Araraquara: IQ/UNESP ensina a arte secular da Capoeira
Continuando com a crescente inclusão da capoeira no ambiente formal de ensino, agora é a vez do Instituto de Química da UNESP entrar na roda, sob a batuta do mestre Gilson Alves de Almeida.
Foram abertas 40 vagas e as vivências são realizadas aos sábados nas dependências do Daws, das quais 20 já estão ocupadas não apenas pelos alunos do IQ, mas atendendo também à comunidade vizinha, o que demosntra a preocupação em não segmentar ou coibir a participação da comunidade no projeto.
Foram abertas 40 vagas e as vivências são realizadas aos sábados nas dependências do Daws, das quais 20 já estão ocupadas não apenas pelos alunos do IQ, mas atendendo também à comunidade vizinha, o que demosntra a preocupação em não segmentar ou coibir a participação da comunidade no projeto.
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Luciano Milani
O Diretório Acadêmico Waldemar Safiotti (Daws), do Instituto de Química da UNESP, campus de Araraquara, em parceria com a Prefeitura Municipal abriu, 18 de maio, inscrições para aulas de capoeira, uma das atividades oferecidas pelo projeto de Oficinas Culturais, implantado na cidade desde 2002.
Oficinas Culturais são espaços que oferecem aos interessados atividades de caráter prático, com o objetivo de proporcionar oportunidades de novos conhecimentos e novas perspectivas. Isso é conseguido com a experimentação e o contato com os mais diversos tipos de linguagens, técnicas e idéias, possibilitando, assim, a formação de público e profissionais para o setor cultural.
No IQ, as vivências são realizadas aos sábados, ministradas pelo mestre Gilson Alves de Almeida, nas dependências do Daws. "Há uma preocupação em apresentar a capoeira aos alunos de forma integral. Eles aprendem tanto os movimentos característicos, quanto a sua história e fundamentos. Temas como cultura, arte, política, direitos e discriminação racial são discutidos, com interesse, pelos alunos durante a oficina", comenta o mestre.
Não há custo para os participantes. Os recursos para a manutenção do material e o salário dos monitores são repassados pela prefeitura. "Embora as pessoas não paguem pelas oficinas, elas não são gratuitas. É um serviço público, e como tal, um direito. São os impostos sendo convertidos em benefícios para a população", ressalta Gilson.
A capoeira é uma manifestação da cultura popular brasileira que reúne características particulares. Misto de luta, jogo e dança, ao som de instrumentos musicais (berimbau, pandeiro e atabaque), palmas e cânticos, ela é também uma forma de autodefesa e treinamento físico, destacando-se entre as modalidades desportivas por ser a única originalmente brasileira e fundamentada em nossas tradições culturais. "Uma roda de capoeira é uma filosofia de vida. Lá, assim como na vida, você toma uma rasteira e cai. Mas não pode ficar caído! Tem que se levantar e continuar jogando", diz.
"O objetivo de trazer a capoeira para a Universidade é a disseminação dessa filosofia. É o triunfo de uma cultura genuinamente brasileira que foi discriminada e marginalizada, por ter vindo das classes mais pobres, mas que hoje é aceita pela sociedade tornando-se um importante veículo de transformação cultural e social", lembra Gilson.
Foram abertas 40 vagas das quais 20 já estão ocupadas não apenas pelos alunos do IQ, mas atendendo também à comunidade vizinha. Os interessados em participar das vivências devem fazer sua inscrição no Daws, que fica na rua Francisco Degni, s/n, no bairro Quitandinha. O mestre Gilson também ensina sua arte a outros 300 alunos, no Centro Cultural de Capoeira Aracoara, que fica na rua Arcângelo Nigro 59, em Araraquara.
Fonte: UNESP