEP: 22631-052
Barra da Tijuca, RIO/RJ –
Data/Horário: Dia 22 de agosto de 2009, sábado, das 8 às 18 horas
Módulo: Processo de Institucionalização da Arte (Marcial)
Afro-Brasileira da Capoeiragem”.
Professor: André Luiz Lacé Lopes (currículo em anexo)

 

EMENTA

1. Breve apresentação do professor e do módulo. 2. Administração Geral, Administração Pessoal, Administração da Capoeira. 3. Institucionalização da Capoeiragem?  4. “Embranquecimento” e “Aburguesamento”. 5. Historiadores figurativos (RJ). 6. Textos históricos (RJ). 7. Capoeira e o Valetudo (RJ). 8. Roda (acadêmica) Livre.

 

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Bloco I (30 min.)- Breve apresentação do professor e do módulo

1.  “Discípulo que aprende, mestre que dá lição”

2.  A Negaça na Capoeira e o Contraditório na Universidade

3. “Capoeiragem, três projetos fundamentais” (novo livro do palestrante)

4. Realismo do Tempo (Módulo): os dois últimos módulos são extras, como não se pode prever o grau de participação (perguntas & debates), dependerá da disponibilidade do tempo.

Bloco II – (30 min.) Administração geral, Administração Pessoal, Administração da Capoeira

1. Como definir Administração

2. Por que e como administrar nossa própria vida

3. Curso de Capoeira, custo & benefício

Bloco III – (120 min.) Institucionalização da Capoeiragem?

1.  “Institution Building Theory”, conceituação e distorções; possível relação com a Capoeira.

2.   Capoeiragem: origens, fundamentos, ideologia, filosofia e religião – Torre de Babel e o deus marketing

3.   Medidas urgentes, dois exemplos: Memorial da Capoeiragem e Atlas da Capoeiragem.

3.1 O “Movimento Internacional das Capoeiras” (Madrid, Europa), duas palavras, seis exemplos (Mestres Rui Villar,  Beija-Flor, Canela, Coruja, Guará e  Camaleão)

Bloco IV (120 min.) – “Embranquecimento” e “Aburguesamento”.

1.  Conceituação

2. “Blue Note” e o “Uncle Tom” na Capoeira?

2.1 Berimbau & Bateria

3. Parte Rítmica e Cantada

Bloco V (120 min.) – Historiadores figurativos (Rio de Janeiro)

  1. História da Capoeira pelos Jornais e Revistas
  2. Registros raros extremamente reveladores (e curiosamente desprezados)

Bloco VI (60) – Textos Históricos (Rio de Janeiro)

  1. Da lamentável escassez para uma abundância suspeita
  2. Registros raros extremamente reveladores (e curiosamente desprezados)

Bloco VII – Capoeira e o Valetudo – RJ (Opcional, caso haja tempo)

  1. Como e onde nasceu e como mudou de nome (Mixed Martial Art)
  2. A Capoeira no Valetudo
  3. Agenor Sampaio (Mestre Sinhozinho)

Bloco VIII – Roda (acadêmica) Livre. (Opcional, caso haja tempo)

  1. Afinal, o que é Capoeira? 2. A Magia da palavra MESTRE. 3. A indústria dos cordéis. 4. A Profissão de Mestre de Capoeira. 4.1 Discussões da  inúmeras “MINUTAS”. 4.2 Provisionamento. 4.3 Comissões & Subcomissões de Avaliação. 4.4 Mercado de Trabalho para o Profissional da Capoeira. 4.5 Aposentadoria e Pensão. 4.6 O Mestre de Capoeira no Exterior. 5. Os três projetos fundamentais. 6. Apelidos (Alcunha).  7. Capoeira & Diversas Roupagens – – O Conselho Nacional de Educação Física. 8. Capoeiragem & Negritude & Lei º 10.369, de 09.01.2003.  9. Capoeira e o Estado.  10. A Capoeiragem e o deus marketing – O Zelador e a Zeladoria.  11. A Internacionalização da Capoeiragem

Atenção

I  – Para potencializar o aproveitamento do Módulo, recomendo leitura prévia de dois pequenos textos:

  1. “Capoeiragem – Brazilian old street fight”. Atlas do Esporte no Brasil, pág. 396/398. Editora Shape, RJ.
  2. “Apresentação”. Capoeiragem no Rio de Janeiro, 4ª Edição. Editora Europa, RJ.

Ambos os textos estão à disposição dos alunos interessados (em disquete, para cópias). Os demais textos e figuras publicados no “Atlas do Esporte no Brasil” serão também discutidos ao longo do Módulo.

II –  Todos livros, CDs e DVDs comentados durante o Módulo podem ser encontrados na Biblioteca Amadeu Amaral, no Palácio do Catete, RIO/RJ.

