Andre Luiz Lacé Lopes: ATLAS – Capoeiragem

http://www.kompac.com.br/lace/Port_image010.gifATLAS – Capoeiragem
Capoeiragem – Brazilian old street fight
Capoeira, whose historical files go back to the beginning of the 19º century, is a popular fight in the northeast and southeast of Brasil. Today, Capoeira can be found anywhere in the world either s a martial art or as type of fight with rhtythm and singin. This chapter starts off from the original African influences of Capoeira and then examines the two varieties Capoeira has developed into along the years: (i) Capoeira: a fight conducted with dances and Afro-Brazilian rituals, and (ii) Capoeiragem: a utilitarian fight with its roots in Old Rio de Janeiro. Capoeiragem can be endangered today as the older masters have already redired and the few remaining younger masters have been migrating to other similar fights such as muay thay, karate or Thai boxing. This chapter displays an inventory of selected sources that have described and anlyzed capoeira and capoeiragem since the end of the 19º century. According to the pioneer research conducted by the Federation Italiana de Capoeira (Italian Capoeira Foudantion), there are more than 500 research papers on capoeira, particularly on rhythm and singing. However, the repertoire here revealed an antagonism: capoeira is a theatrical fight while capoeiragem is a dramtic fight (see chapter on Capoeira in this Atlas).
Origens e Definições
A capoeiragem nasceu em berço africano. Não, certamente, com este nome e tampouco com suas formas atuais. Até mesmo seus componentes mais herméticos – filosóficos, ritualísticos, técnicos, musicais e religiosos – ao longo do tempo, vêem sofrendo profundas modificações. A origem africana, entretanto, é evidente e incontestável. Comprovada não apenas pelo perfil étnico predominante dos capoeiras brasileiros do passado, mas, sobretudo, pela existência na África, há séculos, de práticas similares. O Moringue no Oceano Índico (ilustrações) – Ilha de Reunião, Madagascar, Moçambique etc – sem dúvida, é um bom exemplo. O mesmo raciocínio pode ser ajustado ao berimbau africano, instrumento musical que, no Brasil, acabou fortemente associado ao jogo da capoeira.
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Cada vez menos, mestres de capoeira e pesquisadores tendem a divergir quanto a esses aspectos. Da mesma forma que está surgindo um consenso sobre a utilização do nome “Capoeira” para rotular o ensino e a prática do jogo com acompanhamento musical (cantoria e ritmo: berimbau, pandeiro, caxixi, reco-reco, agogô, atabaque), e a utilização do nome “Capoeiragem” para a prática da capoeira como uma espécie de briga abrasileirada de rua, em desuso, na qual, no máximo, batiam-se palmas e cantavam-se versos curtos (samba duro, pernada carioca etc). A Capoeira, dança-luta, com ritmo completo e lindas cantorias, espalhou-se pelo Brasil inteiro, sendo muito difícil, senão impossível, afirmar com exatidão aonde ela teria aportado ao chegar da África nas suas formas mais primitivas. O estado da Bahia, entretanto, hoje é reconhecido como o grande celeiro de mestres da capoeira mais tradicional, chamada genericamente de Angola. Denominação sem muita precisão porque a História do Brasil é bastante pródiga ao registrar a prática da capoeira antiga, “tradicional”, em vários outros estados, como Pernambuco e Rio de Janeiro. Essas capoeiras, entretanto, nada tinham de “angola”, nem o nome, nem o estilo, nem o propósito. Embora sendo também luta, a chamada Angola envolvia e envolve outros componentes, fascinantes, mais fora do presente contexto de luta pura. Já a capoeiragem, ou seja, a capoeira-luta, a capoeira briga-de-rua, concentrou-se, sobretudo, no Rio de Janeiro, onde foi, ora adulada ora perseguida pela sociedade e pelos governos. Em perspectiva atual, há diversos fatos passados sobre esta relação conflitiva que podem ser apreciados nos registros de memória encontrados a seguir. Estes, em resumo, sugerem um contraponto: a capoeira é uma luta dramatizada; a capoeiragem é uma luta dramática.
1828 O Governo convoca a Capoeira: “À 9 de julho de 1828, o segundo batalhão de granadeiros alemães revoltou-se, protestando contra o espancamento de um de seus soldados. D. Pedro I prometeu atendê-los no prazo de oito dias, mas no dia seguinte o batalhão de irlandeses insubordinou-se e poucos depois o dos granadeiros alemães. E os mercenários iniciaram o saque na cidade. A população teve de correr para a rua, a fim de defender a sua propriedade. Vidigal congrega os capoeiras e os comanda no ataque à soldadesca desenfreada; consegue assim que os soldados retornem ao quartel onde tinham refúgio certo e poderiam ficar resguardados das cabeças, taponas, pontapés, rabos de arraia e navalhadas” (ver Marinho referenciado em 1945, p. 21 do livro original).
