Capoeiragem na tatame
Capoeiragem NA Tatame!
Capoeira é assunto da Revista TATAME deste mês
Não, não é erro de redação, a Capoeiragem está mesmo na (Revista) TATAME, mês de abril. Sendo uma revista sobre lutas, é nesta dimensão que a multifacetada Capoeira foi contemplada. Não apenas com um espaço, mas com três. Pois, além da matéria principal – A Capoeira no Território do Vale-Tudo – há, também, uma ficha técnica da extraordinária Sra. Adalberto Alves, a Sapoti, uma capoeirista de apenas 69 anos, e uma crônica (Dando Bobeira na Roda).
Mas o prato forte, sem dúvida, é a matéria sobre Capoeira Luta (páginas 24/31) que já está incorporada na lista de discussão de todas as rodas.
Trata-se de assunto, convenhamos, que deve mesmo ser discutido com mais transparência. A Capoeira não ficará prejudicada com isto. Pelo contrário.
Pois não nos parece correto, correr as rodas e o mundo fazendo discurso de paz, amor, ecologia e inclusão social e, ao mesmo tempo, treinar os alunos para bater forte, de todas maneiras, inclusive fazendo halterofilismo e aprendendo outras lutas. Mas que fique claro, entendemos que a capoeira é também uma luta, não sendo crime, portanto, treiná-la como tal. O erro começa quando o "capoeira-casca grossa" passa a correr todo tipo de roda, não mais jogando capoeira, mas fazendo um "jogo de espera" para aplicar sua truculência, "levar pro chão e finalizar". Saindo da roda "orgulhoso por ter deixado claro que sua capoeira é superior as demais". Será?
Não estará este "lutador de capoeira" usando de má fé, não estará, no fundo, derrubando é a própria essência da Capoeiragem?
Conseguirá, este "capoeira-casca grossa" fazer o mesmo num evento tipo "Ultimate Fighting". Não creio, os lutadores que vem se apresentando nesses eventos, como oriundos da capoeira, normalmente utilizam não mais do que 1% do que a capoeira oferece, por quê?
Muito oportuna, portanto, esta reportagem da Revista Tatame.
Realmente há, por partes de alguns mestres de capoeira, muita contradição, primária e suspeita, muito mal disfarçada em "jogo de mandinga".
Grupos de capoeira "lá de fora" – já escrevemos sobre isto – já começam a se rebelar repudiando esta falsa malandragem, mais mercantil do que propriamente mandingueira.
De parabéns, portanto, a Revista Tatame pela matéria. E que outras venham. Quem sabe, não estará na hora de ressuscitar os tais laboratórios de luta de capoeira?
Tudo isto, é claro, sem prejuízo, sem constrangimento, sem desrespeito às demais formas de capoeiragem. Que, aliás, estão a merecer uma bela reportagem, também.
Fonte: Jornal do Capoeira: www.capoeira.jex.com.br