 

BIBLIOGRAFIA

 

I – Referências básicas

 

A. Especificamente sobre capoeiragem:

 

SALLES, Vicente. Bibliografia crítica do folclore brasileiro: capoeira. Revista Brasileira de Folclore. Rio de Janeiro: Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, v. 8, n. 23, p. 79-103, jan./abr. 1969.

Pesquisa pioneira. Vicente Salles, além de redator chefe da Revista, era um dos principais pesquisadores da Campanha. Salles já publicou vários trabalhos sobre a Capoeiragem; trabalha, atualmente, na Universidade Federal do Pará

 

BIBLIOTECA AMADEU AMARAL. Capoeira: fontes multimídia. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, Coordenação de Folclore e Cultura Popular, 1996.

Excelente e mais do que oportuno desdobramento da pesquisa de Salles, mas que, tenho a certeza, pode e deve será aprimorado. Não sem razão, portanto, constitui o mote de um dos anexos do presente trabalho. A Biblioteca Amadeu Amaral está situada dentro do complexo cultural do Palácio do Catete (Rua do Catete, 179, RIO / RJ).

B – História e Costumes do Rio de Janeiro e do Brasil

 

FONSECA, Gondim de. Biografia do jornalismo carioca – 1808/1918. Rio de Janeiro: Quaresma, 1941.

Contendo relação de todos os jornais e revistas cariocas que surgiram de 1808 a 1908, e um dicionário de caricaturistas. Fonte para pesquisa de fundamental importância para o pleno êxito do projeto “Memória da Capoeira”.

“Muitas coleções de jornais que consultei na Biblioteca Nacional estão quase desfeitas. Se não forem restauradas acabarão em poucos anos, e o leitor do futuro só terá notícias delas através deste cartapácio”. Gondim de Fonseca, Rio, 1941

 

RIBEIRO, Ida Regina Gomes de Oliveira; SANTOS, Elza Elena Pinheiros dos (Comp.). Bibliografia Carioca. Rio de Janeiro: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, 1995.

Catálogos de periódicos brasileiros microfilmados na Fundação Biblioteca Nacional, 1994.

BRASIL – histórias, costumes e lendas. Editora Três, São Paulo, 1975.

Interessante levantamento sobre cultura popular brasileira, com destaque para danças e  jogos. Além de mencionar, como não poderia deixar de ser, a capoeiragem,  permite perceber  a existência de íntimo parentesco do batuque, com o bambelô (Rio Grande do Norte), o caxambú (Minas Gerais),  o bate-coxa (Alagoas), o jongo, o côco ou zambê, a chula e a pernada carioca. Uma verdadeira tentação, em termos de “reserva de mercado”, na opinião de alguns poucos  professores de educação física excessivamente corporativistas.

BENCHIMOL, Jaime Larry.  Pereira Passos: um Haussman Tropical. Rio de Janeiro,

Secretário Municipal de Cultura, Turismo e Esportes, Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural, Divisão de Editoração, 1990. Coleção Biblioteca Carioca, 330 p. il.

Como já adiantamos, no corpo do livro, recomendamos também  leitura da crônica “O Barão Haussmann”, escrita pelo jornalista Arthur Dapieve (Jornal O Globo, 2 ago 2002).

C  – Métodos de Pesquisa

KAPLAN, Abraham. The Conduct of Inquiry – Chandler Publishing Company, 1964, USA.

Há uma tradição na Capoeira que, longe de desaparecer, vem crescendo atualmente:  a falação de todos os mestres  convidados em algum momento de uma Roda de Capoeira. Com prazer, constato que excelentes oradores continuam surgindo, verdadeiros filósofos da capoeira .. Claro, não faltam, também, discursos vazios, pretensiosos, fantasiosos e sem nenhuma base histórica ou lógica. Para esses, especial e urgentemente,  seria recomendável a leitura de resumo simplificado das idéias de Kaplan – perceptions, beliefs, biases, values, attitudes, emotions!  Talvez até bastasse traduzir algumas linhas que KAPLAN  dedica   ao permanente e muito comum risco de TENDENCIOSIDADE (“Bias” – p. 373).

BASTOS, Lilia da Rocha, Lyra Paixão e Lúcia Monteiro Fernandes. Manual para Elaboração de Projetos e Relatórios de Pesquisa, Teses e Dissertações. Editora Guanabara, 1979, 117 p.

Indo muito além de meia dúzia de sábias sugestões, Dra. Lilia da Rocha Bastos presenteou- o autor com um relógio de bolso suíço – verdadeira relíquia – para que ele pudesse melhor  controlar  e confirmar o longo e mandingueiro tempo de uma verdadeira “volta do mundo”  no Jogo de Angola. Na Capoeira do mundo, a rigor, não existe “volta do mundo”, no máximo, uma “volta (enlouquecida e circense) pelo quarteirão”…

D – Desporto e Capoeira

ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Editora SHAPE, Rio de Janeiro – 2005

Organização Geral, Lamartine DaCosta; Editoração, Ana Miragaya; Programação Visual, Évlen Bispo. Quase 1000 páginas! A Capoeira foi generosamente contemplada com dois longos textos, páginas de fotos e duas Notas surpreendentes sobre a existência da prática da capoeiragem na cidade de Niterói (Rio de Janeiro Antigo) e no Maranhão. Leitura para todo e qualquer professor de educação física e para os mestres de capoeira, especialmente aqueles que já começaram a ensaiar a elaboração de um Atlas da Capoeira para suas respectivas regiões.

