Capoeira é dança, luta e um símbolo de resistência JOSE SENA GOULAO/EPA

Brasil apresenta a Capoeira para Património Cultural da Humanidade

Brasil apresentou a Capoeira para integrar a lista do Património Cultural da Humanidade da Organização da Unesco, que anunciará uma decisão na próxima semana..

O Brasil apresentou a Capoeira para integrar a lista do Património Cultural da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que anunciará a sua decisão na próxima semana. “Entre os 46 pedidos de registo (…) está o da Capoeira — o único apresentado pelo Brasil e um dos três bens [imateriais] da América Latina na lista”, indica a Agência Brasil.

Dança, luta e símbolo de resistência, a Capoeira envolve os praticantes por meio do canto, dos instrumentos típicos como o berimbau e o atabaque, numa roda, onde os golpes se confundem com a dança. Trata-se de uma prática que é, ao mesmo tempo, jogo e brincadeira. A candidatura brasileira conta ainda com o apoio do órgão técnico da Unesco, que recomendou 32 pedidos de registo entre os 46 apresentados pelos Estados-Membros.

O Comité técnico destaca que a Capoeira nasce da resistência contra a discriminação e favorece a convivência social entre pessoas diferentes. “A Capoeira funciona como uma afirmação de respeito mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos e promove a integração social e da memória da resistência à opressão histórica”, refere o Comité.

No Brasil, a Capoeira é reconhecida como Património Cultural desde 2008 pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A instituição brasileira, que solicitou o registo da Capoeira, indica que irá favorecer a consciência sobre o legado da cultura africana no Brasil e o papel da capoeira no combate ao racismo e à discriminação.

“É uma manifestação cultural de muitas dimensões. É ao mesmo tempo luta, dança e jogo, tão ligada à nossa história, à nossa sociedade, que é um pouco do que é o povo brasileiro”, explicou a diretora do Departamento do Património Imaterial do órgão, Célia Corsino.

Para 2015, o Brasil está a preparar o pedido de registo como património da humanidade do Cais do Valongo, no centro do Rio de Janeiro, conhecido como um dos maiores portos de desembarque de africanos no país no tempo da escravatura.

 

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