A feminilidade na capoeira
Antigamente, para ser respeitada nas rodas de capoeira, as mulheres precisavam rejeitar sua feminilidade, adotando comportamentos masculinos. É o que indicam apelidos, como Maria Homem, e até estudos feitos a partir de cantigas de capoeira. Mas, e hoje? Será que é diferente?
Atualmente a mulher tem conquistado cada vez mais espaço na capoeira, mas ainda enfrenta críticas simplesmente por ser feminina.
Uma questão é a vaidade. Quando a mulher se arruma e se enfeita para ir à roda, ainda é acusada, principalmente por outras mulheres, de não levar a capoeira a sério, e sim usá-la para chamar atenção dos homens, arrumar namorado, ou coisas do equivalentes.
Outra questão é o excesso de cuidado na roda por parte dos homens. A mulher é delicada por natureza e muitas vezes essa característica é confundida com fragilidade. Quando isso ocorre os homens jogam com elas como se as mesmas fossem feitas de vidro, podendo quebrar a qualquer momento.
É óbvio que não se trata de incentivar uma atitude violenta contra as mulheres, mas é muito bom quando o homem solta seu jogo sem fazer distinção quanto ao sexo do oponente.
Mas, para evitar essas e outras “pedras” no caminho, a opção da mulher seria se masculinizar? Deixar de lado sua vaidade e sua delicadeza e se comportar de modo semelhante aos homens?
Na verdade a melhor resposta que pode ser dada é seguir em frente e continuar treinando e se dedicando, sem deixar a opinião alheia virar um obstáculo. Por mais feminina, vaidosa e delicada que seja, quando a mulher entra na roda e dá o melhor de si, ela não é apenas respeitada, mas também admirada.
Neila Vasconcelos – Venusiana
capoeiradevenus.blogspot.com