PAN 2007: Tocha será recebida com capoeira em Parati
A Superintendência de Igualdade Racial está organizando o revezamento da tocha pan-americana no Quilombo Campinho da Independência, em Parati, na Região da Costa Verde e o objeto será recebido, no dia 9 de julho, com jongo e capoeira.
A grande justificativa da chegada da tocha inclui oficialmente a participação dos afro-descendentes fluminenses na competição e chama a atenção para as comunidades quilombolas do Estado do Rio.
Segundo a superintendente de Igualdade Social, a atriz Maria Ceiça, a chegada da tocha contará com apresentação de jongo e capoeira, além de promover um encontro entre comunidades quilombolas no Rio de Janeiro.
"É um privilégio para nós participarmos do Pan com este evento. Os tambores vão tocar neste dia. A tocha chegará às 9h (de Brasília), mas antes já estaremos divulgando a cultura negra no quilombo. Muita gente desconhece o número de comunidades quilombolas no Estado", explicou.
"Este evento será uma forma de mostrar a importância destas áreas que preservam a cultura afro-brasileira. Além disso, é uma maneira de inserir oficialmente a comunidade negra nos Jogos Pan-americanos", afirmou.
No dia 17 de abril, o governador Sérgio Cabral reafirmou o compromisso do governo do Estado com a igualdade racial, assinando uma série de convênios em parceria com o Serviço Nacional da Indústria (Sesi), a Federação das Indústrias do Estado (Firjan) e a Associação de Quilombos do Rio de Janeiro.
Os termos de cooperação técnica para a realização de um censo escolar, entre jovens e adultos, e a implementação de cursos de educação básica e de alfabetização, além da implantação do projeto "Cozinha Brasil", de segurança alimentar e nutricional nos quilombos, foram algumas das propostas acertadas.
Outro grande passo em prol da promoção da igualdade racial no Estado foi a assinatura de termo de cooperação que estabelece a elaboração do Plano Estadual de Promoção da Igualdade Racial, que permitirá um diagnóstico da condição de vida do negro em relação ao acesso a bens públicos e perfil econômico, por exemplo.
"A elaboração do Plano Estadual de Igualdade Racial é muito importante. Só por meio dele, poderemos fazer um mapeamento no Estado do Rio sobre os afro-descendentes. Nós não temos políticas públicas para o negro no Estado, isso é feito, na maioria das vezes, por organizações não-governamentais. O plano é a concretização de uma proposta de política pública efetiva do governo estadual", disse.
De acordo com Maria Ceiça, o termo de cooperação também permitirá que a superintendência sensibilize os 92 municípios do Rio a participar do Fórum Intergovernamental de Igualdade, espaço de articulação entre os governos federal, estaduais e municipais.
Até então, o Estado do Rio ainda não havia assumido com o governo federal o compromisso de participar das discussões sobre a situação do negro no Brasil.
Com informações do jornal O Dia