Mapa de 1562 mostrando o ‘novo mundo’ faz parte do acervo da Biblioteca do Congresso Americano

Unesco lança biblioteca mundial digital

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) lança nesta terça-feira a Biblioteca Digital Mundial, que permitirá consultar gratuitamente pela internet o acervo de grandes bibliotecas e instituições culturais de inúmeros países, entre eles o Brasil.

Dezenas de milhares de livros, imagens, manuscritos, mapas, filmes e gravações de bibliotecas em todo o mundo foram digitalizados e traduzidos em diversas línguas para a abertura do site da Biblioteca Digital da Unesco (www.wdl.org).

A nova biblioteca virtual terá sistemas de navegação e busca de documentos em sete línguas, entre elas o português, e oferece obras em várias outras línguas.

Entre os documentos, há tesouros culturais como a obra da literatura japonesa O Conde de Genji, do século 11, considerado um dos romances mais antigos do mundo, e também o primeiro mapa que menciona a América, de 1507, realizado pelo monge alemão Martin Waldseemueller e que se encontra na biblioteca do Congresso americano.

Entre outras preciosidades do novo site estão as primeiras fotografias da América Latina, que integram o acervo da Biblioteca Nacional do Brasil, o maior manuscrito medieval do mundo, conhecido como a Bíblia do Diabo, do século 12, que pertence a Biblioteca Real de Estocolmo, na Suécia, e manuscritos científicos árabes da Biblioteca de Alexandria, no Egito.

Até o momento, o documento mais antigo da Biblioteca Digital da Unesco é uma pintura de oito mil anos com imagens de antílopes ensanguentados, que se encontra na África do Sul.

32 instituições

A Biblioteca Nacional do Brasil é uma das instituições que contribuíram com auxílio técnico e fornecimento de conteúdo ao novo site da Unesco.

A foto da imperatriz Thereza Christina, do acervo da Biblioteca Nacional, está disponível no site O projeto contou com a colaboração de 32 instituições, de países como China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, México, Rússia, Arábia Saudita, Egito, Uganda, Israel e Japão.

O lançamento do site será acompanhado de uma campanha para conseguir aumentar o número de países com instituições parceiras para 60 até o final do ano.

“As instituições continuam proprietárias de seu conteúdo cultural. O fato de ele estar no site da Unesco não impede que seja proposto também a outras bibliotecas”, explicou Abdelaziz Abid, coordenador do projeto.

A ideia de uma biblioteca digital mundial gratuita foi apresentada à Unesco pelo diretor da biblioteca do Congresso americano, James Billington, ex-professor da Universidade de Harvard.

Ele dirige a instituição cultural do congresso americano desde 1987 e diz ter aproveitado o retorno dos Estados Unidos à Unesco, em 2003, após 20 anos de ausência, para promover a ideia da biblioteca digital.

“Eu lancei essa ideia e sugeri colocá-la em prática nas principais línguas da ONU, como o árabe, chinês, inglês, francês, português, russo e espanhol”, diz Billington.

Ele se baseou em sua experiência na digitalização de dezenas de milhões de documentos da Biblioteca do Congresso americano, criada em 1800.

O objetivo da Unesco é permitir o acesso de um maior número de pessoas a conteúdos culturais e também desenvolver o multilinguismo.

Fonte: http://ligcev.com/bibliotecaunesco

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