Forte de de Santo Antônio Além do Carmo: Cultura recuperada
O dia em que o Forte renasceu para a capoeira
No ponto de vista pessoal, a data 18/12/2006 ficou marcada na história da capoeira como sendo o dia em que o poder público mostrou preocupação em reformar um espaço adaptado perfeitamente à cultura da capoeira. A resistência dos grupos dos mestres Moraes e João Pequeno em permanecerem ensinando há anos, e promovendo rodas de capoeira num local em estágio avançado de depredação, foi consagrada na reforma com salas novas, bem iluminadas e entregues aos seus respectivos responsáveis, cedendo uma sala para o representante da capoeira regional, o mestre Nenéu, salas para auditório, exposições, sanitários e vestiários. Uma infra-estrutura completa foi criada para acolher a capoeira, não descaracterizando o aspecto arquitetônico do Forte de Santo Antônio Além do Carmo.
O espaço foi reinaugurado para os seus frequentadores, no entanto nasceu um novo nome para representar a cultura que ali se instalou, originando o Forte da Capoeira. O evento de reinauguração iniciou-se por volta das 16:30h, com a presença de autoridades públicas do estado da Bahia, inclusive o seu atual governador Paulo Souto, que após cerimônia permanceu no local apreciando as homenagens e as rodas de capoeira que ali se formaram sob a coordenação do Dr. Leal. Após homenagens, mestre Nenéu iniciou uma roda de capoeira regional ensinada pelo mestre Bimba, com a participação de alguns de seus discípulos, seguida por uma roda de capoeira angola, comandada pelo mestre Moraes, com o jogo de mestres da capoeira angola e encerrada com os mestre Moraes e João Pequeno vadiando.
Eulálio e Evanilda Cohim
Trenel Cruzeiro de São Francisco
Aluna Formada Lua Nova
Aconteceu: INAUGURAÇÃO DO FORTE DA CAPOEIRA
O governador Paulo Souto inaugura amanhã, às 17h, a restauração do Forte do Santo Antônio Além do Carmo, que agora abriga o Forte da Capoeira, Centro de Estudos, Pesquisa e Memória da Capoeira. Em seguida, o governador abre a mostra comemorativa aos 25 anos do museu Abelardo Rodrigues, no Solar Ferrão (Pelourinho). A restauração do forte foi feita pela Secretaria de Cultura e Turismo com o acompanhamento do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac). No local funcionarão oito salas de aula, memorial dos mestres da capoeira, biblioteca, oficina de instrumentos e auditório. A mostra aberta no Solar Ferrão apresenta 250 obras barrocas selecionadas do acervo de 850 peças do museu, projeto patrocinado pela Secretaria da Cultura e Turismo, através do Fundo de Cultura (Funcultura) e realizada através de parceria entre a Secretaria da Cultura e Turismo e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), através da Diretoria de Museus.
Associação Brasileira de Preservação da Capoeira tem a honra de convidar V.Sª. para a inauguração das novas instalações do Forte de Santo Antônio Além do Carmo – FORTE DA CAPOEIRA, Salvador-Bahia-Brasil, no dia 18 de Dezembro de 2006.
Associação Brasileira de Preservação da Capoeira tem a honra de convidar V.Sª. para a inauguração das novas instalações do Forte de Santo Antônio Além do Carmo – FORTE DA CAPOEIRA, Salvador-Bahia-Brasil, no dia 18 de Dezembro de 2006.
Programação:
16:30h – Abraço ao Forte de Santo Antônio Além do Carmo pelos capoeiristas.
17:00h – Ato Solene com a presença do Exmº. Sr. Governador do Estado da Bahia, Paulo Ganem Souto.
18:00h – Roda dos Mestres 2006
16:30h – Abraço ao Forte de Santo Antônio Além do Carmo pelos capoeiristas.
17:00h – Ato Solene com a presença do Exmº. Sr. Governador do Estado da Bahia, Paulo Ganem Souto.
