Lançamento do livro “Capoeira: uma herança cultural afro-brasileira” no Sesc de Piracicaba
O Sesc de Piracicaba promoveu no dia 16 de novembro, das 10h às 12h, a sessão de autógrafos do livro Capoeira – Uma herança cultura afro-brasileira, que acaba de ser lançado pela Selo Negro Edições. As autoras da obra, as pesquisadoras Leticia Vidor de Sousa Reis e Elisabeth Vidor, receberam os convidados no Ginásio de Eventos do Sesc, que fica Rua Ipiranga, 155 – Piracicaba – São Paulo.
Veja abaixo algumas fotos do lançamento, que aconteceu juntamente com o 9º Encontro de Capoeira Angola.
“A capoeira é ambígua, ao mesmo tempo jogo, dança e luta. Seus movimentos corporais privilegiam os pés e os quadris e, ao inverterem a hierarquia corporal dominante, colocam o mundo literal e metaforicamente de pernas para o ar”, explicam as autoras. Segundo elas, para entender o significado social e simbólico dessa inversão utiliza-se a linguagem do corpo como fonte principal de informação para enunciar as regras da gramática gestual da capoeira.Reconhecida hoje como um dos símbolos da cultura brasileira, a capoeira nem sempre teve esse status. Os adeptos foram perseguidos durante muitos anos, especialmente na passagem do Império para a República. Associada à vadiagem e à violência, a capoeira só deixou de ser considerada crime há pouco mais de 80 anos. Atendendo ao que preconiza a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino das culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas nas escolas, Elisabeth e Letícia decidiram se aprofundar no estudo do tema. No livro, elas retratam as origens sociais e culturais do movimento e mostram como a capoeira contribuiu para que os negros conquistassem e ampliassem seu espaço político e social no Brasil.
A partir de uma abordagem inovadora, é possível entender a capoeira também como uma forma de resistência do negro, desde o tempo da escravidão até os dias atuais. Entre as várias culturas de resistência negra desenvolvidas no país, a capoeira é uma das mais significativas, constituída com base em culturas provenientes da África. Dividido em três capítulos, o livro traz, com detalhes, a história da capoeira carioca no século 19. As autoras fazem uma interpretação antropológica dos movimentos corporais da capoeira para a compreensão da especificidade da relação entre negros e brancos no Brasil.
Para saber mais sobre o livro, acesse:
http://www.gruposummus.com.br/gruposummus/livro//Capoeira