1890 A capoeira quase derruba o Gabinete Ministerial do Marechal Deodoro. No dia 12 de abril deste ano, todo ministério reunido, o Ministro de Relações Exteriores, Quintino Bocaiúva pede a palavra: ou o famoso capoeira Juca Reis, filho do Conde de Matosinho, seria solto ou ele pediria exoneração. Todos os demais ministros intervêm, especialmente Rui Barbosa, tentando uma solução conciliatória. Episódio que está nos Anais da História da República do Brasil. (Fonte: Marinho, 1945, p. 27)
1886 ABREU, Plácido de. Os capoeiras. Rio de Janeiro: Escola Serafim Alves de Souza. Português radicado no Rio de Janeiro onde tornou grande escritor e jornalista. Exímio e valente capoeira, cidadão militante, acabou covardemente assassinado. Seu livro – Os Capoeiras – considerado um livro cult, está sendo adaptado para um especial para TV. Para escreve-lo, D`Abreu usa o recurso de adiantar um resumo do seu livro seguinte – Guaiamus e Nagoas – (que deixou incompleto), e, ainda, listar uma relação de gírias próprias da capoeiragem da época. Estratégia apropriada posto que um dos personagens principais do romance – Fazenda (ou Albano…) – era um respeitável capoeira guaiamu; e, ao longo do romance, ocorrem confrontos entre os guaiamús e os nagoas, as duas mais poderosas e temidas maltas de capoeiragem de então.
1890 Decreto nº 487 de 11 de outubro (Código Penal Brasileiro): “Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumulto ou desordem, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal: Pena – De prisão celular de dois a seis meses.”
1890 Data da primeira edição de AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço (30a. edição). Rio de Janeiro: Ática, 1997. No capítulo X, há um confronto do capoeira Firmo com o português Jerônimo que se socorreu de um “varapau minhoto” na parte final da luta.
1906 CAPOEIRA. Kosmos, Rio de Janeiro, v. 3, n. 3, mar. 1906. Artigo escrito pelo cronista Lima Campos que vale como registro de memória da luta e da época; ilustrações do famoso Calixto Cordeiro com valor iconográfico.
1907 O.D.C. Guia do Capoeira ou Ginástica Brasileira (2a. edição). Rio de Janeiro, Livraria Nacional. Livro duplamente misterioso. Pelo seu autor que não quis aparecer e, sobretudo, pelo seu desaparecimento da Biblioteca Nacional. Por sorte, antes desta ocorrência, Annibal Burlamaqui teve a chance copiá-lo (sem ter como reproduzir as ilustrações). Enquanto o original não reaparece é esta cópia que está correndo o mundo. Segundo alguns estudiosos, “ODC” não representa as iniciais do possível nome do misterioso autor; “ODC” significa simplesmente, “Ofereço, Agradeço, Consagro”. Corre, ainda, uma curiosa versão em que a autoria do livro é atribuída ao primeiro tenente da Marinha José Egydio Garcez Palha. Tendo esse oficial falecido em 1898, seu livro sobre capoeira foi publicado posteriormente sobre a sigla ODC.
1908 Ano da primeira edição de RIO, João do (João Paulo Barreto). A alma encantadora das ruas. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura,Departamento de Documentação e Informação Cultural, Divisão de Editoração, 1995 (Biblioteca carioca). Neste livro, João do Rio registra a presença do berimbau no Rio. Significativa a leitura do diálogo do capítulo PRESEPES: “Isso, gente, são nomes antigos da capoeiragem. Jogar capoeira é o mesmo que jogar mandinga. Rei da Capoeiragem tem o seu lugar junto de Baltasar. Capoeiragem tem sua religião. Abri os olhos pasmados. O Negro riu”. “V. S ªnão conhece a arte? Hoje está por baixo. Valente de verdade só mesmo uns dez: João da Sé, Tito da Praia, Chico Bolívar, Marinho da Silva, Manuel Piquira, Ludgero da Praia, Manuel Tolo, Moisés, Mariano da Piedade, Cândido Baianinho, outros… Esses “cabras” sabiam jogar mandinga como homens. Então os capoeiras estão nos presepes para acabar as presepadas…”.
1909 “Ásia curvou-se ante o Brasil”: Assim cantava o povo pelas ruas do Rio, segundo o Jornal do Comercio (02/05/1909, p. 7), quando o capoeira Francisco da Silva Cyriaco, mais conhecido por Moleque Cyriaco, nascido em Campos, Rio de Janeiro, venceu Sada Miyaco, um campeão japonês de jiu-jitsu. Resultado desconcertante, sobretudo para a Marinha de Guerra que acabara de contratar o japonês para ensinar a “nobre arte do jiu-jitsu” aos marinheiros brasileiros. O confronto realizou-se no dia 1º de maio de 1909, no Pavilhão Internacional na Avenida Central, hoje Avenida Rio Branco. O resultado foi amplamente divulgado por jornais e revistas, publicados no Rio de Janeiro e de circulação nacional (Jornal do Commercio, Kosmos, Careta, Malho etc). http://www.kompac.com.br/lace/Atlas_03.jpg


1922 Publicação de PEDERNEIRAS, Raul. Geringonça carioca: verbetes para um dicionário da gíria. 2. edição revista e aumentada. Rio de Janeiro: Officinas Graphicas do Jornal do Brasil. Referindo-se a capoeira diz o autor: “Geringonça carioca nasceu do vulgo hybrido, da mestiçagem que formou a nacionalidade. A primeira a destacar-se foi a do capoeira, essa entidade que teve foros de instituição, esse exercício que alcançou as principaes camadas da sociedade” (Duas Palavras, p. 3). Grande parte do livro de Pederneiras baseia-se na gíria específica dos capoeiras da época. Daí a sua importância como memória.