18:00h – Roda dos Mestres 2006
Endereço: Largo de Santo Antônio Além do Carmo, s/nº, Santo Antônio, Salvador – BAHIA – BRASIL
www.fortedacapoeira.org.br
www.fortedacapoeira.org.br
De Trincheira a Forte da Capoeira
O Forte de Santo Antônio Além do Carmo está situado no local da extinta “Trincheira Baluarte de Santiago”, construída pelo arquiteto Francisco Frias, por ordem do governador Diogo Luiz de Oliveira, chegado à Bahia em 1626.
A “Trincheira Baluarte de Santiago”, foi levantada em 1627 após a expulsão dos holandeses de Salvador. Em 1638, no período que antecedeu a segunda Invasão Holandesa na Bahia, o Conde de Bagnoli mandou reerguê-la às pressas. Nesse mesmo ano, quando Maurício de Nassau tentou expugnar a praça de Salvador, encontrou fortificada a posição da “Trincheira Baluarte de Santiago”, que lhe ofereceu tenaz resistência e da qual nunca conseguiu passar.
Uma inscrição lapídea existente no edifício dá conta de que, no Consulado de Francisco Barreto e sob reinado de D. Afonso VI, foram feitas reformas que terminaram no ano de 1659. Continuou, entretanto, sendo uma construção de terra, porém de boa qualidade.~
A construção de pedra e cal situa-se entre o final do século XVII e início do século XVIII.
Na sua História Militar, Mirales atribui o início da sua construção a D. João de Lencastro, sendo a obra concluída na gestão de D. Rodrigo da Costa (1702 – 1705).
Em decorrência de fortes chuvas no dia 1º de Julho de 1813 verificou-se um grande desabamento de terras na montanha contígua ao baluarte setentrional.
Em 1828, o major Francisco de Paula foi designado administrador da fortaleza, onde passou a morar com sua família. Seis anos depois, em 05 de Setembro de 1841, o Forte de Santo Antônio recebeu um novo hóspede: Xisto de Paula Bahia, quinto filho do major Francisco de Paula e D. Tereza de Jesus Maria do Sacramento Bahia.
Esse hóspede veio a ser o importante compositor, músico, cantor e ator baiano do século XIX, Xisto Bahia.
O Forte de Santo Antônio Além do Carmo, além das funções de guardião de defesa da Cidade teve, desde os primórdios, uma vocação histórica para ser prisão e, ainda como fortificação, abrigou, no melancólico mister de cárcere, muitos prisioneiros ilustres, tais como:
– 1711: Sebastião de Castro Caldas, capitão general de Pernambuco, donde vinha fugido dos efeitos da Guerra dos Mascates;
– 1713: José Correa de Castro, ex-governador da possessão Africana São Tomé e Príncipe;
– 1720: Luís Lopes Pegado Serpa, procurador mor da Fazenda Real do Estado do Brasil;
– 1817: José Inácio de Abreu e Lima, futuro General do Exército de Simon Bolivar;
– 1835: Homens Negros da Revolta dos Malês.
Em 1830, a Secretaria de Estado de Negócios da Justiça cedeu o imóvel ao Município para servir de Casa de Correção.
Entretanto, segundo Silva Campos, conforme relatório de 1847, o Presidente da Província fala de consertos no edifício para aquartelamento da Guarda Nacional, considerando igualmente, que a transformação da fortificação em presídio ( Casa de Correção ) só vai acontecer, efetivamente, a partir de 1863.
Consta ainda que, em período incerto do século XVIII serviu de prisão para loucos indigentes.
No ano de 1861, foram removidos para o Forte os presos civis que se encontravam no Ajube.
Em 1949, o intendente municipal Joaquim Wanderley de Araújo Pinho, efetuou várias reformas na Fortaleza, tanto no interior como no exterior, remodelando a frontaria e construindo nova parte entre os dois antigos baluartes.
No início da década de 50, a fortaleza foi transformada em Casa de Detenção da Cidade de Salvador, tendo sido desativada em 21 de Outubro de 1976.
Na história mais recente, abrigou muitos presos políticos do regime Militar instaurado em 1964, alguns deles muito conhecidos, como os irmãos Santana: Marcelo, Sérgio e Yeda; os economistas Albérico Bonzan e Maria Lúcia Carvalho; o advogado José Pugliesi; Carlos Marighela; os engenheiros: Luiz Contreiras e Marco Antônio Medeiros; o físico e professor da UFBA Roberto Max Argolo; o administrador de Empresas Nidalvo Quinto dos Santos, entre outros.