II. Bibliografia utilizada e especialmente recomendada

 

1. Livros: Observação: Primeiro por ordem cronológica e

dentro do mesmo ano ,  por ordem alfabética

 

1890   –   AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 30. ed. Rio de Janeiro: Ática, 1997.

Livro comentado ao longo do presente trabalho. Recomend, especialmente, no capítulo X, a leitura atenta do confronto entre o capoeira Firmo e o português Jerônimo (armado com um varapau minhoto).

 

1907   –   “O.D.C.”.  Guia do capoeira ou ginástica brasileira. Rio de Janeiro: Livraria Nacional

Livro duplamente misterioso. Pelo seu autor que não quis aparecer e, sobretudo, pelo seu sumiço da Biblioteca Nacional. Annibal Burlamaqui, tempos atrás,  copiou todo o seu texto (“V – 267 – 1 – 4 – N.16” – não tinha, ainda, desaparecido da BN). Mas não teve, infelizmente, condição de reproduzir as figuras do livro o que seria, certamente, altamente revelador – estilo de jogo da época, movimentos, indumentárias etc. Zuma Burlamaqui, pessoalmente, entregou seu trabalho de cópia ao Dr. Lamartine Pereira da Costa que, por sua vez, repassou para mim. Enviei cópia para Mestre Bogado que teve por bem improvisar, com base no livro de Lamartine, as ilustrações dos escritos de “ODC”. Aliás, segundo Bogado, “ODC” não representa as iniciais do possível nome do misterioso autor; “ODC” significa, simplesmente, “Ofereço, Dedico e Consagro”. Segundo alguns pesquisadores chamava-se  Garcez Palha e foi oficial da Marinha. Pesquisando na Biblioteca da Marinha confirmei que realmente houve um oficial com esse nome, só que morreu muito antes d publicação da primeira edição do mencionado livro. Claro, nada impede que a família ou amigos possam ter resolvido publicar a obra após a morte do autor. Hipóteses…

 

1908 (1º Edição)  –   RIO, João do. A alma encantadora das ruas. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, Departamento de Documentação e Informação Cultural, Divisão de Editoração, 1995. (Biblioteca carioca).

E, assim como as ruas, os bairros e as cidades também têm alma. Talvez, com uma ou outra exceção…

“Eu amo a rua”, assim João começa o seu livro. “Eu amo a capoeira de rua”, escreveria ele se o livro fosse específico sobre a capoeiragem. Leitura recomendável, especialmente o Capítulo PRESEPES:

“Aquele é o rei da capoeiragem. Está perto do Rei Baltasar porque deve esta. Rei preto também viu a estrela. Deus não esqueceu a gente. Ora não sei se V.Sª  conhece que Baltasar é pai da raça preta. Os negros de Angola quando vieram para a Bahia trouxeram uma dança chamada Cungu, em que se ensinava a brigar. Cungu com o tempo virou mandinga de S. Bento.

Mas pra que tudo isso?Isso, gente, são nomes antigos da capoeiragem. Jogar capoeira é o mesmo que jogar mandinga.

– Rei da Capoeiragem tem o seu lugar junto de Baltasar. Capoeiragem tem sua religião.Abri os olhos pasmados. O Negro riu.

V. Sª  não conhece  a arte? Hoje está por baixo. Valente de verdade só mesmo uns dez: João da Sé, Tito da Praia, Chico Bolívar, Marinho da Silva, Manuel Piquira, Ludgero da Praia, Manuel  Tolo, Moisés, Mariano da Piedade, Cândido Baianinho, outros… Esses “cabras” sabiam jogar mandinga como homens.

Então os capoeiras estão nos presepes para acabar as presepadas…

Em tempo:  João do Rio, em seu livro, registra a presença do berimbau no Rio.

1922 (2ª edição)  –  PEDERNEIRAS, Raul.  Geringonça carioca: verbetes para um dicionário da  gíria. 2. ed. rev.  e aum.  Officinas Graphicas do Jornal do Brasil, 49 p.

Geringonça carioca nasceu do vulgo hybrido, da mestiçagem que formou a nacionalidade. A primeira a destacar-se foi a do capoeira, essa entidade que teve foros de instituição, esse exercício que alcançou as principaes camadas da sociedade”. (Duas Palavras, p. 3).

Grande parte do livro de Pederneiras baseia-se na gíria específica dos capoeiras da época. Daí a importância de sua leitura.