1924 NETTO, Coelho, Nosso Jogo, do livro BAZAR. Livraria Chardron, de Lello & Irmão Editores, Rua das Carmelitas, 144, Porto, Portugal, 1928. Este livro foi publicado em 1928 (Porto), mas o artigo Nosso Jogo foi publicado, pela primeira vez, em 1924, no Rio de Janeiro.
1928 BURLAMAQUI, Annibal. Ginástica nacional: methodizada e regrada. Rio de
Janeiro: [edição do autor]. Mais completo do que o livro de “ODC”sobre a capoeiragem, foi distribuído para os estados, servindo de fonte inspiradora para novos trabalhos similares.
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1929 Capoeiragem e Capoeiras. Revista Criminal, no. 28. Rio de Janeiro, 1º de maio do ano assinalado. Artigo escrito pelo jornalista e capoeira Paulo Várzea: “Madrid tem o chulo; Buenos Aires, o compadron; Lisboa, os fadistas, o Rio de Janeiro, a Capoeiragem…”
1931 “Escola Typica de Agressão e Defeza”- Entrevista com Jayme Ferreira, Noite Ilustrada, junho 24, 1931. Reportagem pela qual se pode perceber a existência de várias academias, nas décadas de 1920 e 1930 no Rio de Janeiro: “A Capoeiragem tem no Rio, o seu período áureo. Foi quando praticada no “batuque”, apenas pelos chamados “malandros” , se irradiou pela cidade toda, descida da Favela e de outros morros mais ou menos célebres, na pessoa do “capoeira” que se servia della para levar a bom termo as suas proesas de certo modo arriscadas”.
1931 “Combates que despertam Emoção”. Jornal dos Sports, 3 de julho de 1931: “As gymnasticas nacionais (capoeiragem) e japoneza, face a face…”. A matéria termina da seguinte maneira: “Os juizes serão os srs. Carlos Gracie. Director da Academia de jiu-jitsu, e Jayme Ferreira, director da Academia de Capoeira”.
1931 “Club Nacional de Gymnastica (capoeiragem): uma grande promessa”. “Agenor Sampaio, Sinhozinho, fala ao Diário de Notícia”. Referência do Diário de Notícias, 1º de setembro de 1931, à capoeiragem. Depois de vários centros informais de treinamento, Sinhozinho montou sua “academia” de capoeiragem na Rua do Rosário 185, 2º andar, Centro, Rio.
1932 EDMUNDO, Luís. O Rio de Janeiro no Tempo dos Vice-Reis. 2a. edição revista e atualizada. Rio de Janeiro: Athena, [1932]. Cap. 4: Aspectos da cidade e das ruas, p. 31-40, descreve um capoeira: “Socialmente é um quisto, como poderia ser uma flor. Não lhe faltam, a par de instintos maus, gestos amáveis e enternecedores. É cavalheiresco para com as mulheres. Defende os fracos. Tem alma de D. Quixote”.
1935 “André Jansen em Salvador”. Rio de Janeiro, Diário de Notícias. 30 outubro: “O público carioca conhece sobejamente o sportista André Jansen, considerado o mestre absoluto da luta brasileira (a capoeiragem). Várias vezes André teve ocasião de brilhar em nossas arenas, demonstrando sua technica admirável, servida por uma valentia e uma resistência extraordinária. …Jansen, o maior discípulo de Agenor Sampaio, Sinhozinho… O hospitaleiro povo bahiano vae ter occasião de apreciar o espírito combativo,a intelligência, dextreza e sagacidade do jovem sportista brasileiro…”
1935 “André Jansen em Salvador”. O Imparcial, Salvador, 25 de outubro. Breve, mais importante registro de uma das passagens de André Jansen por Salvador. Promotores de um grande evento de pugilismo, inspirados em promoções similares realizadas no Rio de Janeiro, convidaram Jansen para inaugurar as apresentações num confronto com Ricardo Nibbon (também do Rio, aluno dos Gracie). Como preliminar, Mestre Bimba fez uma exibição com seus alunos.
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1936 Jornal Gazeta da Bahia, Salvador, 13 de março, publica entrevista com Manoel dos Reis Machado, Mestre Bimba, em que este declara que as exibições de capoeira deveriam ser regulamentadas pela polícia com base na obra de Annibal Burlamaqui, editada em 1928 no Rio de Janeiro.
