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Capoeira: o segredo da elasticidade do herói Jefferson

Rio – Foi com a elasticidade de um gato que o goleiro Jefferson defendeu o pênalti de Adriano e se transformou no herói do título carioca do Botafogo. Antes disso, já havia defendido duas penalidades contra o Santa Cruz, na Copa do Brasil. Agilidade e reflexo que o camisa 1 de 1,88m e 80kg muito bem distribuídos aprendeu ainda quando era um moleque nas rodas de capoeira de São Vicente (SP), onde nasceu.

Para conferir se o goleirão tem mesmo a capoeira no sangue, o ‘Ataque’ convidou o jogador para um desafio: participar de uma roda no Aterro do Flamengo com os mestres Burguês, Abano e Corumbá, do Grupo Muzenza de Capoeira (www.muzenza.com.br). E Jefferson não fez feio. Gingou, mostrou intimidade com o berimbau e o pandeiro e deixou claro que tem a capoeira no sangue de verdade.

“Eu tinha um primo que era mestre, era um negão, bem grandão. Todo dia à noite a gente fazia a roda. Desde os sete anos jogo capoeira”, revelou o goleiro, que roubou a cena ao fazer várias acrobacias na roda e trocar o semblante sempre sério do futebol por um largo sorriso no rosto.

Entre uma ginga e outra, Jefferson contou como a capoeira o ajudou no dia a dia da vida de goleiro. “A capoeira traz muita elasticidade. Tem que ter velocidade, agilidade nos movimentos, principalmente a gente que é goleiro, ali atrás”, explicou o camisa 1. “Até na hora do pênalti, na defesa, a capoeira vem me ajudando bastante”, enfatizou.

Apesar da ajuda extra, Jefferson lamenta ter abandonado as rodas nos últimos anos. “É uma pena que hoje não tenho tempo para participar das rodas. Mas a capoeira está no meu sangue, não é um esporte violento. É mais a dança, a elegância dos movimentos”.

Fruto da cultura popular da raça negra, Jefferson encontrou na capoeira um pouco das origens do seu povo. Origens das quais se orgulha muito, principalmente por ser um dos poucos goleiros negros que atuam no futebol brasileiro.

“Fico muito feliz com isso. O Brasil não tem muitos goleiro negros e é importante acabar com o racismo, com o preconceito”, ensina Jefferson. “Quem tem talento tem que permanecer e, graças a Deus, o Botafogo sempre abriu as portas para os negros”, ressalta.

 

Fonte: http://odia.terra.com.br

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