Mestre de Capoeira Marajoara fala sobre cultura afro-brasileira no japão
Nesta primeira viagem ao Japão, Bira Marajó falou a estudantes universitários sobre os projetos mantidos pela Associação Cutimboia (Pará), e jogou capoeira com os japoneses
O jogo começa cadenciado com um canto que quase sempre fala da escravidão. Assim é o estilo de Angola, muito próximo de como os negros escravos jogavam a capoeira. Além de história, hoje ela carrega projetos sociais. “A gente não trabalha só a movimentação do corpo, que dá a estética na visão externa. OS elementos que existem na capoeira fazem a gente estudar um pouco da história, de onde a gente veio, onde estamos e para onde vamos”, explica o mestre Bira Marajó.
Através da capoeira de Angola, ele ajuda as comunidades quilombolas, formadas por descendentes de escravos, que no passado fugiram dos engenhos para formar pequenos vilarejos.
A oficina de capoeira é uma parte do trabalho. “Eu acredito muito na capoeira, no trabalho que a gente vem fazendo, na socialização, lição de vida, espírito, respeito e meio-ambiente também”, conta. As crianças aprendem a fabricar seus próprios instrumentos e recebem lições de preservação do meio ambiente e respeito aos mais velhos.
Nesta primeira viagem ao Japão, Bira Marajó falou a estudantes universitários sobre os projetos mantidos pela Associação Cutimboia, e jogou capoeira com os japoneses. “Quando a gente vê eles praticando, a gente não consegue ver uma diferença, a gente consegue ver uma integração só. Eu quando estou aqui, na prática da capoeira, é como se estivesse no Brasil”, finaliza. Ele também deve participar de uma oficina para crianças brasileiras neste domingo, dia 17. Começa 12h30 no prédio Lounge de Tsurumi, em Yokohama, Kanagawa.