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Pernambuco: Maracatu rural se junta aos caboclinhos em Olinda

Olinda, PE – O encontro de maracatus rurais que marca a segunda-feira de carnaval no Espaço Ilumiara Zumbi, na Cidade Tabajara, em Olinda, Pernambuco, abriu espaço, hoje, para tribos de caboclinhos, o que deu ainda mais vigor e riqueza de cores, sons e coreografias ao evento. "Nosso compromisso é o de agregar toda a cultura popular", explicou o organizador do encontro e detentor do título de "Patrimônio Vivo de Pernambuco", Manuel Salustiano dos Santos, o Mestre Salu, 62 anos, organizador do encontro que se repete há 18 anos.

Com seus cocares de penas de avestruz e de pavão e adereços nos braços e tornozelos, os integrantes dos caboclinhos encantaram com suas evoluções ao som de orquestras compostas de mineiro, gaita, tarol e surdo.

As apresentações arrancaram aplausos entusiasmados do público. O "Índio Canindé Brasileiro", do município de Itaquitinga, mostrou graça e exuberância e também deixou feliz o seu presidente, José Fernandes Martins da Silva, 30 anos. Ele mantém a agremiação fundada pelo pai em 1992. "A gente dá a vida pelo brinquedo", afirmou.

A força do maracatu rural imperou. Somente o "Leão Vencedor", de Carpina, fundado em 1991 pelo mestre João Limoeiro, reuniu mais de 200 integrantes, dos quais 120 caboclos de lança – figura mais famosa do maracatu de baque solto, com suas golas de lantejoulas e cabeleiras de papel celofane que carregam chocalhos sob o surrão que produzem um som característico na medida em que eles se movimentam.

Novos maracatus

Estavam lá tanto maracatus tradicionais, surgidos no início do século 20 – Cambinda de Nazaré, de 1918 foi um deles – como agremiações recém-criadas, a exemplo do Gavião da Mata, de Glória de Goitá, fundado há dois anos. "O maracatu está vivo e também outras brincadeiras e expressões da cultura, tem muita gente jovem infiltrada, levando à frente, garantindo a continuidade", observou Mestre Salu.

A maioria dos maracatus que se apresentou na Cidade Tabajara fez um circuito pela região metropolitana e zona da mata – na cidade de Nazaré da Mata também se realizou encontro semelhante.

No centro do Recife, no Pátio do Terço, maracatus de baque virado – também chamado de maracatu nação, que revive a coroação de reis negros e tem orquestra unicamente de percussão e som mais melodioso e harmônico – iriam repetir, à meia-noite, o ritual da Noite dos Tambores Silenciosos. A cerimônia homenageia escravos e ancestrais.

Até o final da noite, desfilariam pelo local 30 caboclinhos e 104 maracatus rurais, vindos da região metropolitana e zona da mata – área canavieira.

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