1924–. Scenas da Vida Carioca – caricaturas. Segundo Álbum. Rio de Janeiro, .

 

1928  –   BURLAMAQUI, Annibal. Ginástica nacional (capoeiragem): methodizada e regrada. Rio de Janeiro: [s.n.], 1928.

Livro comentado ao longo do presente trabalho. Leitura obrigatória.

 

– ABREU, Plácido de. Os capoeiras. Rio de Janeiro: Escola Serafim Alves de Souza, [19–].

Ninguém ainda se deu conta, mas trata-se de um livro cult, talvez o maior de todos dentro da história da capoeiragem. Não será surpresa para mim se, um belo dia, virar um especial de TV.

 

1932  –  EDMUNDO, Luiz. O Rio de Janeiro no tempo dos vice-reis. 2. ed. rev. e ant. Rio de Janeiro: Athena, [1932]. il. Cap. 4: Aspectos da cidade e das ruas, p. 31-40.

Socialmente é um quisto, como poderia ser uma flor. Não lhe faltam, a par de instintos maus, gestos amáveis e enternecedores. É cavalheiresco para com as mulheres. Defende os fracos. Tem alma de D. Quixote” (Capítulo IV – Aspectos da cidade e das ruas).

 

_____. O Rio de Janeiro do meu tempo. Rio de Janeiro: BNH, [19–]. il. Edição especial.

O livro foi publicado, pela primeira vez, em 1938. A primorosa edição produzida pelo misteriosamente extinto Banco Nacional da Habitação inclui caricaturas geniais de J. Carlos, Calixto, Armando Pacheco, Raul Pederneiras e vários outros. Neste livro, o carioca Edmundo Lins (1878/1961) resume a história do lendário capoeirista Manduca da Praia (Capítulo 12 – A Vida de Cortiço, págs. 137/139). O carioca Edmundo  Lins pertenceu à Academia Brasileira de Letras, e foi um dos fundadores do Instituto  Histórico e Geográfico Brasileiro.

 

1944 (1º Edição)  –  AMADO, Jorge. Bahia de todos os santos. 21. ed. rev. e atualizada. São Paulo: Martins, 1971. 263 p.

O livro foi publicado pela primeira vez em 1944. Como todas as obras de Jorge Amado, esta também vem sendo reeditada constantemente e lançada em várias outras línguas pelo mundo afora.  A partir da 25 º edição, entretanto, como apontei no presente trabalho, um substancial e revelador parágrafo sobre Mestre Bimba  foi misteriosamente suprimido. Corte que, até agora, não mereceu nenhum comentário nas revistas e teses especializadas em Bimba.

 

1945  –  MARINHO, Inezil Penna. Subsídios para o estudo da metodologia do treinamento da capoeiragem. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1945.

Livro comentado ao longo do presente trabalho. Leitura fundamental.

 

–  OLIVEIRA, Valdemar de. Frevo, capoeira e passo. Recife: Ed. de Pernambuco, 1971. 145 p. il.

Referindo-se ao histórico episódio da prisão do capoeira Juca Reis, na pág. 81 de seu livro, Oliveira comenta: “O  exemplo repercutiu no país inteiro. A liquidação foi geral. As polícias estaduais se movimentaram, apoiadas no primeiro código Penal da República”.

A História da Capoeira, sem sombra de dúvida, passa por Pernambuco, e esse livro é uma das leituras de fundamental importância  para bem entendê-la. A base do livro foi um trabalho produzido pelo autor, em 1945,  e publicado, com destaque, no volume VI, do ano VI, do Boletim Latino-Americano de Música.

 

1946 –  MORAIS FILHO, Alexandre José de Mello. Festas e tradições populares do Brasil. Revisão e notas de Câmara Cascudo. 3. ed. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1946. 551 p. il.

–  “Capoeiragem e Capoeiras Célebres – Rio de Janeiro” é, certamente,  leitura obrigatória para todos nós. Dois exemplos:

“No Brasil,  especialmente no Rio de Janeiro, há uma subclasse que reclama distintíssimo lugar entre as suas congêneres e que tem todo o direito a uma nesga de tela no quadro da história dos nossos costumes – a dos capoeiras  (p. 444)”.

“Os capoeiras, até quarenta anos passados, prestavam juramento solene, e o lugar escolhido para isso eram as torres das igrejas (p. 446)”.

 

1961  –   LYRA FILHO, João. Sinais de sociologia dos desportos. [S.l.]: Confederação Brasileira de Desportos (Gestão João Havelange), 196l. Cap. 3: Miscigenação e capoeiragem.

Pequeno libreto contendo a palestra de João Lyra Filho, realizada no dia 25 de agosto de l960, no Clube de Regatas do Flamengo  (tinha que ser no Flamengo!). Importante registro que serviu de embrião para trabalho de maior fôlego, cuja leitura, considero obrigatória para qualquer pesquisador na área do desporto em geral, e da capoeiragem em particular: INTRODUÇÃO à SOCIOLOGIA DOS DESPORTOS!

