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Clube Nacional de Gymnastica: Uma grande Promessa

Diário de Notícias, RIO, 1º de setembro de 1931

Realizámos um verdadeiro “tour de force”, arrancando de Agenor Sampaio alguns dados sobre a sua longa e proficua actividade sportiva. Muito tempo gastámos em convence-lo, em arranjar argumentos capazes de remover a sua resistencia passiva, porém, diffícil de ser vencida. Triumphámos, finalmente. Assim, podemos offerecer aos nossos leitores algo sobre a vida de Agenor Sampaio.

UM ATHLETA QUE SURGE

Comecei a minha vida sportiva – disse o Sinhôzinho, preliminarmente – em 1904, no Club Esperia de S. Paulo; como socio-alumno. Ahi me mantive até 1905, quando fui para o Club Athletico Paulistano, que foi o primeiro club do Brasil que teve piscina.

Houve um movimento dissidente no football de então, de modo que me transferi para a Associação Athletica das Palmeiras, que havia feito fusão com o Club de Regatas São Paulo. Ahi, em companhia de Itaborahy Lima, José Rubião, Hugo de Moraes e mais alguns amigos, comecei a praticar com enthusiasmo a gymnastica, tendo por exemplo Cícero Marques e Albino Barbosa, que eram, naquelle tempo, os maiores athletas do Brasil.

A CONTRIBUIÇÃO DO CELEBRE AVIADOR EDÚ CHAVES

– Mais tarde ” prosseguiu o nosso entrevistado ” com a vinda de Edú Chaves da Europa, novos ensinamentos nos foram ministrados, dos quaes a luta greco-romana, box francez (savata) e a gymnastica em apparelhos foram os mais importantes.
Em 1907, ingressei no Club Força e Coragem, que obedecia à direcção do professor Pedro Pucceti. Continuei os exercícios que sabia e outros mais, que aprendera com o referido mestre.

OS PRIMEIROS TRIUMPHOS EM LUTA ROMANA

– E praticou desde logo a luta romana?
– Sim, em 1907, obtive os meus primeiros sucessos nesta luta e tive occasião de vencer o torneio da minha categoria.

RIO, CIDADE AMIGA E HOSPITALEIRA

– Em 1908, mudei-me para esta capital, de onde jamais me afastei. O Rio é uma cidade encantadora pelos seus recursos naturaes e captivante pela lhaneza dos cariocas, que são extremamente hospitaleiros.
Fui um dos fundadores do Centro de Cultura Physica Enéas Campello, que teve o seu período de fastigio no sport carioca. Ali, ao lado de João Baldi, Heraclito Max, Jayme Ferreira e o saudoso Zenha, distingui-me em diversas provas em que tomei parte.

Nota complementar:
Para saber mais sobre Mestre Sinhozinho, recomendamos o livro “Capoeiragem do Rio Antigo – Rudolf Hermanny e Mestre Sinhozinho” – 2002, de André Luiz Lace Lopes.

Fonte: www.jornalexpress.com.br

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