com base no artigo do Dr. André Freire, Portugal –
Edição 63 – de 05 a 11/Mar de 2006
"Muitas mulheres ainda relutam, com toda razão, sobre essa linda e justa homenagem: O DIA INTERNACIONAL DA MULHER!
Desconfiadas perguntam: e quanto aos demais dias?
Perguntam ainda: e quanto ao Dia Local, Municipal, Regional e Nacional da Mulher?
Muito falta, realmente, a ser feito para que a mulher veja seus direitos plenamente reconhecidos. Nas legislações e nas culturas do mundo.
Por outro lado, não se pode negar, a mulher de hoje já apresenta avanços, ocupa posições acadêmico-profissionais absolutamente inimagináveis no começo do século passado.
Para que esse processo continue progredindo faz sentido, sim, a criação de um DIA INTERNACIONAL DA MULHER.
Até porque, vivemos num mundo cada vez mais dominado pelo marqueting, sendo assim, o Dia da Mulher, na pior das hipóteses terá o mérito de chamar atenção do mundo para o óbvio. Ou seja, a importância eterna e diuturna da presença da Mulher na Vida e no Mundo.
De parabéns, portanto, a Assembléia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) que, em 1975 decretou o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher.
E por que escolheram o dia 8 de março?
Porque nesse mesmo dia, mas no ano de 1857, mulheres de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque se rebelaram contra suas condições de trabalho. Trabalhavam, então, 16 horas diárias, ganhando salário que não chegavam a um terço do salário dos homens para serviço igual. Pela primeira vez a mulher ousava se insurgir contra as regras e os privilégios dos homens e a exploração de alguns patrões. Ocuparam a fábrica em protesto, lá pelas tantas, não se sabe até hoje da onde, surgiu um incêndio, as portas foram fechadas, muitas tecelãs ficaram feridas e 129 morreram e carbonizadas.
Sobretudo deste episódio para frente começaram a ocorrer, com mais freqüência, lutas similares, mulheres se unindo e lutando por melhor tratamento em casa, na rua e no trabalho.
Vários outros episódios, vários marcos vêm acontecendo, como em 1903, a criação da Women’s Trade Union League por profissionais liberais norte-americanas. Com o principal objetivo de apoiar a todas as trabalhadoras que se mobilizassem para exigir melhores condições de trabalho. Em 1908, mais de 14 mil mulheres marcharam nas ruas de Nova Iorque fazendo reivindicação semelhante às tecelãs de 1857 e mais o direito de voto. Caminhavam com o slogan – forte e suave, como só as mulheres sabem ser – Pão e Rosas, com o pão simbolizando a Estabilidade Econômica e as rosas, melhor qualidade de vida.
Sem pretender, nem de longe esgotar o assunto, será justo lembrar ainda a 4ª Conferência Mundial da Mulher, promovida em Pequim (de setembro de 1995) pela Organização das Nações Unidas (ONU). Cento e oitenta um países participaram deste evento e assumiram, todos eles, o compromisso de combater todo e qualquer obstáculo que dificultasse o avanço da mulher na Sociedade.
Somando o fórum das Organizações não governamentais (ONGs) com o encontro das Delegações oficiais, a Conferência da Mulher foi a maior reunião organizada pela ONU, nos seus 50 anos de história, com 47.000 participantes.
SAÙDE
Navegando aleatoriamente pela Internet percebo, sobretudo na qualidade de médico, a grande relação importância do tema com a SAÚDE.
"A saúde é um dos direitos fundamentais da mulher. A função reprodutiva a expõe a tensões de riscos durante grande parte de sua vida. Nos países pobres morrem 90% de mulheres por causas relacionadas com a gravidez e o parto".
Os homens não são conscientizados sobre a responsabilidade que lhes cabe de evitar uma gravidez.
A grande ironia, que pode ser encontrada pelo mundo afora, é o fato da mulher moderna, ao romper os grilhões da mulher antiga, acabou caindo na armadilha da dupla jornada de trabalho. De fato, a mulher-moderna, a mulher-parceira, que também trabalha na rua, não tem conseguido grandes resultados na sua luta para fazer o marido-parceiro ajudar também com o trabalho caseiro."
{mosimage}Dia Internacional da Mulher Capoeira!
Excelente e evidentemente mais do que oportuno este artigo do médico André Freire (foto com Luiz Antonio, em Lamego), escrito para jornal português.
Tomamos, pois, carona nele, para louvar e enfatizar a crescente importância que as mulheres capoeiristas estão assumindo nessa luta.
Também entendemos que é importante uma data simbólica, como a estabelecida pelas Nações Unidas, em função de episódio trágico, mas extremamente representativo da saga feminina.
E também concordamos que o dia da mulher, a rigor, devem ser todos os dias do ano.
Daí porque, com muito prazer, o Jornal do Capoeira, tem a honra de oferecer uma rosa cibernética, a cada mulher capoeirista desse mundo.
Aos interessados no assunto
(Mulher & Capoeira), apresentamos a seguir a lista de artigos, crônicas e matérias diversas, publicadas no jornal, e que estão relacionadas direta ou indiretamente ao tema.