 

1961 –     COSTA, Lamartine Pereira da.  Capoeiragem: a arte da defesa pessoal brasileira.

Rio de Janeiro: [s.n.], 1961.  63 p.  il.

_______.  Capoeira sem mestre.  Rio de Janeiro: Ed. de Ouro, 1962.  116 p. (Esportiva)

il.  (Esportiva).

Lamartine Pereira da Costa praticou capoeira, introduziu oficialmente a capoeiragem na Marinha, escreveu vários artigos e um livro específico sobre o assunto. Como professor de educação física escreveu centenas de artigos, coordenou dezenas de projetos a nível nacional e internacional.  Com o doutorado em Educação, além de professor universitário,  tornou-se um brilhante consultor internacional.

 

1965  –  CARNEIRO, Edison. Dinâmica do folclore. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965. 187 p.

Décadas atrás tive o prazer e a honra de entrevistar, no meu programa radiofônico “Rinha de Capoeira”, o brilhante e saudoso Professor Edson Carneiro. O mote básico da entrevista, como não poderia deixar de ser, foi “como diferenciar a dinâmica do folclore da estilização folclórica da capoeira contemporânea”?

 

– LEMOINE, Carmem Nícias de.  Jogo de capoeira.   Tradições da Cidade do Rio de   Janeiro do século 16 ao 19.  Rio de Janeiro: Pongetti, 1965.     p. 226-233.

Lemoine exagera um pouco ao citar e louvar certo capoeira paranaense.

 

1972  –  SANTOS, José Francisco dos. Memórias de Madame Satã: (conforme narração a Sylvan Paozzo). [S.l.]: Lidador, 1972.

“Minha pessoa estava muito feliz naquela noite” – assim começa o livro de Satã!  Obra que deve ser lida, também, como  importante registro social e sociológico do Rio Antigo. Merecendo especial registro a maneira brilhante como o jornalista Sylvan Paezzo desempenhou o seu papel.

1974  – LYRA FILHO, João. Introdução à sociologia dos desportos. 3. ed. Rio de Janeiro: Bloch, [19–].

Leitura obrigatória, não sendo possível ler o livro todo, pelo menos, o Capítulo dedicado à Capoeira deve ser lido com especial atenção. Um Capítulo que deveria ser republicado, devidamente comentado por meia dúzia de especialistas no assunto.

 

1980  – PEIXOTO, Mário. Ipanema de A a Z: dicionário da vida ipanemense. [S.l.]: AACohen, 1980.

Preciosa fonte de informações para o presente trabalho.

 

1981  –  GOMES, Paulo, Mestre. Capoeira: a arte brasileira. [S.l.]: Centro de Capoeira Ilha da Maré, 198l.

O baiano Paulo Gomes fez-se mestre no Rio de Janeiro e teve seu melhor momento em São Paulo onde, infelizmente, foi covardemente assassinado. O livro é o escritor falando, quem o conheceu entende muito bem o que ora afirmo. Testemunhei, certa vez, Paulo Gomes jogar com todos os capoeiras de uma roda extremamente hostil. Saiu respeitado e admirado. Recomendo a leitura do livro.

 

1990  –  FREYRE, Gilberto. Ordem e progresso: processo de desintegração das sociedades patriarcal e semipatriarcal no Brasil sob o regime de trabalho livre. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 1990. clxix, 810 p.

Entre outras importantes reflexões, Freire oferece subsídios para um melhor entendimento sobre a famosa  e jamais bem explicada Guarda Negra: fiel ao Império, contra a República (o que, aparentemente, não faria sentido….).

 

1993 – DIAS, Luiz Sérgio. Quem tem medo da capoeira? 1890-1904. 1993. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1993. Livro premiado.

Preciosa fonte de informações para o presente trabalho.

 

1995 –  PETTEZZONI, Sérgio. RIO para não Chorar, Ed. Catau, RIO, 1995.

 

1996  – ANGELO, Decânio Filho. A herança de Mestre Bimba: filosofia e lógica africanas da capoeira. Salvador: [s.n.], 1996. Edição preliminar e personalizada.

Apresentação de Jorge Amado e Esdras Magalhães dos Santos. Ângelo Decânio foi  aluno e médico de Mestre Bimba, e conviveu com Cisnando Lima (“foi o primeiro aluno branco da classe social dominante em Salvador; Cisnando logo induziu o Mestre Bimba a enriquecer o potencial bélico da luta negra…”.  Pág. 112). Com profunda admiração, mas com singular realismo, Decano exalta a figura de Bimba. Com autoridade, as folhas tantas,  chama atenção para graves distorções que estão ocorrendo, atualmente, com a Capoeira Regional. Leitura recomendável.

– SANTOS, Esdras M. dos. Conversando sobre capoeira… São Paulo: JAC, 1996. 65 p.