No inicio de 1979, o monumento passou a ser ocupado pelo Bloco Carnavalesco “Os Lord´s” e a partir de 1981 sofreu intervenções físicas, a fim de abrigar o Centro de Cultura Popular, inaugurado em 20 de Agosto de 1982, cuja implantação teve o apoio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia – IPAC, Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB e da Prefeitura Municipal de Salvador.
No período de 1975 a 1981 foi desenvolvido o ante-projeto elaborado pelo técnicos: Vicente Deocleciano Moreira, Jéferson Bacelar e Maria Conceição Barbosa de Souza, cujo objetivo era a ocupação social do monumento.
No período de 1982 a 1988 o Bloco Afro Ilê Ayiê realizou seus ensaios no pátio interno da fortificação.
Em 1990 as atividades do Centro de Cultura Popular foram praticamente desativadas, a exceção de dois expressivos símbolos de resistência em defesa do Forte, ou seja, duas escolas de Capoeira: Centro Esportivo de Capoeira Angola, do Mestre João Pequeno de Pastinha e o Grupo de Capoeira Angola Pelourinho, do Mestre Moraes.
Populares ocuparam e depredaram as instalações da fortaleza, cuja culminância foi a degradação do monumento, que ficou em estado de ruína.
Em 1997, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia – IPAC, promoveu os meios para a fortaleza ser desocupada, iniciando novos estudos para a sua restauração e reativação.
Em Setembro de 2003, o Centro de Referencia Cultural da Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia, iniciou um novo projeto de restauração e ocupação da fortificação, elaborado pelas arquitetas Vivian Lene de Correia Lima e Costa e Luciana Diniz Guerra Santos.
Após a recuperação da edificação a sua ocupação está prevista com a implantação do Centro de Referência, Estudo, Pesquisa e Memória da Capoeira – Forte da Capoeira.
As obras de restauração foram iniciadas em 22/03/2006 e sua conclusão está prevista para Dezembro de 2006.
Forte da Capoeira
http://www.fortedacapoeira.org.br
O Forte de Santo Antônio Além do Carmo está situado no local da extinta “Trincheira Baluarte de Santiago”, construída pelo arquiteto Francisco Frias, por ordem do governador Diogo Luiz de Oliveira, chegado à Bahia em 1626.
A “Trincheira Baluarte de Santiago”, foi levantada em 1627 após a expulsão dos holandeses de Salvador. Em 1638, no período que antecedeu a segunda Invasão Holandesa na Bahia, o Conde de Bagnoli mandou reerguê-la às pressas. Nesse mesmo ano, quando Maurício de Nassau tentou expugnar a praça de Salvador, encontrou fortificada a posição da “Trincheira Baluarte de Santiago”, que lhe ofereceu tenaz resistência e da qual nunca conseguiu passar.
Uma inscrição lapídea existente no edifício dá conta de que, no Consulado de Francisco Barreto e sob reinado de D. Afonso VI, foram feitas reformas que terminaram no ano de 1659. Continuou, entretanto, sendo uma construção de terra, porém de boa qualidade.~
A construção de pedra e cal situa-se entre o final do século XVII e início do século XVIII.
Na sua História Militar, Mirales atribui o início da sua construção a D. João de Lencastro, sendo a obra concluída na gestão de D. Rodrigo da Costa (1702 – 1705).
Em decorrência de fortes chuvas no dia 1º de Julho de 1813 verificou-se um grande desabamento de terras na montanha contígua ao baluarte setentrional.
Em 1828, o major Francisco de Paula foi designado administrador da fortaleza, onde passou a morar com sua família. Seis anos depois, em 05 de Setembro de 1841, o Forte de Santo Antônio recebeu um novo hóspede: Xisto de Paula Bahia, quinto filho do major Francisco de Paula e D. Tereza de Jesus Maria do Sacramento Bahia.
Esse hóspede veio a ser o importante compositor, músico, cantor e ator baiano do século XIX, Xisto Bahia.
