Carta do Mestre Moraes ao mundo capoeirístico

DO MESTRE MORAES

AO MUNDO CAPOEIRÍSTICO
 

No dia 27 de abril de 2005 aconteceu a primeira Assembléia Geral Extraordinária da Associação Brasileira de Preservação da Capoeira – Forte da Capoeira, apesar dessa associação, conforme seus estatutos, ter sido fundada em 05 de agosto de 2002. Está aí a prova de que nada que tenha acontecido, de bom ou de ruim, nestes quase 03 (três) anos de existência da entidade supra citada, teve a participação dos capoeiristas.

Nesta primeira Assembléia, dita como o objetivo de reforma do Estatuto – na realidade foi redigido um novo estatuto – privilegiou-se a participação, na diretoria, de pessoas que nada tem a ver com a capoeira. As minhas preocupações  com relação a mais esta forma de ocupação do nosso espaço, foram minimizadas com a explicação de que entre os capoeiristas não existe ninguém capaz de gerenciar a capoeira, afirmação que teve a anuência de uns poucos capoeiristas que  se faziam presentes.
 

Dois dias após a Assembléia, eu ainda acreditava na possibilidade do diálogo mas deparei-me com absurdos gritantes: os meus questionamentos não constavam na Ata da Assembléia; soube que alguns capoeiristas foram impedidos de participar da Assembléia   creio que para evitar apoio aos meus questionamentos — além de eu não ter tido acesso ao livro de Atas.

Diante do exposto, e por ter consciência de que não faço parte do grupo dos capoeiristas vistos como “incapazes” solicitei, formalmente, o meu desligamento em caráter irrevogável mas prometendo continuar a minha luta contra qualquer comportamento, com a capoeira, que deixe a conotação de intervenção ou cooptação. Os tempos mudaram mas alguns desconhecem.

 

 Mestre Moraes

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