Livro emocionado, desassombrado e extremamente informativo. Preciosa fonte de informações para o presente trabalho. Recomendo a leitura (há uma segunda edição em marcha).

2000 – CASTRO, Ruy. Ela é carioca: uma enciclopédia de Ipanema. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

Preciosa fonte de informações para o presente trabalho. Leitura recomendável.

 

– LESSA, Carlos. Metrópoles: o Rio de todos os Brasis. [S.l.]: Record, 2000. 478 p.

Leitura obrigatória para quem, além de Capoeira, queira entender também de

Rio de Janeiro e Brasil. Preciosa fonte de informações para o presente trabalho.

– Dias, Luiz Sergio. Da “Turma da Lira” ao Cafajeste. A Sobrevivência da Capoeira no Rio

de Janeiro  na Primeira República. Tese Doutoral.  Doutor em História pelo Instituto de Filosofia

e Ciências Sociais, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal  do Rio de Janeiro.  Livro de suma importância, mostra e demonstra que a Capoeiragem no Rio de Janeiro não acabou nem com as Maltas nem com Sampaio Ferraz (Chefe de Polícia, também Capoeira, continuou mascarada por outras denominações como “Turma da Lira”, “Cafajestes”, “Escovados”…

 

2. Jornais e revistas

 

1906 –  CAPOEIRA. Kosmos, Rio de Janeiro, v. 3, n. 3, mar. 1906.

Excelente artigo escrito pelo cronista Lima Campos, magistralmente ilustrado  pelo famoso Calixto. Valioso registro de uma época. Sem dúvida, um dos modelos didáticos pioneiros da Capoeira.  Leitura obrigatória.

 

1935  –  ANDRÉ Jansen em Salvador. Jornal O IMPARCIAL, Salvador, 25 out. 1935.

Breve, mas importante registro de uma das passagens de André Jansen por Salvador. Promotores de um grande  evento de pugilismo, inspirado em promoções similares realizadas no Rio de Janeiro, convidaram Jansen para inaugurar as apresentações  num confronto com Ricardo Nibbon (também do Rio, aluno dos Gracie).  Como preliminar, Mestre Bimba fez uma exibição com seus alunos.

——— André Jansen em Salvador. Jornal Diário de Notícias. RIO, 30 out. 1935.

O público carioca conhece sobejamente o sportista André Jansen, considerado o mestre absoluto da luta brasileira (a capoeiragem). Várias vezes André teve  ocasião de brilhar em nossas arenas, demonstrando sua technica  admirável, servida por uma valentia e uma resistência extraordinária.

…Jansen, o maior discípulo de Agenor Sampaio, Sinhozinho…

… O hospitaleiro povo bahiano vae ter occasião de apreciar o espírito combativo, a intelligência, dextreza e sagacidade do jovem sportista brasileiro”…

 

1949  –  REGRESSOU Mestre Bimba. A Tarde, Salvador, 07 mar. 1949.

Não concordando, mas também não proibindo lutas combinadas, Mestre Bimba voltou a Salvador fazendo declarações elogiosas sobre o desempenho da Regional nas apresentações  em São Paulo.

 

1953  – ANTÔNIO, Carlos. A ARTE dos “moleque de Sinhá” – Camarada bota sentido! Capoeira vai te Batê…”. Flan, Rio de Janeiro, 31 mai, 1953, 1. cad.:9; Última Hora, São Paulo, 25 abr. 1956:9.

Neste mundo cada vez mais dependente do marketing,   parece que só existiu  e que só existe quem está todos os dias na mídia. Mídia paga ou não. Daí a ignorância sobre a extraordinária Capoeira de Sinhozinho de Ipanema. Outro bom exemplo, ou melhor, outra boa injustiça pode ser registrada em relação ao Sr. Antenor dos Santos, mineiro, vice-presidente da Portela e um “animador da capoeira”. Nas décadas de 40/50 o Sr. Santos coordenava um grupo de bons angoleiros, na prática, comandados por Joel Lourenço do Espírito Santo. Estivemos, eu, Ney Alves (capoeira de Sinhozinho) e Paulo Castro, na casa de Joel, em Madureira. Não houve jogo, mas houve um papo que deveria ter sido gravado.

Em tempo: fui apresentado ao Mestre Joel pelo próprio “Antônio Carlos” (pseudônimo do querido e saudoso Professor Edison Carneiro).

 

1959  –  CAPOEIRISTAS baianos dançam no aeroporto. Diário Carioca, Rio de Janeiro, 10 abr. 1959.

 

1961- DANÇA de negros e arma de malandros: capoeira oficializada na Marinha. Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 30 mar. 1966, tablóide: 1.

Lamartine Pereira da Costa, com a cooperação dos Mestres Artur Emídio e Djalma Bandeira promove um curso de capoeira especialmente para oficiais e praças da Marinha.