O Forte de Santo Antônio Além do Carmo, além das funções de guardião de defesa da Cidade teve, desde os primórdios, uma vocação histórica para ser prisão e, ainda como fortificação, abrigou, no melancólico mister de cárcere, muitos prisioneiros ilustres, tais como:
– 1711: Sebastião de Castro Caldas, capitão general de Pernambuco, donde vinha fugido dos efeitos da Guerra dos Mascates;
– 1713: José Correa de Castro, ex-governador da possessão Africana São Tomé e Príncipe;
– 1720: Luís Lopes Pegado Serpa, procurador mor da Fazenda Real do Estado do Brasil;
– 1817: José Inácio de Abreu e Lima, futuro General do Exército de Simon Bolivar;
– 1835: Homens Negros da Revolta dos Malês.
Em 1830, a Secretaria de Estado de Negócios da Justiça cedeu o imóvel ao Município para servir de Casa de Correção.
Entretanto, segundo Silva Campos, conforme relatório de 1847, o Presidente da Província fala de consertos no edifício para aquartelamento da Guarda Nacional, considerando igualmente, que a transformação da fortificação em presídio ( Casa de Correção ) só vai acontecer, efetivamente, a partir de 1863.
Consta ainda que, em período incerto do século XVIII serviu de prisão para loucos indigentes.
No ano de 1861, foram removidos para o Forte os presos civis que se encontravam no Ajube.
Em 1949, o intendente municipal Joaquim Wanderley de Araújo Pinho, efetuou várias reformas na Fortaleza, tanto no interior como no exterior, remodelando a frontaria e construindo nova parte entre os dois antigos baluartes.
No início da década de 50, a fortaleza foi transformada em Casa de Detenção da Cidade de Salvador, tendo sido desativada em 21 de Outubro de 1976.
Na história mais recente, abrigou muitos presos políticos do regime Militar instaurado em 1964, alguns deles muito conhecidos, como os irmãos Santana: Marcelo, Sérgio e Yeda; os economistas Albérico Bonzan e Maria Lúcia Carvalho; o advogado José Pugliesi; Carlos Marighela; os engenheiros: Luiz Contreiras e Marco Antônio Medeiros; o físico e professor da UFBA Roberto Max Argolo; o administrador de Empresas Nidalvo Quinto dos Santos, entre outros.
No inicio de 1979, o monumento passou a ser ocupado pelo Bloco Carnavalesco “Os Lord´s” e a partir de 1981 sofreu intervenções físicas, a fim de abrigar o Centro de Cultura Popular, inaugurado em 20 de Agosto de 1982, cuja implantação teve o apoio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia – IPAC, Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB e da Prefeitura Municipal de Salvador.
No período de 1975 a 1981 foi desenvolvido o ante-projeto elaborado pelo técnicos: Vicente Deocleciano Moreira, Jéferson Bacelar e Maria Conceição Barbosa de Souza, cujo objetivo era a ocupação social do monumento.
No período de 1982 a 1988 o Bloco Afro Ilê Ayiê realizou seus ensaios no pátio interno da fortificação.
Em 1990 as atividades do Centro de Cultura Popular foram praticamente desativadas, a exceção de dois expressivos símbolos de resistência em defesa do Forte, ou seja, duas escolas de Capoeira: Centro Esportivo de Capoeira Angola, do Mestre João Pequeno de Pastinha e o Grupo de Capoeira Angola Pelourinho, do Mestre Moraes.
Populares ocuparam e depredaram as instalações da fortaleza, cuja culminância foi a degradação do monumento, que ficou em estado de ruína.
Em 1997, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia – IPAC, promoveu os meios para a fortaleza ser desocupada, iniciando novos estudos para a sua restauração e reativação.
Em Setembro de 2003, o Centro de Referencia Cultural da Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia, iniciou um novo projeto de restauração e ocupação da fortificação, elaborado pelas arquitetas Vivian Lene de Correia Lima e Costa e Luciana Diniz Guerra Santos.
Após a recuperação da edificação a sua ocupação está prevista com a implantação do Centro de Referência, Estudo, Pesquisa e Memória da Capoeira – Forte da Capoeira.
As obras de restauração foram iniciadas em 22/03/2006 e sua conclusão está prevista para Dezembro de 2006.
Forte da Capoeira
http://www.fortedacapoeira.org.br