1938 EDMUNDO, Luís. O Rio de Janeiro do meu tempo (1a. edição). Rio de Janeiro: BNH, [s/d, circa 1990]. Edição especial. A primorosa edição produzida pelo extinto Banco Nacional da Habitação inclui caricaturas de J. Carlos, Calixto, Armando Pacheco, Raul Pederneiras e vários outros. Neste livro, o carioca Luis Edmundo (1878/1961) resume a história do lendário capoeirista Manduca da Praia (Capítulo 12 – A Vida de Cortiço, págs. 137/139). Luís Edmundo, boêmio, poeta, escritor e brilhante jornalista, pertenceu à Academia Brasileira de Letras e ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Década de 1930 Neste período, Agenor Moreira Sampaio (SP/1891 – RJ/1962), paulista, de Santos, mais conhecido como Sinhozinho, inicia sua carreira na capoeiragem. Ainda adolescente, ele mudara-se para o Rio de Janeiro, onde virou uma lenda e uma legenda. Embora com respeitável número de cursos básicos, inclusive de História e Francês, foi um autodidata em Educação Física, esporte em geral e capoeiragem em particular. Extremamente criativo desenhava um método para cada aluno e, com isto, especializou-se em formar campeões. Assim como livros (ODC, Zuma etc) e dezenas de artigos voaram do Rio, então capital, para os demais estados, o estilo Sinhozinho também viajou através de inúmeros de seus alunos. André Jansen, por exemplo, considerado na década de 1940 o melhor capoeira do Brasil, visitou vários estados demonstrando a eficácia de sua arte marcial. Outro grande campeão, para ficar só em dois, é o professor Rudolf Hermanny, que não satisfeito em vencer apenas como capoeira nos anos de 1950, sagrou-se também campeão por equipe no III Pan-Americano de Judô, no México, em 1960. (Fonte: Castro e Hermanny).
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1941 FONSECA, Gondim de. Biografia do jornalismo carioca – 1808/1918. Rio de Janeiro: Quaresma. Contem a relação de todos os jornais e revistas cariocas que surgiram de 1808 a 1908, e um dicionário de caricaturistas. Fonte para pesquisa de fundamental importância para a memória da capoeira: “Muitas coleções de jornais que consultei na Biblioteca Nacional estão quase desfeitas. Se não forem restauradas acabarão em poucos anos, e o leitor do futuro só terá notícias delas através deste cartapácio”.
1944 AMADO, Jorge. Bahia de todos os santos (1º Edição). 21a. edição revista e atualizada. São Paulo: Martins, 1971. O livro foi publicado pela primeira vez no ano de 1944. Como todas as obras de Jorge Amado, esta também vem sendo reeditada constantemente e lançada em várias outras línguas pelo mundo afora. A partir da 22º edição, entretanto, um substancial e revelador parágrafo foi suprimido. Justamente o que menciona uma visita de Mestre Bimba ao Rio de Janeiro onde foi surpreendido pela alta eficácia da capoeira carioca. Especialistas em Bimba e em Amado defendem que o trecho foi apenas uma fantasia do grande escritor.
1945 MARINHO, Inezil Penna. Subsídios para o estudo da metodologia do treinamento da capoeiragem. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1945. Melhor livro escrito sobre capoeiragem segundo opiniões correntes de especialistas. Leitura altamente recomendável para qualquer mestre de capoeira ou pesquisador.
1945 “Malandragem nasceu com a própria cidade: do capoeira de ontem ao malandro de hoje”. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, 19 janeiro.
1945 OLIVEIRA, Valdemar de. Frevo, capoeira e passo (1a. edição). Recife: Editora de Pernambuco, 1971. Referindo-se ao histórico episódio da prisão do capoeira Juca Reis, na pág. 81 de seu livro, Oliveira comenta: “O exemplo repercutiu no país inteiro. A liquidação foi geral. As polícias estaduais se movimentaram, apoiadas no primeiro código Penal da República”. A História da Capoeira e da capoeiragem (luta de verdade), passa por Pernambuco, e esse livro é uma das leituras de fundamental importância para bem entendê-la. A base do livro foi um trabalho produzido pelo autor, em 1945, e publicado, com destaque, no volume VI, do ano VI, do Boletim Latino-Americano de Música.
1946 MORAIS FILHO, Alexandre José de Mello. Festas e tradições populares do Brasil. Revisão e notas de Câmara Cascudo. 3a. edição. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1946. “Capoeiragem e Capoeiras Célebres – Rio de Janeiro” é, certamente, uma fonte de memória. Dois exemplos: “No Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, há uma subclasse que reclama distintíssimo lugar entre as suas congêneres e que tem todo o direito a uma nesga de tela no quadro da história dos nossos costumes – a dos capoeiras (p. 444)”. “Os capoeiras, até quarenta anos passados, prestavam juramento solene, e o lugar escolhido para isso eram as torres das igrejas (p. 446)”.