Aliás, um grande mote, ainda virgem, é o papel das marinhas  – de guerra e mercante – na propagação e no intercâmbio capoeirístico nos portos brasileiros e do mundo.

 

1963  –  CAPOEIRA renasce no Rio com suas velhas tradições. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 22 dez 1963.

Reportagem de página inteira, com duas ilustrações (uma delas inspirou a capa do livro “A Volta do Mundo da Capoeira”). Gira em torno de uma “Operação Capoeira” deflagrada no Rio, registra a importância de Sinhozinho,Rudolf Hermanny, Cirandinha,  Artur Emídio e outros.

 

———–. CAPOEIRA comanda o espetáculo de folclore. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 12 jun 1966, 3. cad.: 1.

Toríbio foi quem melhor escreveu sobre a grandeza de Mestre Mário Santos e sobre os tempos áureos do Grupo Bonfim (sob o comando do próprio Mário e de Mestre Zé Grande com quem tive a honra de, também, dar uma pequena volta do mundo).

 

1968 –  SIMPÓSIO quer mudar capoeira. Jornal dos Sports, Rio de Janeiro, 28 ago. 1968. (2) f. il.

——-  SIMPÓSIO chegou ao final sem decidir se capoeira é luta ou apenas folclore.  Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 28 ago. 1968. (2)f.  il.

O evento reuniu altas autoridades do governo, do esporte e da capoeira: Ministro Lyra Filho, Professor Edison Carneiro, Campeã Maria Lenk, Professor André Luiz Lacé Lopes, Dr. Lamartine Pereira DaCostaa, Dr. Ângelo Decânio, Professor Rudolf Hermanny e outros. Iniciativa bem intencionada, mas sem nenhum resultado prático. Especialmente o Jornal do Brasil reportou o evento de maneira  excessivamente crítica.

 

1974  – FESTIVAL de uma corda só traz ao Rio mestres da capoeira. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 21 jun. 1974. (1)f il.

Realizado no IBAM, RIO. Estratégia pioneira onde os concorrentes tinham que improvisar os versos em função de um jogo feito na hora. Participaram, entre outros, os mestres Zé Pedro (vencedor),  Paulo Afonso “Corvo”, Silas, José “Macaco Preto”, Adilson Victor, Alcino “Dentinho”, Adilson Faria, Luiz Américo e Paulão. Na multidisciplinar comissão julgadora (maestro, comunicador, sociólogo, professores de português e de educação física): Carlos Henrique Gomide, Orlando Mara, Lamartine Pereira da Costa, Alves Soares e Muniz Sodré.

1977  –  CURVELO, Ivan. Capoeira: a falta de rumos é processo de embranquecimento. Jornal dos Sports, Rio de Janeiro, 24 abr. 1977. (4)f il.

Entrevista com o então Superintendente Administrativo do Clube de Regatas do Flamengo, sobre o processo de Institucionalização da Arte Afro-Brasileira da Capoeiragem.

1986  –  MACARTY, José. Quand la Capoeira rencontre le Moringue. Jornal Témoignes. Ilha de Reunião, 8 out 1986.

– L`HISTOIRE DE LA CAPOEIRA AU BRÉSIL. Jornal Témoignages. Ilha de Reunião, 9 out 1986.          – LE MORINGUE (CAPOEIRA!) à la Reúnion – sortir du fénoir une pratique culturel lê authentiquement réunionnaise. Jornal Témoignages, quotidien du parti communiste reunionnais. Ilha de Reunião, Oceano Índico, 11/12 out 1986

Observação: a partir dessas reportagens, várias outras surgiram no Rio de Janeiro (André Lacé) e, logo várias outras surgiram pelo Brasil afora.Famosa corrente já está modificando (novamente) sua própria história, passando a afirmar que nasceu do moringue…

 

BIBLIOGRAFIA

 

III. Capoeira  da Bahia

(registros mencionados no power point feito para esse Módulo)

1963  –   BIMBA, Mestre. Curso de capoeira regional. Salvador: [s.n.], 1963.

Livreto que acompanha as duas edições (1963 e 1985) do disco de Mestre Bimba “Curso de Capoeira Regional”. A 2ª edição sofreu, misteriosamente, pequena, mas significativa modificação no texto. Alteração comentada nesse Módulo.

1968  –  RÊGO, Waldeloir. Capoeira Angola: ensaio sócio-etnográfico. Salvador: Itapoã, 1968. 416 p. il.

Inegáveis bons aspectos, excelente contribuição, sobretudo, para estudos referentes  à mudança de foco ideológico que se pode perceber da Angola para a Regional.  Valendo registrar também a homenagem que prestou a São Paulo e ao Rio de Janeiro ao afirmar que Agenor Moreira Sampaio, Sinhozinho (pág. 14) era natural da Bahia. Pequena incorreção que foi repetida também pela Sra. Reila Gracie (Livro “Carlos Gracie”, pág. 297) em uma das vezes que mencionou o Senhor “Antenor” Sampaio.

