SP: Capoeira leva opção a morador da Zona Leste
Mais da metade dos alunos são crianças de baixa renda e, por isso, fazem as aulas gratuitamente
A roda de capoeira na Zona Leste agita a noite dos moradores do Jardim São Nicolau. Regados de muita música e dança ao som dos instrumentos de percussão e palmas, crianças, jovens e adultos participam do projeto social Identidade
A educadora explica que a maioria dos integrantes são crianças moradoras de áreas de risco e não possuem estrutura familiar adequada.Cultural. Encabeçado pela professora de Educação Física Viviane Gonçalves Rodrigues, a proposta possui o intuito de levar, através do esporte, novas perspectivas para a população de baixa renda do bairro periférico.
Cinco anos se passaram desde a primeira roda do grupo. Atualmente cerca de 50 pessoas fazem parte da iniciativa. Viviane fala entusiasmada dos rumos que o esporte deu na vida de alguns participantes. “Existem universidades que dão bolsa para capoeiristas por conta dos campeonatos universitários. Tem uma aluna que começou aqui conosco e hoje é bolsista de relações públicas em uma universidade”, diz ela.
Outros esportistas que possuem as suas origens fincadas no esporte também contribuem com o trabalho social. É o caso de Carlos Eduardo Viscovini Herrera. O advogado cuida da parte burocrática do projeto e também é orientador das crianças que dão os primeiros passos na capoeira. Ele fala da importância de disseminar o esporte. “A capoeira está ligada à evolução histórica brasileira e também é importante passar isso para as crianças nas rodas”.
Instrumentos de percussão como berimbau, atabaque, pandeiro e agogô abrilhantam as reuniões do grupo. A estudante Agatha Francisco dos Santos diz que quando ouve os sons e a música fica incentivada a “jogar”. “A música me atrai bastante. O instrumento que eu mais gosto é o atabaque”, completa.
Os alunos de baixa renda não contribuem financeiramente. Nas turmas de adolescentes e adultos alguns pagam uma taxa de R$ 20 para manter o espaço, instrumentos e vestimentas.
Os interessados em participar devem comparecer pessoalmente na Rua Georg Riemann, 88.
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Falta de dinheiro desanima o grupo
Associado ao Capoeira V.I.P., de Cuiabá, o projeto Identidade Cultura consegue manter mais de 50 participantes através do apoio da associação. A mensalidade paga por cerca de 20 alunos também ajuda. Um desafio do grupo é a falta de ajuda dos órgãos públicos.
Questionada se existe alguma forma de ajuda financeiro ao grupo , a Secretaria Municipal de Cultura não se manifestou até ontem à tarde.