1949 “Os capoeiristas estão brilhando em São Paulo”. A Tarde, Salvador, 25 fevereiro. Embora – agora já sabe – os resultados fossem combinados, mesmo assim houve uma razoável divulgação da capoeira regional baiana no evento foco da notícia.
1949 “Regressou Mestre Bimba”. A Tarde, Salvador, 7 março: não concordando, mas também não proibindo lutas combinadas, Mestre Bimba voltou a Salvador demonstrando satisfação com os resultados alcançados.
1949 “O Sensacional cotejo de Capoeiragem”. Jornal dos Sports, 2 de abril: a luta de Luiz Aguiar “Ciranda” (aluno de Sinhozinho, foto) com Jurandir (aluno de Bimba); “Hoje no Estádio Carioca – o capoeira carioca Hermanny (capoeira de Sinhozinho) em confronto como Perez (capoeira de Mestre http://www.kompac.com.br/lace/Atlas_09.jpgBimba)”. Globo Esportivo, 7 abril de 1949. http://www.kompac.com.br/lace/Atlas_09.jpg

1951 “O Destino da Capoeira”. Globo Esportivo, 7 de julho de 1951. Longa e substancial entrevista com Sinhozinho e Rudolf Hermanny, Rio de Janeiro. “Trabalha-se no Brasil pela Sobrevivência da Capoeira”. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 23 de setembro de 1951. Outra longa e reveladora entrevista com Sinhozinho.
1953 ANTÔNIO, Carlos. A Arte dos moleque de Sinhá – Camarada bota sentido! Capoeira vai te Batê…. Flan, Rio de Janeiro, 31 maio, 1. cad.:9; Última Hora, São Paulo, 25 abril de 1956: “Neste mundo cada vez mais dependente do marketing, parece que só existiu e que só existe quem está todos dias na mídia. Mídia paga ou não. Daí a ignorância sobre a extraordinária Capoeira de Sinhozinho de Ipanema. Outro bom exemplo, ou melhor, outra boa injustiça pode ser registrada em relação ao Sr. Antenor dos Santos, mineiro, vice-presidente da Portela e um ‘animador da capoeira’ “. Nas décadas de 1940/1950 o Senhor Santos coordenava um grupo de bons angoleiros, na prática, comandados por Joel Lourenço do Espírito Santo.
1953 “Rudolf Hermanny e Carlson Gracie, impressionantes”. O Jornal, 18 março. Confronto de Rudolf Hermanny (Sinhozinho) com Guanair Vial (Gracie). “O sangue dos valentes ensopou a quadra de cimento do Estádio do Vasco”. Revista O Cruzeiro, 4 de abril. Outra manchete do confronto de Rudolf Hermanny com Vial. “Vitória Espetacular de Hermanny”. O Popular, 30 de junho. Confronto entre Rudolf Hermanny e Artur Emídio de Oliveira (Itabuna). Artur Emídio aprendeu capoeira com Mestre Paisinho, em Itabuna, Bahia.
1959 “Capoeiristas baianos dançam no aeroporto”. Diário Carioca, Rio de Janeiro, 10 abril.
1961 LYRA FILHO, João. Sinais de sociologia dos desportos. [S.l.]: Confederação Brasileira de Desportos (Gestão João Havelange), 196l. Cap. 3: Miscigenação e capoeiragem: pequeno libreto contendo a palestra de João Lyra Filho, realizada no dia 25 de agosto de 1960, relacionando a capoeiragem com a Sociologia dos Esportes.
1961 DA COSTA, Lamartine Pereira. Capoeiragem: a arte da defesa pessoal brasileira. Rio de Janeiro: [s.n.], 1961; Capoeira sem mestre. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1962. Lamartine Pereira Da Costa praticou capoeira, introduziu oficialmente a capoeiragem na Marinha, escreveu vários artigos e um livro específico sobre o assunto. Como professor de Educação Física escreveu dezenas de artigos, coordenou dezenas de projetos a nível nacional e internacional. Com doutorado em Filosofia, além de professor universitário, tornou-se um consultor internacional em sua área profissional.
1963 “Batismo de capoeira em Copacabana”. Jornal A Noite, 23 junho. Mestre Caboclo forma mais uma turma da capoeira: Turma Artur Emídio.
1963 “Capoeira renasce no Rio com suas velhas tradições”. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 22 de dezembro. Reportagem de página inteira, com duas ilustrações (uma delas inspirou a capa do livro “A Volta do Mundo da Capoeira”). Gira em torno de uma “Operação Capoeira” deflagrada no Rio de Janeiro; registra a importância de Sinhozinho, Artur Emídio e outros.