Ambos os livros, mesmo assim, são fundamentais.

 

1986Almeida, U. (Mestre Acordeon). Capoeira, a Brazilian art Form. Berkeley: North Atlantic Books, 1986.

Em seu livro, Mestre Acordeon faz franco e desassombrado elogio ao  grande Mestre Artur Emídio de Oliveira, baiano de Itabuna, que não é nem “angola” nem “regional, é simplesmente um exímio capoeirista. Apenas um exemplo (existem muitos outros), mas, suficiente para fragilizar a “tese” da dicotomia “Angola & Regional”. Quem viu Artur jogando, décadas atrás, certamente, concordará com  Acordeon.

 

1991  –  MOURA, Jair. Mestre Bimba, a crônica da capoeiragem. Salvador: Fundação Mestre Bimba, 1993. 86 p. il.

Jair foi um dos melhores alunos de Mestre Bimba e é um dos melhores pesquisadores da capoeira baiana.  Livro muito citado, inclusive em dissertações e teses de mestrado. Muito informativo, com alguns pequenos  senões, como a parte que resume e comenta os resultados do confronto, em São Paulo,  de alguns alunos de Mestre Bimba (com ele presente) e  diversos lutadores locais.  Mestre Jair Perigo também preferiu não incluir  os resultados dos confrontos, dessa mesma equipe,  no Rio de Janeiro. Momentos importantes que felizmente, graças a livros, como o do Mestre Esdras Santos   estão bem esclarecidos e incorporados à História da Capoeiragem.

2008 – Capoeira – Textos do Brasil # 14. Publicação do Ministério das Relações Exteriores,

Livro já distribuído para todas as embaixadas brasileiras. Em que pese o título, que, salvo engano, parece englobar todas as capoeiras praticadas no Brasil, o livro concentra-se na capoeira baiana. Cheg a repetir ilustrações diversas, sobretudo as do argentino Carybé (brilhantes), ignorando por completo outras não menos brilhantes. Por exemplo ,as ilustrações geniais  do carioca Calixto (Klixto; com título e legendas revelando um sentido didático historicamente muito relevante).  Mesmo assim, o livro apresenta algumas curiosidades, como retorno à versão inicial sobre a origem da Regional: capoeira Angola enriquecida por movimentos e golpes de outras lutas (pág. 31). Insistência instigante tendo em vista que já começa a surgir, também uma nova versão onde a origem da Regional estaria no moringue da vulcânica  Ilha de Reunião. Ambas abandonando a versão baseada no Batuque. “Ou não”, como diria Mestre Caetano.

BIBLIOGRAFIA

V – Capoeiragem e Religiões Afro-Brasileiras

Elton Medeiros, grande compositor e poeta, administrador, mestre (inclusive de Candombe) e bom amigo, tempos atrás, Durante uma Fogueira de Xangô, recomendou e colocou à disposição alguns livros chaves nessa área:  Altair Pinto, Arthur Ramos, Câmara Cascudo, Édison Carneiro, Roger Bastide, Nina Rodrigues e outros. Mestre Elton chamou atenção especialmente para os trabalhos do Professor José Flávio Pessoa de Barros. Não por coincidência, Lúcio Sanfilippo, jongueiro de primeira (Bar do Ernesto, Lapa, todas as sextas-feiras; boa parte das músicas de jongo é utilizada também na Capoeira), na mesma época, convidou-me para ver uma Festa de Yabbas, na Casa Ilê Axé Omim, em Cachoeiras de Macacu.  Casa dirigida, justamente pelo Professor José Flávio, com pós-doutorado na Sorbonne. Impulso que faltava para ler as duas excelentes obras desse professor, oferecimento também do Sanfilippo:   “Olubajé, o banquete do Rei” e “A Fogueira de Xangô, o Orixá do Fogo”. Assim como praticamente todos os livros do não menos mestre Nei Lopes, considero leitura obrigatória para todo mestre de capoeira, especialmente aqueles que  esperam participar de cursos resultantes da  implementação da Lei nº. 10.369!

2005  – Lopes, Nei. KITÁBU, o livro do saber e do espírito negro-africanos. Editora SENAC, RIO, 2005

1999    –  Barros, José Flávio Pessoa de  A Fogueira de Xangô. NUSEG, UERJ

1999    –  Barros, José Flávio Pessoa de . Olabajé.  NUSEG, UERJ.

 

Longe de esgotar essa importante lista, permita-me caro aluno, recomendar especialmente mais uma leitura:

2004  -Ligiéro, Zeca. Malandro Divino – a vida e a lenda de Zé Pelintra, personagem mítico da Lapa carioca. Editora Nova Era, Rio de Janeiro.

Sem dúvida, outra leitura obrigatória, não apenas o canto “Ginga e malícia, samba e capoeira”, mas o livro todo.

 

 

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