Luísa Mahin séc XIX

Escrava liberta em 1812, pertencia à nação nagô-jejê, da Tribo de Mahi, religião Muçulmana, africanos conhecidos como Malês. Todas as revoltas e levantes escravos que abalaram a Bahia nas primeiras décadas do século XIX foram articulados por ela, em sua casa, que tornou-se quartel – general destes levantes. Luísa era quituteira e passava mensagens escritas em árabe para outros rebeldes, através de meninos que fingiam comprar produtos em seu tabuleiro de vendas e levarem os bilhetes aos outros articuladores. Foi uma das articuladoras da Revolta dos Malês em 1835. Ficou conhecida pela valentia e insubmissão. Foi articuladora também da Sabinada em 1837/38. Descoberta é perseguida e consegue fugir para o Rio de Janeiro onde foi encontrada, presa e degredada para a África, Angola. No entanto, nenhum documento foi encontrado lá em Angola, comprovando seu degredo. Acredita-se que ela tenha fugido e instalado-se no Maranhão, onde o tambor de crioula foi desenvolvido e parece que houve sua ajuda para tal. Deixa um filho aqui no Brasil, fruto da união com um português rico e fidalgo boa vida viciado em jogos de azar. Mais tarde este pai vende o próprio filho com 10 anos para pagar uma dívida de jogo. Recusado em uma fazenda em Campinas por ser baiano e os baianos tinham fama de rebeldes ele é arrematado por uma fazenda em Lorena, interior paulista. Este menino cresce e sete anos mais tarde é alfabetizado por um hóspede da fazenda que se chamava, Antônio Rodrigues do Prado Júnior. O hóspede o ensina a ler e escrever, com os documentos que provam sua alforria foge para um quilombo perto de Lorena e torna-se poeta abolicionista, jornalista importante para o Brasil. Em 1854 é expulso do exército por responder a uma ofença de um superior. Segue trabalhando como escriturário, organizando bibliotecas e criando escolas gratuitas para crianças e cursos noturnos de alfabetização dos adultos. Autodidata cursa Direito conseguindo através da maçonaria autorização para advogar, consegue libertar 500 escravos, defendendo no tribunal que : …_”Aquele que mata quem quer o escravizar age em legítima defesa.” Seu nome, Luiz Gama.

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