Encontro Europeu de Angoleiras
O primeiro "Encontro Europeu de Angoleiras" será realizado na pasco de 2006, na Cidade de Colônia, a Alemanha
Jornal do Capoeira – www.capoeira.jex.com.br
Edição 52 – de 4/dez a 10/dez de 2005
Cresce no mundo todo, dia a dia, o fascínio pela Capoeira, especialmente pela chamada Capoeira Angola, cada vez mais entendida e admirada, em grande parte pelo excelente trabalho que as "angoleiras" vem realizando pelo mundo afora.
Não por coincidência, portanto, vem crescendo também os movimentos e as organizações comandadas por mulheres capoeirísticas. Mais uma comprovação que a Capoeira, embora fascinante, está dentro da sociedade, pois, não apenas dentro da capoeira a mulher, pouco a pouco, vai assumindo posições de comando.
A história registra a presença de mulheres guerreiras na capoeira. Sem muita precisão mais registra. Mas, o que mais registra é a presença da mulher em posições subalternas, por exemplo, ajudando no coro das cantorias. Na maioria das vezes, entretanto, imperando apenas na cozinha…
A situação atual, como todos podem facilmente verificar, está bem diferente, com a mulher assumindo postos de comando, dentro e fora da capoeiragem. Na maioria dos casos com grande eficiência, como já se pode comprovar dentro do Mundo da Capoeira.
Isto é muito bom, não fazendo nenhum sentido negar esta nova realidade do mundo.
Ombreada ao homem, a mulher capoeira passou a militar também, impondo-se no cenário, nas rodas e nas discussões dos temas nucleares dessa Arte Afro-Brasileira.
Até bem pouco tempo isto era inconcebível.
Aliás, a bem da verdade, esta inclusão feminina em si, tornou-se um dos principais temas nucleares das discussões capoeirísticas. Especialmente fora do Brasil, onde as discussões são mais livres, menos preconceituosas, menos dogmáticas, bairristas ou mercantis.
Um bom exemplo de organização da mulher capoeirista é o trabalho heróico do Grupo Nzinga que tem à frente as jovens mestras Janja & Paulinha, bem assessoradas pelo também jovem mestre Poloca. Fruto da participação totalmente ativista destas mestras foi criada há algum tempo a Rede Angoleira de Mulheres-RAM. Volto a ressaltar, mulheres são de RAM – read access memory – e homens são de ROM – read only memory – assim aprendi em minha pós-graduação em Ciência da Computação!