1963 BIMBA, Mestre. Curso de capoeira regional – em CD ROM. Salvador: [s.n.]. Tanto o disco inicial (1963) como o CD que saiu anos depois faziam-se acompanhar por um libreto, espécie de manual. Ambos quase totalmente iguais, exceto por uma única linha que foi suprimida na segunda edição. Justamente a linha que definia a criação da Capoeira Regional Baiana: “Seu espírito criador (de Bimba) fez um aproveitamento da savata, jiu-jitsu, greco-romana e do judô, compondo um método próprio…”. A segunda edição reduziu a frase: “Seu espírito criador compôs método próprio, hoje conhecido como a Regional da Bahia…”. A primeira versão apresenta, claramente, a capoeira regional como uma capoeira estilizada reforçada com movimentos e golpes de várias lutas estrangeiras.
1965 CARNEIRO, Edison.Dinâmica do folclore. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965. Na década de 1970, no programa radiofônico “Rinha de Capoeira” (Radio Roquete Pinto-RJ, produção de André Lacé), o saudoso Professor Edson Carneiro discutiu um tema que dá significado à sua contribuição ao estudo da capoeiragem: “como diferenciar a dinâmica do folclore da estilização folclórica da capoeira contemporânea?”
1965 LEMOINE, Carmem Nícias de. Jogo de capoeira. Tradições da Cidade do Rio de Janeiro do século 16 ao 19. Rio de Janeiro: Pongetti, 1965. p. 226-233. Lemoine cita Mestres Leopoldina, Bimba e outros.
1966 “Dança de negros e arma de malandros: capoeira oficializada na Marinha”. Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 30 março, tablóide: Lamartine Pereira da Costa, com a cooperação dos Mestres Artur Emídio e Djalma Bandeira promove um curso de capoeira especialmente para oficiais e praças da Marinha. Aliás, um grande mote, ainda virgem, é o papel das marinhas – de guerra e mercante – na propagação e no intercâmbio capoeirístico nos portos brasileiros e do mundo.
1968 “Simpósio quer mudar capoeira”. Jornal dos Sports, Rio de Janeiro, 28 agosto: “Simpósio chegou ao final sem decidir se capoeira é luta ou apenas folclore”. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 28 agosto. O evento, presidido pelo Professor Alberto Latorre Faria, reuniu altas autoridades do governo, do esporte e da capoeira: Ministro Lyra Filho, os Doutores Waldemar Areno e Ângelo Decânio, e os Professores Edison Carneiro, Maria Lenk, Lamartine Pereira da Costa, Rudolf Hermanny, Luis Peixoto e André Luiz Lacé Lopes. Trata-se possivelmente do primeiro debate sobre a capoeiragem em evento universitário.
1969 SALLES, Vicente. Bibliografia crítica do folclore brasileiro: capoeira. Revista Brasileira de Folclore. Rio de Janeiro: Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, v. 8, n. 23, p. 79-103, jan./abr. Pesquisa pioneira. Vicente Salles, além de redator chefe da Revista era um dos principais pesquisadores da Campanha citada.Vicente Salles já publicou vários trabalhos sobre a Capoeiragem e trabalha, atualmente, na Universidade Federal do Pará.
1972 SANTOS, José Francisco dos. Memórias de Madame Satã: (conforme narração a Sylvan Paozzo).: Lidador, 1972. “Minha pessoa estava muito feliz naquela noite” – assim começa o livro de Satã. Obra que deve ser lida, também, como importante registro social e sociológico do Rio de Janeiro Antigo. Merece especial registro a maneira como o jornalista Sylvan Paezzo desempenhou o seu papel. SATÃ foi um verdadeiro capoeira street fighter lutador de rua).
1974 LYRA FILHO, João. Introdução à sociologia dos desportos. 3a. edição. Rio de Janeiro: Bloch, [19-]. Leitura recomendada – não sendo possível ler o livro todo -, pelo menos, do capítulo dedicado à capoeira. Trata-se de um texto que necessita de revisão atualizada por especialistas.
1974 Curso PM. DN, Salvador, 2 agosto: “A Polícia Militar da Bahia realizou ontem a Aula Inaugural do Curso de Instrutores e Monitores da Capoeira, que foi ministrado pelo professor André Lacé Lopes, Diretor do Departamento Especial de Capoeira da Confederação Brasileira de Pugilismo”. Curso e palestra foram noticiados, também, em jornais do RJ, alguns de circulação nacional: “Carioca é quem abre curso de capoeira na Bahia”. Última Hora, Rio de Janeiro, 30 julho 1974; “Capoeira, Professor Lacé ministra aula em Salvador”. A Notícia, 30 julho 1974; “Começou Curso de Capoeira” – Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 3 agosto 1974; “Institucionalização da Capoeira será debatida em seminário nacional”.Diário de Notícias, Salvador, 15/16 novembro 1974. Divulgação, na Bahia, do seminário realizado no Instituto Brasileiro de Administração Municipal, de nos dias 7 e 8 de dezembro, sob a coordenação de André Luiz Lacé Lopes, então, Diretor de Capoeira, da Confederação Brasileira de Pugilismo.
1975 BRASIL – Histórias, costumes e lendas. São Paulo: Ed. Três. Levantamento sobre cultura popular brasileira, com destaque para danças e jogo, e com menção da capoeiragem, permite perceber a existência de íntimo parentesco do batuque, com o bambelô (Rio Grande do Norte), o caxambú (Minas Gerais),o bate-coxa (Alagoas), o jongo, o côco ou zambê, a chula e a pernada carioca.
1977 CURVELO, Ivan. Capoeira: a falta de rumos é processo de embranquecimento. Jornal dos Sports, Rio de Janeiro, 24 abr. 1977.(4)f . Entrevista com André Luiz Lacé, então Superintendente Administrativo do Clube de Regatas do Flamengo, sobre o processo de institucionalização da Arte Afro-Brasileira da Capoeiragem.
1980 PEIXOTO, Mário. Ipanema de A a Z: dicionário da vida ipanemense. [S.l.]. Rio de Janeiro: A.A. Cohen. Fonte de informações básicas para os estudiosos da capoeiragem no Rio de Janeiro.
1981 GOMES, Paulo, Mestre. Capoeira: a arte brasileira. [S.l.]. Rio de Janeiro: Centro de Capoeira Ilha da Maré. O baiano Paulo Gomes fez-se mestre no Rio de Janeiro e teve seu melhor momento em São Paulo onde, infelizmente, foi covardemente assassinado. O livro é o escritor falando, simple, sicero e direto. Respeitado e admirado. Valente e destemido, assim como Plácido d`Abreu, morreu lutando bravamente.
1986 MACARTY, José.Quand la Capoeira rencontre lê Moringue. Jornal Témoinages – Quotidien du parti communiste reunionnais. Ilha de Reunião, 8 outubro. Da mesma fonte, datado de 9/10/1986: L`histoire de la capoeira au Brésil. Entrevista com André Luiz Lacé Lopes (Ilha da Reunião, Oceano Índico – 1986). Idem, datado de 11/12 outubro mesmo ano LE MORINGUE (CAPOEIRA!) à la Reúnion – sortir du fénoir une pratique culturel le authentiquement réunionnaise. Jornal Témoignages.
1993 DIAS, Luiz Sérgio. Quem tem medo da capoeira? Período 1890-1904. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Luiz Sergio Dias, escritor, trabalho de longos nos no Arquivo Municipal do Rio de Janeiro. Trata-se de um trabalho premiado – primeiro lugar – num concurso de monografias.
1995 SANTOS, Esdras M. dos. Conversando sobre capoeira.. São Paulo: JAC. Livro emocionado, desassombrado e extremamente informativo. Preciosa fonte de informações e esclarecimento sobre a trajetória da Capoeira Regional.
1996 BIBLIOTECA AMADEU AMARAL. Capoeira: fontes multimídia. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, Coordenação de Folclore e Cultura Popular. Oportuno desdobramento da pesquisa de Salles, Vicente (ver 1969). A Biblioteca Amadeu Amaral está situada dentro do complexo cultural do Palácio do Catete (Rua do Catete, 179, Rio de Janeiro-RJ).
1996 ANGELO, Decânio Filho. A herança de Mestre Bimba: filosofia e lógica africanas da capoeira. Salvador: [s.n.]. Edição do autor. Apresentação de Jorge Amado e Esdras Magalhães dos Santos. Ângelo Decânio foi aluno e médico de Mestre Bimba, e conviveu com Cisnando Lima (“foi o primeiro aluno branco da classe social dominante em Salvador; Cisnando logo induziu o Mestre Bimba a enriquecer o potencial bélico da luta negra…”. Pág. 112). Com profunda admiração, mas com singular realismo, Decano exalta a figura de Bimba. Com autoridade, às folhas tantas, chama atenção para graves distorções que estão ocorrendo, atualmente, com a Capoeira Regional. Leitura recomendada.
1999 LACÉ LOPES, André Luiz. A Volta do Mundo da Capoeira. Rio de Janeiro: Markgraph. Seleção de artigos, cartas e reflexões sobre a Arte Afro-Brasileira da Capoeiragem. O primeiro artigo selecionado data de 1962. O livro focaliza a marcha da capoeira pelo mundo, mas com especial ênfase na capoeira do subúrbio do Rio de Janeiro, nas décadas de 1960/1970. http://www.kompac.com.br/lace/Port_image008.gif

2000 CASTRO, Ruy. Ela é carioca: uma enciclopédia de Ipanema. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. Fonte de informações para interpretações do ambiente onde viveu a capoeiragem utilitária do Rio de Janeiro. Leitura recomendável.
2003 LACÉ LOPES, André Luiz. Capoeiragem no Rio
de Janeiro, Sinhozinho e Rudolf Hermanny. Editora Europa, Rio de Janeiro. Obra relacionada com esta referência: “RUDOLF HERMANNY”. Coleção GENTE, Editora RIO, Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2003.
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2003 Il Papa della Capoeira Brasiliana. Reportagem realizada pelo Professor Alfredo Apicella. MAK (Martial Arts Kombat) Adventures. Itália, abril/maio de 2003. Black Panther Production, Via Sant`Evasio 55 – 14100 Asti: “Già esiste uma grande letteratura sull`argomento Capoeira, essendo alcuni articoli e libri di André Luiz Lace Lopes, letteratura obligada per chi vuole immergersi nell`argomento a fondo. Questo perché Lace, non há paura del contraddittorio, ossia, oltre a essere amante della capoeiragem (arte di chi pratica), non ricerca affatto fama distorcndo la storia Del passato, modificando date e testimonianze importanti”.
2003 Capoeira – La force cachée de Rio. Revista Karaté Bushido, julho/agosto 2003. Editora Européene de Magazines, 44, Avenue George V 75008 Paris, France. Grand reportage (p. 22): La Capoeira ao coeur de Rio de Janeiro. Entrevista com André Lace (p. 30): …”Dans son bureau, ou dês centaines de livres et dês dizaines de cassettes vídeo ou CD sont empilés, dans son salon, ou lês meubles sont poussés ´pour “les demonstration avec les visiteurs” (dixit as femme, dans um sourire), son appartement respire la Capoeira.”
2003 “Arte e História também em livros”. Jornal dos Sports, Rio de Janeiro, 11 novembro. “Dois livros estão provocando intensos debates nas rodas de capoeira do Rio de Janeiro, do Brasil e do resto do mundo: ‘Capoeiragem no Rio de Janeiro’ e ‘Rudolf Hermanny’, da série GENTE que a Universidade Estácio de Sá vem publicando”.
2003 CD “Os Bambas do Rio Antigo”,Mestre Grilo e seu Grupo Arte Nobre. Naldo Studio Produções Musicais, Rio de Janeiro-RJ, dezembro de 2003. Trata-se de um marco musical na história da Capoeira, em que a extraordinária figura de Agenor Sampaio (e alguns de seus discípulos) é lembrada e louvada. O texto da contra-capa oferece informações valiosas para compreensão do tema e correspondentes registros de memória.
Situação atual
A Capoeira com cantoria e ritmo, nos dias presentes, pode ser encontrada no mundo inteiro. Apresentada, na maioria das vezes, em palco, em conjunto com danças e rituais afro-brasileiros adaptados para show – maculelê, samba de roda, dança de orixás, puxada de rede etc. Já a Capoeiragem do Rio Antigo parece ser uma prática em extinção, com os mestres mais velhos aposentados e uns poucos mestres mais jovens migrando para outras lutas similares, como Muay Thay, Caratê ou Box Tailandês. Não sendo de se desprezar, entretanto, alguns esforços que estão surgindo no sentido de revitalizar este tipo de capoeira, como, por exemplo, o Projeto Capoeira Arte Marcial (ver neste particular a parte final do livro “Capoeiragem no Rio de Janeiro, Sinhozinho e Rudolf Hermanny”, Lace Lopes, 2003, p. 267). Em termos de fontes, e de acordo com pioneira pesquisa realizada pela Federação Italiana de Capoeira, já existem mais de 500 trabalhos sobre capoeira, sobretudo, sobre sua parte rítmica e cantada. Estando incluídos neste levantamento, não apenas CDs, mas gravações em vinil, K-7, vídeos-tapes e filmes técnicos ou romanceados. Em dezembro de 2003, no Rio de Janeiro, foi editado um CD especificamente sobre Agenor Sampaio, Sinhozinho: “Homenagem aos Bambas do Rio Antigo”. Neste particular, cabe mencionar, a primeira gravação, ainda em vinil, do CD “Curso de Capoeira Regional”, uma vez que, o libreto que acompanhava o disco, mencionava outras lutas (ver BIMBA, 1963). Mais informações podem sr obtidas no capítulo de Capoeira neste mesmo volume.
Fontes RIBEIRO, Ida Regina Gomes de Oliveira, SANTOS, Elza Elena Pinheiros dos (Comp.). Bibliografia Carioca. Rio de Janeiro: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, 1995. Catálogos de periódicos brasileiros microfilmados na Fundação Biblioteca Nacional, 1994; BENCHIMOL, Jaime Larry. Pereira Passos: um Haussman Tropical. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes, Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural, Divisão de Editoração, 1990; LESSA, Carlos. Metrópoles: o Rio de todos os Brasis: Record, 2000; Downey, Greg. Domesticating an urban menace: reforming capoeira as a Brazilian national sport; Sinhozinho: http://rohermanny.tripod.com/; Moringue: [email protected]; Rudolf Hermanny: http://openlink.br.inter.net/rohermanny/; André Luiz Lacé Lopes: http://andrelace.cjb.net/

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http://www.kompac.com.br/lace/Atlas_12.jpg Atlas do Esporte no Brasil – 2004
Capoeiragem
Edição Particular, com ilustrações, feita pelo Autor – Rio, jan/2005


http://www.andreluizlace.cjb.net/

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